A Caminho da Luz

sábado, 6 de agosto de 2011

Bezerra de Menezes - O Kardec Brasileiro

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, nasceu em 29/08/1831, na freguesia do Riacho do Sangue, no Ceará.

Seus pais foram Antônio Bezerra de Menezes e Fabiana de Jesus Maria Bezerra. Sua família simples tinha por modelo probidade e justiça. Bezerra nasceu e cresceu num ambiente familiar onde reinava a generosidade e a bondade.

Probo, honrado, inteligente e estudioso, Bezerra foi brilhante em tudo que fez. Destacou-se sempre pela inteligência notável, aos treze anos foi professor de Latim na própria escola em que estudava.

Cursou Medicina no Rio de Janeiro e concluiu o curso aos 25 anos de idade, no ano de 1856.

Como estudante morou sozinho num quartinho de aluguel, gostava da solidão e do isolamento para estudar, foi aluno nota dez, muito estudioso e dedicado. Suas notas vinham sempre acompanhadas de menção honrosa.

Foi pobre em toda a sua vida. Enquanto estudante dava aulas particulares para garantir o seu sustento. Não teve o amparo financeiro da família, que empobrecera ainda na sua infância. Para custear sua viagem para o Rio de Janeiro, seus familiares se cotizaram e juntaram a quantia de 400 mil réis, com esse dinheiro compraram a passagem e roupas, e o indispensável para o futuro médico dos pobres.

Chegou no Rio de Janeiro com 38 mil réis, absolutamente só, não tinha sequer um amigo, só o coração cheio de esperanças e determinação.

Bezerra, mesmo ainda jovem, foi um homem de muita fé, a prece diuturna o sustentava nos momentos difíceis. Estudava pelas bibliotecas públicas e só comprava livros de segunda mão; tinha conduta impecável como cidadão e como estudante. Foi conselheiro e guia para os colegas desde a adolescência. Seu temperamento moderado e pacificador era característica em destaque de sua personalidade de homem bom.

Uma personalidade forte e generoso ao mesmo tempo, Bezerra destacava-se pelos gestos elegantes e nobres, olhos meigos e inteligentes, sorriso bondoso e palavras meditadas e filosóficas.

Como médico ficou famoso e honrado, porém tudo que ganhava distribuía aos necessitados. Foi médico-militar do Exército, onde se destacou como notável cirurgião, tinha tudo para se tornar um homem de sucesso do ponto de vista terreno. Bezerra foi político durante vinte anos, foi deputado, exerceu o cargo de presidente da Câmara, e quase chegou a senador. Como político manteve-se na mesma linha de severa probidade e dignidade humana em que sempre viveu. Sofreu todos os ataques morais e desconfortos que coroam a vida dos grandes homens. Nada o desestabilizou, continuou trabalhador, generoso e bom.

Espírito missionário, em todos os seus tentames deu tudo de si pela obra. Consciente de seus deveres, Bezerra foi um trabalhador infatigável em todas as suas realizações.

Casou-se por amor com Maria Cândida de Lacerda, no dia 06 de novembro de 1858, com ela teve dois filhos. De uma enfermidade rápida e imprevisível sua esposa desencarnou no ano de 1863, dois meses após ter ficado doente. Ficaram os dois filhos, um de três anos e o outro de um ano.

Depois da morte da esposa procurou consolo na Bíblia, meditava muito sobre os ensinamentos ali contidos.

Casou-se em segundas núpcias com Cândida Augusta de Lacerda Machado, no ano de 1864, irmã de sua esposa falecida com quem teve sete filhos.

Tornou-se espírita publicamente no dia 16 de agosto de 1886, numa reunião solene, num auditório com aproximadamente duas mil pessoas. Bezerra pede a palavra e declara sua adesão ao Espiritismo; a partir desse momento o Espiritismo no Brasil ganha um chefe, um líder, um guia seguro e profundamente consciente de suas obrigações espirituais para com a humanidade.

Aos 64 anos tornou-se presidente da Federação Espírita Brasileira.

Bezerra de Menezes foi, enquanto espírita, uma antena límpida a captar o ideal de Allan Kardec e do Espírito Verdade. Ao desencarnar deixou o movimento espírita com linhas bem definidas, descortinando novos horizontes para o porvir.

Divulgou, ensinou e exemplificou a Doutrina Espírita, seguindo os passos de Jesus com humildade, não foi apenas um homem da tribuna e da ciência, fez sua sabedoria transbordar-se em amor numa transfusão, sublime, de um coração bondoso.

Desencarnou no dia 11 de abril de 1900, após quatro meses de enfermidade. Do mundo espiritual ainda é, para nós, brasileiros, o coordenador do Movimento de Unificação.

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