A Caminho da Luz

sábado, 6 de agosto de 2011

PERSONALIDADES,,,,,,,,,,

Adolfo Bezerra de Menezes nasceu no dia 29 de agosto de 1831, na Província do Ceará, na localidade chamada Riacho do Sangue, cidade do Crato.

Era filho de Antônio Bezerra de Menezes e de dona Fabiana de Jesus Maria Bezerra. Aos 7 anos de idade matriculou-se na escola pública de “Vila do Frade”.

Em outubro de 1846 matriculou-se no Liceu de Humanidades, na capital da província, para onde haviam se mudado seus pais. Em 1850 obteve o título de bacharel. No dia 5 de fevereiro de 1851, seguiu para a Corte, onde se matriculou na Escola de Medicina. Estudante pobre, passou a ensinar para se manter. Em 10 de dezembro de 1856 recebeu o grau de doutor.

Com 25 anos estava Bezerra de Menezes formado em medicina. Associando-se a um colega, instalou-se com consultório em uma pequena sala no centro comercial do Rio de Janeiro.

Em pouco tempo seu nome começava a projetar-se, denunciando “notável intuição de médico na arte de curar”. Porém, a imensa clientela não rendia. Ninguém pagava porque toda ela era de gente absolutamente pobre e, por isso, Bezerra de Menezes nunca lhe falou em dinheiro.

Por convite de um professor que o conheceu quando cursava o 2o. Ano médico, foi admitido como cirurgião tenente do Exército.

Conceituado como cirurgião, pelo dedicado estudo e aprofundados conhecimentos da especialidade, valeram-lhe o seu ingresso, como sócio efetivo, na Academia Nacional de Medicina.

Sem se envaidecer com os triunfos nos meios científicos, continuava a atender a sua clientela, sempre pobre e que cada vez mais aumentava. Foi daí que nasceu a sua popularidade para conquistar o nobre título de “médico dos pobres”.

Em 6 de novembro casou-se com d. Maria Cândida de Lacerda Prego, cuja união não durou muito. No dia 24 de março de 1863, após rápida enfermidade, morria sua esposa deixando-lhe dois filhos pequenos.

Em plena viuvez, com dois filhinhos, Adolfo e Antonio, de três e um ano de idade, o seu lar se tornou triste e o desalento por muito tempo o dominou.

Vencida a grande crise, temperado nesse cadinho sinistro das grandes provações, retornou, fortalecido, às atividades habituais. Em 21 de janeiro de 1865, casa-se pela segunda vez com dona Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã materna de sua primeira mulher e de quem teve nove filhos.

A segunda esposa foi quem o acompanhou até cerrar os olhos, seguindo-o e amparando-o com carinho.

Esquecido da vida publica e das criaturas que o cercavam, desiludido, voltou mais ativamente ao exercício da sua profissão, para entregar-se exclusivamente, sem outra preocupação senão a de ser o “Médico dos Pobres”.

Assim, vamos encontra-lo à frente do seu consultório, na Farmácia Cordeiro, na estação de Riachuelo, à rua 24 de Maio, atendendo às centenas de consulentes pobres.

Foi ali que a sua bondade atingiu à culminância, com o caráter de uma autêntica missão apostólica. Ele receitava, aconselhando o que a bondade lhe ditava. Dava medicação para o corpo e bálsamo para o espírito. Os desprotegidos entravam na Farmácia Cordeiro com o amargor a lhes sufocar o coração; voltavam com uma sensação inaudita de alívio compensador.

Todo o Rio de Janeiro conhecia-lhe o nome, desde as plagas suburbanas mais distantes até os bairros elegantes de Botafogo e Laranjeiras. Os carros, vitórias e tílburis, rolavam pelo calçamento das ruas, assinalando com o estridor das ferraduras dos cavalos a pressa dos seus passageiros. Eram consulentes que deixavam os palacetes ricos do Flamengo e do Catete e corriam atraídos pela fama extraordinária do médico suburbano. Dos ricos clientes recebia a justa remuneração pelos seus trabalhos, que lhe permitia socorrer os seus clientes pobres, abrindo-lhes as mãos, para nelas deixar cair os óbolos solicitados.

Durante os últimos quatro anos de sua vida, a situação de sua família era a mais precária possível. Nada mais lhes restava, além de um nome ilibado e de uma disposição sempre crescente para lutar.

Foi na entrada do Século XX, logo nos primeiros dias de janeiro de 1900, que o “Médico dos Pobres”, acometido por violento ataque de congestão cerebral, prostrou-se no seu leito pobre, donde jamais se levantaria. Imobilizado, sem a palavra, com os seus verdes olhos a distinguir em cada visitante um seu consulente, viu também com os olhos do espírito a aproximação, tão desejada por ele, do término da sua missão na Terra.

E, assim, as onze e meia horas do dia onze de abril de 1900, desceu a Graça Suprema, para que ele pudesse prosseguir, espiritualmente, na missão que lhe fora outorgada por Deus.

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