Talvez
tivéssemos um pouco mais de visão espiritual da seriedade que é um
relacionamento amoroso/afetivo, adotaríamos mais cuidados e permaneceríamos mais
atentos à seriedade do que é, escrevo isso para àqueles a quem a Luz já
o despertou, conforme a frase no texto: “quanto mais luz se lhe
faça no entendimento mais agudo lhe será o pesar de haver cometido a falta”.
Nessa
magnífica obra de André Luiz/Chico Xavier, nos envolvemos com várias narrativas
de vidas, e, na maioria das vezes os maiores problemas são os
mesmos; mágoa, ódio e vingança no círculo familiar. E não é de fugir a isto,
vede nos trabalhos de desobsessão as faltas de nossos irmãos nos
relacionamentos.
É
preciso entender também que cada caso é um caso, nesse livro há também uma
narração em que o benfeitor orienta que é melhor a separação do casal, mesmo que
viva em renúncia e dificuldade a mulher do que uma tragédia maior das do tipo;
homicídio e suicídio. Sabendo talvez que futuramente venham novamente a resgatar
as dívidas do passado.
Como
também ha uma importante explanação de André Luiz que, quem receber o mal,
perdoando e “subindo” às Esferas Mais Altas, onde reina o Amor, o autor (ora) do
crime mesmo assim não fica impune, passando a resgatar aquele débito com outro
(a).
Amigos
e Irmãos: “A cada um segundo as suas obras...” disse o Mestre.
Vamos
ao texto:
“Impressionado,
meu companheiro persistiu:
-
Imaginemos que um homem tenha conduzido uma jovem à comunhão sexual com ele, à
caça de mero prazer dos sentidos, prometendo-lhe matrimônio digno, para
abandoná-la vilmente ao próprio desencanto, depois de saciado em seus desejos...
A pobre criatura, desenganada, sem recursos para refugiar-se no trabalho
respeitável, entrega-se ao meretrício. O homem é responsável pelos desatinos que
a infelicitada companheira venha a praticar, compreendendo-se que ele não terá
marchado sozinho para semelhante aventura?
-
É preciso reconhecer que todos responderemos pelos atos que efetuamos - explicou
o interlocutor contudo, no caso em foco, se o homem não é responsável pelos
delitos em que venha a falir a mulher desventurada, é ele, inegavelmente, o
autor da desdita em que ela se encontra. E, em desencarnando com o remorso da
traição praticada, quanto mais luz se lhe faça no entendimento mais agudo lhe
será o pesar de haver cometido a falta.
Trabalhará,
naturalmente, para levantá-la do abismo a que ela se arrojou por segui-lo,
confiante, e reconduzi-la-á à reencarnação, em cujos liames se demorará,
aceitando-a por esposa ou filha, de modo a entregar-lhe o puro amor prometido,
sofrendo para regenerar-lhe a mente em desequilíbrio e resgatando a sua
consciência entenebrecida pela culpa.
-
Da mesma forma - aduziu Hilário -, notamos na sociedade terrestre homens
arruinados por mulheres desleais que os precipitaram na criminalidade e no
vício... - O processo da reparação é absolutamente o mesmo. A mulher que lançou
o companheiro nas sombras do mal, em despertando à luz do bem, não descansará,
enquanto não o reerguer para a dignidade moral, diante das Leis de Deus. Quantas
mães vemos no mundo, engrandecidas pela dificuldade e pela renúncia, morrendo
cada dia, entre a aflição e o sacrifício, para cuidar de filhos monstruosos que
lhes torturam a alma e a carne? Em muitos desses quadros terríveis e
emocionantes, oculta-se, divino, o labor da regeneração que só o tempo e a dor
conseguem realizar.
-
Tudo isso, meu amigo - tornou Hilário com manifesta amargura -, nos obriga a
reconhecer que, nas falhas do campo genésico, temos a considerar, acima de tudo,
a crueldade mental que praticamos em nome do amor...
-
Isso mesmo - aprovou o Assistente. - Na perseguição ao prazer dos sentidos,
costumamos armar as piores ciladas aos corações incautos que nos ouvem...
Contudo, fugindo à palavra empenhada ou faltando aos compromissos e votos que
assumimos, não nos precatamos quanto à lei de correspondência, que nos devolve,
inteiro, o mal que praticamos e em cuja intimidade as bênçãos do conhecimento
superior nos agravam as agonias, de vez que, no esplendor da luz espiritual, não
nos perdoamos pelas nódoas e chagas que trazemos na alma. Isso, para não falar
dos crimes passionais, perpetrados na sociedade humana, todos os dias, pelos
abusos das faculdades sexuais, destinadas a criar a família, a educação, a
beneficência, a arte e a beleza entre os homens. Esses abusos são responsáveis
não apenas por largos tormentos nas regiões infernais, mas também por muitas
moléstias e monstruosidades que ensombram a vida terrestre, porquanto os
delinqüentes do sexo, que operaram o homicídio, o infanticídio, a loucura, o
suicídio, a falência e o esmagamento dos outros, voltam à carne, sob o impacto
das vibrações desequilibrantes que puseram em ação contra si próprios, e são,
muitas vezes, as vítimas da mutilação congênita, da alienação mental, da
paralisia, da senilidade precoce, da obsessão enquistada, do câncer infantil,
das enfermidades nervosas de variada espécie, dos processos patogênicos
inabordáveis e de todo um cortejo de males, decorrentes do trauma perispirítico
que, provocando desajustes nos tecidos sutis da alma, exige longos e complicados
serviços de reparação a se exteriorizarem com o nome de inquietação, angústia,
doença, provação, desventura, idiotia, sofrimento e miséria. Aliás, muito antes
da pompa terminológica das escolas psicanalíticas modernas, que se permitem
arrojadas conjeturas em torno das flagelações mentais, há quase vinte séculos
ensinou-nos Jesus que "todo aquele que comete o mal é escravo do mal" (9) e
podemos acrescentar que, para sanar o mal, a que houvermos escravizado o
coração, é imprescindível sofrer a purgação que o extirpa.”
(9)
Evangelho de João, 8:34. - (Nota do Autor espiritual.)
Do
capítulo 15 “Anotações Oportunas” do Livro Ação e Reação, André Luiz através da
venerável psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Que
esta mensagem chegue com nossas melhores vibrações de Paz e Saúde!
Obrigado
pela companhia!