Léon
Denis
Querer é poder! O poder da
vontade é ilimitado. O homem, consciente de si mesmo, de seus recursos latentes,
sente crescerem suas forças na razão dos esforços. Sabe que tudo o que de bem e
bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde, realizar-se inevitavelmente, ou na
atualidade ou na série das suas existências, quando seu pensamento se puser de
acordo com a Lei divina. E é nisso que se verifica a palavra celeste: “A fé
transporta montanhas.”
Não é consolador e belo
poder dizer: “Sou uma inteligência e uma vontade livres; a mim mesmo me fiz,
inconscientemente, através das idades; edifiquei lentamente minha
individualidade e liberdade e agora conheço a grandeza e a força que há em mim.
Amparar-me-ei nelas; não deixarei que uma simples dúvida as empane por um
instante sequer e, fazendo uso delas com o auxílio de Deus e de meus irmãos do
espaço, elevar-me-ei acima de todas as dificuldades; vencerei o mal em mim;
desapegar-me- ei de tudo o que me acorrenta às coisas grosseiras para levantar o
vôo para os mundos felizes!”
Vejo claramente o caminho
que se desenrola e que tenho de percorrer. Esse caminho atravessa a extensão
ilimitada e não tem fim; mas, para guiar-me na estrada infinita, tenho um guia
seguro – a compreensão da lei de vida, progresso e amor que rege todas as
coisas; aprendi a conhecer-me, a crer em mim e em Deus. Possuo, pois, a chave de
toda elevação e, na vida imensa que tenho diante de mim, conservar-me-ei firme,
inabalável na vontade de enobrecer-me e elevar-me, cada vez mais; atrairei, com
o auxílio de minha inteligência, que é filha de Deus, todas as riquezas morais e
participarei de todas as maravilhas do Cosmo.
Minha vontade chama-me:
“Para frente, sempre para frente, cada vez mais conhecimento, mais vida, vida
divina!” E com ela conquistarei a plenitude da existência, construirei para mim
uma personalidade melhor, mais radiosa e amante. Saí para sempre do estado
inferior do ser ignorante, inconsciente de seu valor e poder; afirmo-me na
independência e dignidade de minha consciência e estendo a mão a todos os meus
irmãos, dizendo- lhes:
Despertai de vosso pesado
sono; rasgai o véu material que vos envolve, aprendei a conhecer-vos, a conhecer
as potências de vossa alma e a utilizá-las. Todas as vozes da Natureza, todas as
vozes do espaço vos bradam: “Levantai-vos e marchai! Apressai- vos para a
conquista de vossos destinos!”
A todos vós que vergais ao
peso da vida, que, julgando-vos sós e fracos, vos entregais à tristeza, ao
desespero, ou que aspirais ao nada, venho dizer: “O nada não existe; a morte é
um novo nascimento, um encaminhar para novas tarefas, novos trabalhos, novas
colheitas; a vida é uma comunhão universal e eterna que liga Deus a todos os
seus filhos.”
A vós todos, que vos credes
gastos pelos sofrimentos e decepções, pobres seres aflitos, corações que o vento
áspero das provações secou; Espíritos esmagados, dilacerados pela roda de ferro
da adversidade, venho dizer-vos:
“Não há alma que não possa
renascer, fazendo brotar novas florescências. Basta-vos querer para sentirdes o
despertar em vós de forças desconhecidas. Crede em vós, em vosso
rejuvenescimento em novas vidas; crede em vossos destinos imortais. Crede em
Deus, Sol dos sóis, foco imenso, do qual brilha em vós uma centelha, que se pode
converter em chama ardente e generosa!
“Sabei que todo homem pode
ser bom e feliz; para vir a sê-lo basta que o queira com energia e constância. A
concepção mental do ser, elaborada na obscuridade das existências dolorosas,
preparada pela vagarosa evolução das idades, expandir-se-á à luz das vidas
superiores e todos conquistarão a magnífica individualidade que lhes está
reservada.
“Dirigi incessantemente
vosso pensamento para esta verdade: podeis vir a ser o que quiserdes. E sabei
querer ser cada vez maiores e melhores. Tal é a noção do progresso eterno e o
meio de realizá-lo; tal é o segredo da força mental, da qual emanam todas as
forças magnéticas e físicas. Quando tiverdes conquistado esse domínio sobre vós
mesmos, não mais tereis que temer os retardamentos nem as quedas, nem as
doenças, nem a morte; tereis feito de vosso “eu” inferior e frágil uma alta e
poderosa individualidade!”
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