O mais necessário
Conta-se
que, certa vez, o Imperador D. Pedro II recebeu uma carta de seus admiradores,
que dizia que eles haviam decidido abrir uma lista a fim de angariar fundos
suficientes para erigir uma estátua em sua homenagem.
D.
Pedro leu com vagar a missiva. Depois, redigiu a resposta aos promotores do
movimento, pedindo-lhes que aplicassem o produto da lista na instalação de
escolas para o povo.
Entre
outros apontamentos, escreveu: Senhores. Sabem como sempre tenho falado no
sentido de cuidarmos seriamente da educação pública.
Nada
me agradaria tanto como ver a nova era de paz, firmada sobre o conceito da
dignidade dos brasileiros, começar por um grande ato de iniciativa deles a bem
da educação pública.
Agradecemos
a ideia que tiveram da estátua. Estou certo de que não serei forçado a
recusá-la.
*
* *
Utilizar
bem os recursos amoedados é demonstração de sabedoria. Empreender campanhas em
prol dessa ou daquela causa também.
Sempre
que nos prestarmos a arrecadar fundos, a colaborar para o bem geral, pensemos no
que é mais apropriado.
Auscultemos
as necessidades da localidade onde vivamos, e nos perguntemos: O que é mais
importante?
Se
o local está com lixo nas ruas, compete-nos lutar pela coleta de lixo, e
educação aos moradores para que coloquem, em dias certos, em locais apropriados,
bem acondicionado todo o lixo, a fim de ser recolhido.
Se
a localidade onde residimos não dispõe de socorro médico algum, cabe-nos
incentivar a instalação de um ambulatório, um posto médico, um pequeno hospital.
Ao menos, para atender as situações mais emergenciais, os casos mais críticos,
porque perder minutos no atendimento médico pode significar a morte.
Se
observamos a criançada andando solta pelas ruas, rapidamente encetemos uma
campanha pela instalação de uma escola.
Se
a escola existe, verifiquemos se não está deficitária. Não estará necessitando
de recursos materiais e humanos para poder atender a maior número de
crianças?
Disponhamo-nos
a ser voluntários nas horas da semana que nos sobrem e auxiliemos a escola.
Verifiquemos,
em loco, o que de mais carece e lutemos por conseguir.
Se
nos preocuparmos com a criança, hoje, instruindo-a, educando-a, amanhã, com
certeza, teremos menos criminosos para punir.
*
* *
Dinheiro
não é fator absoluto de felicidade, mas pode concretizar a felicidade de
muitos.
Pode
se transformar no remédio ao doente, na gota de leite à criança faminta, no teto
ao velhinho sem família ou em abandono.
Pouco
dinheiro pode comprar um pão, muito dinheiro pode abrir um negócio que empregue
vários pais de família, a fim de que muitas crianças tenham pão à mesa. E não
somente pão, mas frutas, verduras e uns docinhos extras.
Assim,
toda a vez que o dinheiro circular por nossas mãos e nos sintamos motivados a
realizar campanhas, pensemos sempre no mais necessário. Realizemos o melhor.
Redação
do Momento Espírita, com base no cap. Pedro II e a instrução, do livro
Chico Xavier, D. Pedro II e o Brasil, de Walter José Faé, ed. Correio
Fraterno.
Em 21.1.2013.
Em 21.1.2013.
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