A Borboleta Vaidosa
A borboletinha era uma beleza, mas achava-se uma beldade. Devia, pelo menos, ser tratada como a rainha das borboletas, para que se sentisse satisfeita.
▬ Quanta vaidade, meu Deus!
Não tinha amigos, pois qualquer mariposa que se aproximasse dela era alvo de risinhos e de desprezo.
Costuma ela dizer, fazendo-se de muito importante:
▬ Que está fazendo em minha presença, criatura?
▬ Não vê que sou mais bela e elegante do que você?
Nem os seus familiares escapavam.
Mantinha à distância os seus próprios pais e irmãos, como se ela não houvesse nascido naturalmente, mas tivesse sido enviada diretamente do céu.
Tratava-os com enorme frieza, como quem faz um favor, quando não há outro remédio.
Previniu-a solenemente um sábio do bosque:
▬ Sim, você é formosa, borboletinha, mas não sabe usar essa qualidade como deveria.
▬ Isso vai destruí-la!
A borboletinha não deu muita importância às palavras do sábio. Mas uma leve inquietação aninhou-se em seu coração. Respeitava aquele sábio e temia que ele tivesse razão.
Mas logo esqueceu esses pensamentos e continuou sua atitude habitual.
Um dia, a profecia do sábio cumpriu-se.
Um rapazinho esperto surpreendeu-a sozinha voando pelo bosque. Achou-a magnífica e com sua rede apoderou-se dela.
▬ Como é triste ver a borboletinha vaidosa atravessada por um alfinete, fazendo parte da coleção do rapaz!
Cada um tem aquilo que merece.
Cada um é responsável pelo seu próprio sucesso ou fracasso.
Não adianta pôr a culpa de nossos erros nos outros, no destino, em Deus ou na má sorte.
Autoria desconhecida.
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