Fanáticos e idólatras de qualquer procedência são membros carcomidos do organismo enfermo da ignorância. (...) Há os que idolatram a mocidade que esfuma rapidamente; Há os fanáticos por estreiteza de vistas em matéria de fé ou nas diretrizes do conhecimento. Idolatria em torno de objetos, animais, pessoas, idéias que se consomem. Objetos que pertencem ao passado e rareiam, disputados por colecionadores dominados pela cobiça em idolatria fanática. Aqui, as rédeas que pesaram sobre os ombros aristocráticos de Incitatus, o cavalo que Calígula elevou a cônsul. Ali, o punhal com que o escravo assassinou a Domiciano. Acolá, a espada de Napoleão, erguida nas batalhas de Tulono ou das campanhas na Itália. Amontoados de fragmentos desta ou daquela madeira, de moedas, de sedas, de objetos e adornos... No entanto, o fanatismo religioso e a idolatria pagã, que ainda perduram em algumas fileiras do Cristianismo, constituem nos dias atuais, chaga purulenta, aguardando o curativo do “bom-senso” e da “razão. “Não esculpireis imagens para adora-las...” – disse o Senhor. Todavia, em nome da saudade, sob escusas de evocações sentimentais, em cultos funestos do medo, erguem-se altares e adoradores surgem, imprudentemente, aumentando o número de inseguros e sofredores. Com os ensinamentos espíritas que reproduzem as lições cristãs, o homem desperta para a adoração “em espírito e verdade”. Já não pode cultivar as transitórias alegações. Nem amontoar farrapos tarjados de celebridade. Envolve-se nos tecidos da caridade, calça as sandálias da ação e unge-se de amor ao próximo. Abre alamedas de luz nos bosques sombrios, ascendendo esperanças e distende a mensagem de libertação, vivendo o culto, da renovação íntima, incansavelmente. Recebido em Cesaréia, por Cornélio que o aguardava entre familiares e amigos, Simão Pedro foi homenageado pelo anfitrião, que, emocionado, “prostou-se aos seus pés, e o adorou”. O velho pescador, a quem tanto deve a Boa Nova, recordando, talvez, o Mestre, num impulso generoso e viril, no entanto, levantou o amigo, dizendo: “Levanta-te, que eu também sou homem.” (...).
Trechos retirados do Livro: DIMENSÕES DA VERDADE / Joanna de Ângelis (espírito
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