Desbravando
mistérios
“Então Jesus disse estas palavras: Eu vos rendo glória, meu Pai, Senhor do Céu e
da Terra, por haverdes ocultado essas coisas aos sábios e aos prudentes, e por
as haver revelado aos simples e aos pequeninos.” (Mateus,
11:25)
(ESE -
Capítulo 7, item 7.)
Vaie
considerar que, quando Jesus afirmou que Deus havia ocultado os mistéiios aos
sábios e aos prudentes e os tinha revelado aos simples e pequenos, em verdade
observava que certos homens de cultura e intelectualidade achavam-se perfeitos
eruditos, não precisando de mais nada além do seu cabedal de
instrução.
Por
sua vez, orgulhosos porque retinham vários títulos, acreditavam-se superiores e
melhores que os outros, fechando assim as comportas da alma às fontes
inspirativas e intuitivas do plano espiritual.
Porém, os “pequenos e simples”, aos quais se reportava o Mestre, são aqueles
outros que, devido à posição flexível em face da vida, descortinam novas idéias
e conceitos, absorvendo descobertas e pesquisas de todo teor, selecionando as
produtivas, para o seu próprio mundo mental. Por não serem ortodoxos, ou sej a,
conservadores intransigentes, e sim afeiçoados à reflexão constante das leis
eternas e ao exercício da fé raciocinada, reúnem melhores condições de observar
a vida com os “olhos de ver”.
São conhecidos pela “maturidade evolutiva”, que é avaliada levando-se em conta
seus comportamentos nos mais variados níveis de realização, entre diversos
setores (físico, mental, emocional, social e espiritual) da existência
humana.
Pelo modo
como agem e como se comportam diante de problemas e dificuldades, “os pequenos
e os simples” têm uma noção exata de sua própria maturidade espiritual. Além
disso, sentem uma sensação enorme de serenidade e paz pela capacidade, pela
eficiência e pelos atributos pessoais, e por se comportarem dentro do que
esperavam de si mesmos.
Simples
são os descomplicados, os que não se deixam envolver por métodos extravagantes,
supostamente científicos, e por critérios de análise rígida. Simples são os que
sempre usam a lógica e o bom senso, que nascem da voz do
coração.
São
aqueles que não entronizam sua personalidade megalomaníaca atrás de mesas
douradas e que não penduram pergaminhos para a demonstração pública de
exaltação do próprio ego.
Os
“sábios” a quem o Senhor se referia eram os dominadores e controladores da
mente humana, que desempenhavam papéis sociais, usando máscaras diversas
segundo as situações convenientes. Estão a nossa volta: são criaturas sem
originalidade e criatividade, porque não auscultam as vibrações uníssonas que
descem do Mais Alto sobre as almas da Terra.
Não
suportam a mais leve crítica - mesmo quando construtiva - de seus atos, feitos,
raciocínios e ideais; por isso, deixam de analisá-la para comprovar ou não sua
validade. Por se considerarem “donos da verdade”, reagem e se irritam,
esquecendo-se de que esses comentários poderiam, em alguns casos,
proporcionar-lhes melhores reflexões com ampliação da
consciência.
Vale
considerar que esses “sábios” não se lançam em novas amizades e afeições, pois
conservam atitudes preconceituosas de classe social, de cor, de religião e de
outras tantas, amarrando-se aos exclusivismos egoísticos.
Não
obstante, o Mestre Jesus se reportava às luzes dos céus, que agilizariam os
simples a pensar com mais lucidez, a se expressar com maior naturalidade, para
que pudessem desbravar os mistérios do amor e das verdades espirituais,
transformando-se no futuro nos reais missionários das leis
eternas.
“Simples”
são os espontâneos, porque abandonaram a hipocrisia e aprenderam a se desligar
quando preciso do mundo externo, a fim de deixar fluir amplamente no seu mundo
interior as correntezas da luz; são todos aqueles que prestam atenção no “Deus
em si” e entram em contato com Ele e consigo mesmo; são, enfim, aqueles que já
se permitem escutar sua fonte interior de inspiração e, ao mesmo tempo, confiar
nela plenamente.
Renovando
Atitudes
Francisco
do Espírito Santo Neto
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