Vontade
Comparemos
a mente humana – espelho vivo da consciência lúcida – a um grande escritório,
subdividido em diversas seções
de
serviço.
Aí
possuímos o Departamento do Desejo, em que operam os propósitos e as aspirações,
acalentando o estimulo ao trabalho; o
Departamento
da Inteligência, dilatando os patrimônios da evolução e da cultura; o
Departamento da Imaginação, amealhando as
riquezas
do ideal e da sensibilidade; o Departamento da Memória, arquivando as súmulas da
experiência, e outros, ainda, que definem
os
investimentos da alma.
Acima de
todos eles, porém, surge o Gabinete da Vontade.
A Vontade
é a gerência esclarecida e vigilante, governando todos os setores da ação
mental.
A Divina
Providência concedeu-a por auréola luminosa à razão, depois da laboriosa e
multimilenária viagem do ser pelas
províncias
obscuras do instinto.
Para
considerar-lhe a importância, basta lembrar que ela é o leme de todos os tipos
de força incorporados ao nosso conhecimento.
A
eletricidade é energia dinâmica.
O
magnetismo é energia estática.
O
pensamento é força eletromagnética.
Pensamento,
eletricidade e magnetismo conjugam-se em todas as manifestações da Vida
Universal, criando gravitação e
afinidade,
assimilação e desassimilação, nos campos múltiplos da forma que servem à romagem
do espírito para as Metas Supremas,
traçadas
pelo Plano Divino.
A Vontade,
contudo, é o impacto determinante.
Nela
dispomos do botão poderoso que decide o movimento ou a inércia da
máquina.
O cérebro
é o dínamo que produz a energia mental, segundo a capacidade de reflexão que lhe
é própria; no entanto, na Vontade
temos o
controle que a dirige nesse ou naquele rumo, estabelecendo causas que comandam
os problemas do destino.
Sem ela, o
Desejo pode comprar ao engano aflitivos séculos de reparação e sofrimento, a
Inteligência pode aprisionar-se na
enxovia da
criminalidade, a Imaginação pode gerar perigosos monstros na sombra, e a
memória, não obstante fiel à sua função
de
registradora, conforme a destinação que a Natureza lhe assinala, pode cair em
deplorável relaxamento.
Só a
Vontade é suficientemente forte para sustentar a harmonia do
espírito.
Em
verdade, ela não consegue impedir a reflexão mental, quando se trate da conexão
entre os semelhantes, porque a sintonia
constitui
lei inderrogável, mas pode impor o jugo da disciplina sobre os elementos que
administra, de modo a mantê-los coesos
na
corrente do bem.
Francisco
Cândido Xavier - Pensamento e Vida - pelo Espírito Emmanuel
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