A Caminho da Luz

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

1 Renovação,os mensageiros


1
Renovação
Desligando-me dos laços inferiores que me prendiam às atividades
terrestres, elevado entendimento felicitou-me o espírito.
Semelhante libertação, contudo, não se fizera espontânea.
Sabia, no fundo, quanto me custara abandonar a paisagem
doméstica, suportar a incompreensão da esposa e a divergência
dos filhos amados.
Guardava a certeza de que amigos espirituais, abnegados e
poderosos, me haviam auxiliado a alma pobre e imperfeita, na
grande transição.
Antes, a inquietude relativa à companheira torturava-me incessantemente
o coração; mas, agora, vendo-a profundamente
identificada com o segundo marido, não via recurso outro que
procurar diferentes motivos de interesse.
Foi assim que, eminentemente surpreendido, observei minha
própria transformação, no curso dos acontecimentos.
Experimentava o júbilo da descoberta de mim mesmo. Dantes,
vivia à feição do caramujo, segregado na concha, impermeável
aos grandiosos espetáculos da Natureza, rastejando no lodo.
Agora, entretanto, convencia-me de que a dor agira em minha
construção mental, à maneira do alvião pesado, cujos golpes eu
não entendera de pronto. O alvião quebrara a concha de antigas
viciações do sentimento. Libertara-me. Expusera-me o organismo
espiritual ao sol da Bondade Infinita. E comecei a ver mais alto,
alcançando longa distância.
Pela primeira vez, cataloguei adversários na categoria de benfeitores.
Comecei a freqüentar, de novo, o ninho da família terrestre,
não mais como senhor do círculo doméstico, mas como operá-

rio que ama o trabalho da oficina que a vida lhe designou. Não
mais procurei, na esposa do mundo, a companheira que não pudera
compreender-me e sim a irmã a quem deveria auxiliar, quanto
estivesse em minhas forças. Abstive-me de encarar o segundo
marido como intruso que modificara meus propósitos, para ver
apenas o irmão que necessitava o concurso de minhas experiências.
Não voltei a considerar os filhos propriedade minha e sim
companheiros muito caros, aos quais me competia estender os
benefícios do conhecimento novo, amparando-os espiritualmente
na medida de minhas possibilidades.
Compelido a destruir meus castelos de exclusivismo injusto,
senti que outro amor se instalava em minhalma.
Órfão de afetos terrenos e conformado com os desígnios superiores
que me haviam traçado diverso rumo ao destino, comecei
a ouvir o apelo profundo e divino da Consciência Universal.
Somente agora, percebia quão distanciado vivera das leis sublimes
que regem a evolução das criaturas.
A Natureza recebia-me com transportes de amor. Suas vozes,
agora, eram muito mais altas que as dos meus interesses isolados.
Conquistava, pouco a pouco, o júbilo de escutar-lhe os ensinamentos
misteriosos no grande silêncio das coisas. Os elementos
mais simples adquiriam, a meus olhos, extraordinária significação.
A colônia espiritual, que me abrigara generosamente, revelava
novas expressões de indefinível beleza. O rumor das asas de
um pássaro, o sussurro do vento e a luz do Sol pareciam dirigir-se
à minhalma, enchendo-me o pensamento de prodigiosa harmonia.
A vida espiritual, inexprimível e bela, abrira-me os pórticos
resplandecentes. Até então, vivera em “Nosso Lar” como hóspede
enfermo de um palácio brilhante, tão extremamente preocupado
comigo mesmo, que me tornara incapaz de anotar deslumbramentos
e maravilhas.

A conversação espiritualizante tornara-se-me indispensável.
Aprazia-me, antigamente, torturar a própria alma com as reminiscências
da Terra. Estimava as narrativas dramáticas de certos
companheiros de luta, lembrando o meu caso pessoal e embriagando-
me nas perspectivas de me agarrar, novamente, à parentela
do mundo, valendo-me de laços inferiores. Mas agora... perdera
totalmente a paixão pelos assuntos de ordem menos digna. As
próprias descrições dos enfermos, nas Câmaras de Retificação,
figuravam-se-me desprovidas de maior interesse. Não mais desejava
informar-me da procedência dos infelizes, não indagava de
suas aventuras nas zonas mais baixas. Buscava irmãos necessitados.
Desejava saber em que lhes poderia ser útil.
Identificando essa profunda transformação, falou-me Narcisa
certo dia:
– André, meu amigo, você vem fazendo a renovação mental.
Em tais períodos, extremas dificuldades espirituais nos assaltam o
coração. Lembre-se da meditação no Evangelho de Jesus. Sei que
você experimenta intraduzível alegria ao contacto da harmonia
universal, após o abandono de suas criações caprichosas, mas
reconheço que, ao lado das rosas do júbilo, defrontando os novos
caminhos que se descerram para sua esperança, há espinhos de
tédio nas margens das velhas estradas inferiores que você vai
deixando para trás. Seu coração é uma taça iluminada aos raios do
alvorecer divino, mas vazia dos sentimentos do mundo, que a
encheram por séculos consecutivos.
Não poderia, eu mesmo, formular tão exata definição do meu
estado espiritual.
Narcisa tinha razão. Suprema alegria inundava-me o espírito,
ao lado de incomensurável sensação de tédio, quanto às situações
da natureza inferior. Sentia-me liberto de pesados grilhões, porém,
não mais possuía o lar, a esposa, os filhos amados. Regressava
freqüentemente ao círculo doméstico e aí trabalhava pelo

bem de todos, mas sem qualquer estimulo. Minha devotada amiga
acertara. Meu coração era bem um cálice luminoso, porém, vazio.
A definição comovera-me.
Vendo-me as lágrimas silenciosas, Narcisa acentuou:
– Encha sua taça nas águas eternas daquele que é o Doador
Divino. Além disso, André, todos nós somos portadores da planta
do Cristo, na terra do coração. Em períodos como o que você
atravessa, há mais facilidade para nos desenvolvermos com êxito,
se soubermos aproveitar as oportunidades. Enquanto o espírito do
homem se engolfa apenas em cálculos e raciocínios, o Evangelho
de Jesus não lhe parece mais que repositório de ensinamentos
comuns; mas, quando se lhe despertam os sentimentos superiores,
verifica que as lições do Mestre têm vida própria e revelam expressões
desconhecidas da sua inteligência, à medida que se esforça
na edificação de si mesmo, como instrumento do Pai. Quando
crescemos para o Senhor, seus ensinos crescem igualmente aos
nossos olhos. Vamos fazer o bem, meu caro! Encha seu cálice
com o bálsamo do amor divino. Já que você pressente os raios da
alvorada nova, caminhe confiante para o dia!...
E, conhecendo meu temperamento de homem, amante do serviço
movimentado, acrescentou, generosa:
– Você tem trabalhado bastante aqui nas Câmaras, onde me
preparo, por minha vez, considerando o futuro próximo, na carne.
Não poderei, portanto, acompanhá-lo, mas creio deve você aproveitar
os novos cursos de serviço, instalados no Ministério da
Comunicação. Muitos companheiros nossos habilitam-se a prestar
concurso na Terra, nos campos visíveis e invisíveis ao homem,
acompanhados, todos eles, por nobres instrutores. Poderia você
conhecer experiências novas, aprender muito e cooperar com
excelente ação individual. Porque não tenta?
Antes que pudesse agradecer o alvitre valioso, Narcisa foi
chamada ao interior das Câmaras, a serviço, deixando-me domi-

nado por esperanças diferentes de quantas abrigara até então,
relativamente às minhas tarefas.




Os Mensageiros


Os Mensageiros
Lendo este livro, que relaciona algumas experiências de mensageiros
espirituais, certamente muitos leitores concluirão, com os
velhos conceitos da filosofia, que “tudo está no cérebro do homem”,
em virtude da materialidade relativa das paisagens, observações,
serviços e acontecimentos.
Forçoso é reconhecer, todavia, que o cérebro é o aparelho da
razão e que o homem desencarnado, pela simples circunstância da
morte física, não penetrou os domínios angélicos, permanecendo
diante da própria consciência, lutando por iluminar o raciocínio e
preparando-se para a continuidade do aperfeiçoamento noutro
campo vibratório.
Ninguém pode trair as leis evolutivas.
Se um chimpanzé, guindado a um palácio, encontrasse recursos
para escrever aos seus irmãos de fase evolucionária, quase não
encontraria diferenças fundamentais para relacionar, ante o senso
dos semelhantes. Daria noticias de uma vida animal aperfeiçoada
e talvez a única zona inacessível às suas possibilidades de definição
estivesse justamente na auréola da razão que envolve o espírito
humano. Quanto às formas de vida, a mudança não seria profundamente
sensível. Os pelos rústicos encontram sucessão nas
casimiras e sedas modernas. A Natureza que cerca o ninho agreste
é a mesma que fornece estabilidade à moradia do homem. A furna
ter-se-ia transformado na edificação de pedra. O prado verde ligase
ao jardim civilizado. A continuação da espécie apresenta fenômenos
quase idênticos. A lei da herança continua, com ligeiras
modificações. A nutrição demonstra os mesmos trâmites. A união
de família consangüínea revela os mesmos traços fortes. O chimpanzé,
desse modo, somente encontraria dificuldade para enumerar
os problemas do trabalho, da responsabilidade, da memória

enobrecida, do sentimento purificado, da edificação espiritual,
enfim, relativa à conquista da razão.
Em vista disso, não se justifica a estranheza dos que lêem as
mensagens do teor das que André Luis endereça aos estudiosos
devotados à construção espiritual de si mesmos.
O homem vulgar costuma estimar as expectativas ansiosas, à
espera de acontecimentos espetaculares, esquecido de que a Natureza
não se perturba para satisfazer a pontos de vista da criatura.
A morte física não é salto do desequilíbrio, é passo da evolução,
simplesmente.
À maneira do macaco, que encontra no ambiente humano
uma vida animal enobrecida, o homem que, após a morte física,
mereceu o ingresso nos círculos elevados do Invisível, encontra
uma vida humana sublimada.
Naturalmente, grande número de problemas, referentes à Espiritualidade
Superior, aí espera a criatura, desafiando-lhe o conhecimento
para a ascensão sublime aos domínios iluminados da
vida, O progresso não sofre estacionamento e a alma caminha,
incessantemente, atraída pela Luz Imortal.
No entanto, o que nos leva a grafar este prefácio singelo, não
é a conclusão filosófica, mas a necessidade de evidenciar a santa
oportunidade de trabalho do leitor amigo, nos dias que correm.
Felizes os que buscarem na revelação nova o lugar de serviço
que lhes compete, na Terra, consoante a Vontade de Deus.
O Espiritismo cristão não oferece ao homem tão somente o
campo de pesquisa e consulta, no qual raros estudiosos conseguem
caminhar dignamente, mas, muito mais que isso, revela a
oficina de renovação, onde cada consciência de aprendiz deve
procurar sua justa integração com a vida mais alta, pelo esforço
interior, pela disciplina de si mesma, pelo auto-aperfeiçoamento.

Não falta concurso divino ao trabalhador de boa vontade. E
quem observar o nobre serviço de um Aniceto, reconhecerá que
não é fácil prestar assistência espiritual aos homens. Trazer a
colaboração fraterna dos planos superiores aos Espíritos encarnados
não é obra mecânica, enquadrada em princípios de menor
esforço. Claro, portanto, que, para recebê-la, não poderá o homem
fugir aos mesmos imperativos. É indispensável lavar o vaso do
coração para receber a “água viva”, abandonar envoltórios inferiores,
para vestir os “trajes nupciais” da luz eterna.
Entregamos, pois, ao leitor amigo, as novas páginas de André
Luiz, satisfeitos por cumprir um dever. Constituem o relatório
incompleto de uma semana de trabalho espiritual dos mensageiros
do Bem, junto aos homens e, acima de tudo, mostram a figura de
um emissário consciente e benfeitor generoso em Aniceto, destacando
as necessidades de ordem moral no quadro de serviço dos
que se consagram às atividades nobres da fé.
Se procuras, amigo, a luz espiritual; se a animalidade já te
cansou o coração, lembra-te de que, em Espiritualismo, a investigação
conduzirá sempre ao Infinito, tanto no que se refere ao
campo infinitesimal, como à esfera dos astros distantes, e que só a
transformação de ti mesmo, à luz da Espiritualidade Superior, te
facultará acesso da fontes da Vida Divina. E, sobretudo, recorda
que as mensagens edificantes do Além não se destinam apenas à
expressão emocional, mas, acima de tudo, ao teu senso de filho de
Deus, para que faças o inventário de tuas próprias realizações e te
integres, de fato, na responsabilidade de viver diante do Senhor.
EMMANUEL
Pedro Leopoldo, 26 de fevereiro de 1944.


"Alma Gêmea ou Algema?", por Dr. Emerson Oliveira Pedersoli

Palestra: O céu e o inferno

Entendendo a Umbanda



Entendendo a Umbanda

Por incrível que possa parecer, aos olhos dos não iniciados no culto da Umbanda, não

existe um consenso de quais são os sete Orixás básicos ou as sete linhas, ou até

mesmo sobre quais são os Orixás da Umbanda. Mas para aqueles que já estão na

Umbanda há algum tempo fica fácil compreender que a Umbanda não tem um

codificador, não tem uma Bíblia, não tem um “Diretor de Culto” Supremo.

A Umbanda sofreu e sofre incríveis influências regionais e até mesmo, numa mesma região,

de terreiro para terreiro.

As diferenças de culto, ritualística e de maneiras de compreender a Umbanda devem ser

encaradas como riqueza da nossa religião e não como falta de organização. Portanto, não há

intenção de determinar ou decodificar a Umbanda.

Entretanto, existem algumas premissas que, de certa forma, são consenso dentro da Umbanda,

havendo pequenas variações que devem ser respeitadas.

Esta é a maneira como a compreendo e professo.

Características Principais Da Umbanda

A Umbanda é um sistema religioso fundamentalmente naturista, isto é, se manifesta através das

forças da natureza, assim como com espíritos contemporâneos, ou não, pesando expressivamente

em seu exercício as vibrações das Almas.

A Umbanda possui muitas co-irmãs e as pessoas muitas vezes confundem-na com outras religiões

que possuem nomenclaturas semelhantes às utilizadas na Umbanda, no entanto a semelhança é

meramente aparente e termina aí.

O fato da Umbanda ter como uma de suas raízes a forte influência africanista e cultuar Orixás,

gera muita confusão e sobressai a necessidade de apontar limites bem claros.

1. Trabalhamos exclusivamente visando o bem, a caridade e a evolução espiritual de todos.

2. Não temos “feituras de cabeça”, boris, raspagens, camarinhas, roncós, corpo fechado, ebós,
orunkô, feitura de santo, bascos, firmo de nação, etc.
3. As sessões obedecem a horários pré-estabelecidos. Não vemos nenhum sentido em sessões
madrugadas adentro. Por que não? Simplesmente por ser contraproducente, ninguém consegue
manter a “gira firmada” por tanto tempo, as pessoas trabalham, ficam cansadas, e a falta de
concentração, ou nível energético dos médiuns tende a cair drasticamente após 3 horas
consecutivas de culto. Além do mais a própria assistência começa a ficar desacomodada,
desconfortável, gerando vibrações de impaciência e falta de interesse. Tudo isso gera um
desacordo energético que acaba por influenciar o bom andamento da gira. É claro que estamos
nos referindo às giras ordinárias e não às festivas.
4. O abate de animais (sacrifício) não faz parte, em nenhum momento, de qualquer rito da Umbanda
(aberto ou fechado).
5. No que diz respeito a oferendas aos Orixás, guias, ou entidades menores, ressalto que sou contra
o uso excessivo desse recurso como elemento de religação. A oferenda tem sua função
específica e determinada. A banalização da mesma influencia negativamente no desenvolvimento
do médium e na evolução do espírito (guia ou protetor) que a está recebendo.
Aqui você pode estar perguntando como e porque o uso excessivo de oferenda pode
atrapalhar a evolução de um espírito e/ou de um médium.
A resposta é simples e como em tudo há sempre dois lados a serem observados:
Na realidade desestimulamos tudo que seja excessivo. No caso das oferendas, existem
conseqüências de ambos os lados, material e espiritual.
Do lado material:
a) O custo dos elementos da oferenda (muitas pessoas chegam a deixar de comer, ou até
mesmo, permitem que falte alguma coisa dentro de sua casa para comprar os elementos da
oferenda).
b) Estímulo a barganha espiritual, ou seja, o ofertante acredita que oferendando alguma coisa
poderá obter privilégios junto a espiritualidade.
c) Estímulo a preguiça espiritual no sentido da evolução, ou seja, o ofertante começa a acreditar
que a oferenda substitui o seu empenho em melhorar enquanto pessoa, geralmente com a
famosa frase : “Eu cuido do meu santo, já arriei minhas coisinhas”.
Do lado espiritual:
a) Pela pessoa somente se interligar com a espiritualidade através da oferenda, as entidades
receptoras começam a pedir cada vez mais oferendas com o intuito de estarem sempre
próximas da pessoa, pois sabemos que para que haja aproximação da entidade é necessário
que haja sintonia de pensamentos e sentimentos. Quando fazemos uma oferenda, geralmente
elevamos a nossa faixa vibracional e nos harmonizamos com a entidade. Isso faz com que
comece a haver uma espécie de “vício” ou “ciclo vicioso”, onde entidade e pessoa começam a
precisar da oferenda para se comunicarem.
b) Disso surgem pedidos cada vez mais freqüentes impedindo a evolução da pessoa e da
entidade que começa a ver na oferenda a única forma de contato com a pessoa ofertante.
O nosso objetivo no Centro Espiritualista Caboclo Pery (CECP) é orientar que a oferenda deva
vir apenas como uma representação material de agradecimento e não de comunicação com as
entidades, que basicamente e de maneira geral não precisam de oferenda. Quanto menos
evoluída a entidade e mais apegado a matéria for o médium, mais ambos “precisarão” de
oferendas.
Geralmente faço isso por ocasião do dia do Orixá ou entidade em forma de homenagem, pois
como disse o nosso mentor, Pai Pery: “Amor, fé, estudo doutrinário e o desejo de fazer caridade
desinteressada em retribuição, ofertadas com resignação e humildade”, assim nos dispomos a ser
médiuns. E se dispor a ser médium não significa apenas entrar para a corrente de um terreiro e
dar incorporação. Mas se colocar a disposição, a serviço da caridade. E sabemos muito bem que
não há necessidade da incorporação para que isso ocorra, assim como sabemos também que
arriar oferenda não é “cuidar do santo”.
Com tudo isso exposto, esclareço que o uso da oferenda como elemento de atração, religação
ou ponto de fixação dependerá da orientação de cada dirigente umbandista.
Havendo a real necessidade, a oferenda deve ser feita em locais determinados, normalmente
junto à natureza ou reinos apropriados. Lembrando sempre de deixar o local limpo como foi
encontrado. Sou absolutamente contra, por exemplo, acender velas perto de árvores (risco de
incêndio) ou numa pedra (sujeira da cera).
Nós umbandistas amamos a natureza e as suas energias, como podemos sujar os locais
sagrados para nós? É no mínimo incoerente. E uma coisa que o umbandista não pode ser é
incoerente.
A situação ideal é que todas as oferendas sejam feitas dentro do próprio terreiro em alguma
parte destinada para esse fim.
6. A vestimenta básica do trabalhador de Umbanda é toda branca.
7. Não há, sob hipótese alguma, retribuições financeiras por trabalhos executados, consultas, ou o
que quer que seja, e nada, absolutamente nada, justifica a cobrança de consulta, mesmo que seja
um valor insignificante ou irrisório. Alguns chegam a dizer que é para ajudar na manutenção do
Templo, mas afirmo que esta é uma responsabilidade do Dirigente e seu corpo mediúnico.
Existem inúmeras maneiras de se sustentar um terreiro sem que haja necessidade de se cobrar
por nada que envolva o sagrado.
8. A ascensão ao sacerdócio na Umbanda se faz através do tempo, da propriedade individual, da
constância e seriedade com que o médium se propõe à caridade. Objetivando auxiliar o médium
nesta tarefa, são realizados determinados preceitos e obrigações, testes e avaliações. Mas
fundamentalmente o trabalho, o tempo, a dedicação e o estudo são a firmeza do médium, pois
não adianta fazer uma série de recolhimentos e preceitos se o médium não se entrega à função
sacerdotal dentro e fora do terreiro, com responsabilidade e consciência de seu papel.
9. A prática religiosa deve ser realizada em locais específicos, nos centros. O atendimento na
residência do médium pode se tornar altamente perigoso, pois não haverá as firmezas
necessárias para a descarga dos atendimentos ou trabalhos lá realizados. Muitos médiuns não
vêem problema algum em atender uma ou outra pessoa em casa, entretanto eu afirmo que
existem conseqüências desastrosas para quem começa assim e se deixa levar pela vaidade.
Alguns comentários
1. Sobre Adaptações e Feituras
É comum o médium acreditar que determinados ritos vão lhe conferir maior força, ou maior
propriedade de trabalho. Se isto for imperioso em sua vida, o médium deve procurar outra religião
que lhe seja mais cara ou afim. Na Umbanda compreendemos através de preceitos, estudo,
dedicação, as diferentes formas de manipulação de energia natural e criada e, portanto, procuramos
entender melhor os mecanismos sutis que envolvem e pelos quais somos envolvidos.
Não concordo com mistificações ou adaptações. Não concordo com misturas de ritos visam
exclusivamente atender esse ou aquele. São justamente as adaptações que maculam a
Umbanda, trazendo para Ela ritos pertencentes a outros credos. Isto é uma inconseqüência do
dirigente que foi “mal preparado” ou mal orientado e, portanto se sente inseguro e vai buscar em
outros terreiros a solução para o que não sabe. O resultado dessas buscas e adaptações mal feitas e
mal orientadas é uma má influência na vida do médium e para o nome da Umbanda.
É fundamental que se compreenda a famosa frase “a Umbanda tem fundamento”, mas muitos
acham que o fundamento da Umbanda está fora dela e não dentro dela.
O trânsito de uma a outra religião é até certo modo compreensível, pois o homem sempre
busca algo que lhe complete, no entanto não vamos confundir ou tentar adaptar circunstâncias, ou
seja, se o médium se sente incompleto dentro da Umbanda, que vá buscar outra religião. O que não
pode acontecer é o dirigente “adaptar” ritos para satisfazer as necessidades do médium
Vários médiuns me procuram, dizendo que precisam fazer uma determinada obrigação, que o
“Santo está pedindo”, ou então informam que fizeram tal obrigação para o Santo, que “agora sou isto,
ou aquilo”. Não sou contra, nem tenho a pretensão de julgar ninguém, simplesmente não misturo
rituais. A quem acha que precisa de determinado tipo de trabalho que contraria os princípios básicos
da Umbanda procuro orientar e mostrar que a Umbanda tem seus próprios preceitos e fundamentos e
que não há necessidade de misturar rituais.
Diante da seguinte afirmativa de um médium: “eu preciso fazer um bori”, por exemplo, eu
pergunto: “por quê?” Normalmente o médium não sabe dizer, mas só de ouvir falar acha que precisa
também; que isso irá torná-lo um médium melhor, ou então, que algum pai no santo de outra fé
indicou isso para ele. Olho bem para o médium e faço uma série de perguntas bem simples com o
objetivo de verificar se o médium tem seguido os preceitos básicos indicados pelo nosso terreiro e,
invariavelmente, verifico que a resposta é não.
E porque não? Porque invariavelmente o médium considera que os nossos preceitos são
“fraquinhos”, ou não fortes o suficiente para atender as suas necessidades.
E quais seriam essas “necessidades”? Por que ele “se acha” tanto? Por que ele acha que
precisa de tanta coisa? Geralmente por pura Vaidade! Pura e simplesmente! Vaidade porque?
Porque provavelmente considera o “santo” dele mais forte. Outras tantas por pura insegurança ou por
também por estar acostumado a viver fazendo oferendas e despachos. Não me cabe julgá-lo, mas
sim orientá-lo. Explicando a dinâmica e o funcionamento da mediunidade e do excesso das
oferendas. Meu dever é informá-lo sobre o que é e como é a Umbanda. Deixando-o assim livre para
decidir que caminho deseja tomar.
Ser umbandista é um trabalho diário da prática da Caridade e não o somatório de
despachos e obrigações! Só que esse “trabalho diário” exige mais empenho e auto-conhecimento
do médium, e muitos não estão dispostos a esse trabalho. Então que sigam as suas aspirações,
mudem de culto, mas a Umbanda não pode ser mudada.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Francisco de Assis, o Menestrel de Deus


 Francisco de Assis, o
Menestrel de Deus


 
Refletir sobre a vida de Francisco de Assis é uma oportunidade de relembrar a época do Cristo, os momentos difíceis da idade média e o surgimento do Espiritismo na Terra, bem como nos permite avaliar o significado da paz e do amor.

Na obra “Dias Venturosos”, o espírito Amélia Rodrigues, através da mediunidade de Divaldo Franco, informa-nos que Francisco de Assis é a reencarnação de João Evangelista, que foi um dos maiores apóstolos de Jesus.

João escreveu um dos evangelhos que compõem o Novo Testamento e foi o único dos discípulos que desencarnou de forma natural, sem que tenha sido morto cruelmente. Escreveu, também, o apocalipse, que trata do período de transição planetária que estamos vivendo, não obstante esteja revestido de muita simbologia.

João conheceu Jesus quando era muito novo, por volta dos 15 anos de idade, e dedicou toda a sua vida ao evangelho. Após a crucificação do Cristo foi viver em Éfeso, onde passou a pregar a Boa Nova, tendo convidado Maria de Nazaré para morar consigo.   

É bom lembrar que João foi o único narrador do evangelho a registrar a conversa entre Jesus e Nicodemos, quando o Mestre enfatiza que é necessário nascer de novo para ver o Reino dos Céus, falando, portanto, sobre a reencarnação e sua importância na evolução espiritual da criatura humana.

De personalidade gentil e amorosa, João regressa ao cenário do mundo físico no século XII, em Assis, numa época de profunda miséria moral do ser humano, que estava distante de Deus e das propostas libertadoras do Cristo.

A Igreja Católica estava contaminada pelo luxo e pela indiferença em relação à miséria e ao sofrimento do povo, por isso Jesus o convidou a reconstruir a Igreja. Posteriormente, Francisco de Assis entenderia que o convite não era para reerguer fisicamente a igrejinha de São Damião, mas para chamar a atenção das autoridades eclesiásticas de que o amor ao próximo é a grande mensagem do Cristo para o mundo.

Dessa forma, Francisco de Assis, que renunciou a toda riqueza da família, vai com um grupo de amigos até o Palácio de Latrão, em Roma, onde viu o Papa Inocêncio III mergulhado em luxo e diplomacia, conseguindo apenas uma benção e algumas palavras de encorajamento.

Francisco de Assis prosseguiu amando e servindo a todos, inclusive os hansenianos e os desprezados do mundo. Tinha um carinho especial com a natureza, pois amava os animais e os vegetais, sendo que, em algumas situações, aqueles obedeciam as suas ordens.

A prece de Francisco de Assis é uma das mais belas e profundas, tanto que o espírito Camilo, no livro “A Carta Magna da Paz”, de psicografia do médium Raul Teixeira, além de tratar de outros assuntos, faz uma incomparável abordagem sobre a citada prece.

Num dos capítulos do livro, Camilo destaca o trecho “Senhor, faze de mim um instrumento da tua paz”.

Diz o benfeitor que o trecho
“faze de mim” reflete o nosso desejo de ofertar o melhor para o próximo e para a vida, tratando-se, dessa forma, de uma decisão íntima, uma vez que não há como impor tal forma de agir a ninguém.

Camilo ainda assevera que ao usar o termo
“um instrumento”, Francisco de Assis desejava somar e não ser o único a trabalhar em favor da paz, senão teria dito que ansiava por ser o instrumento da paz.

Assim sendo, a rogativa de Francisco de Assis mostra-se atual e pertinente,
porque nestes dias difíceis necessitamos converter nossa vida num evangelho de feitos com o escopo de conquistar a verdadeira felicidade e aliviar o sofrimento alheio, e, para isso, temos que despertar para o convite do Cristo e decidirmos lucidamente em sermos um instrumento da paz, no lar, no ambiente profissional e na vida social.

Na obra “A Carta Magna da Paz”, Camilo também traz à baila uma observação significativa, ao mencionar o método da contestação franciscana. 

Diz ele que Francisco de Assis discordava de muitas coisas, mas nunca adotou posições violentas, críticas verbais dissolventes, acidez no trato com seus irmãos de caminho, nenhum anátema, mas contestava com a criação de alguma coisa nova. Dessa maneira, não maldiz, não pragueja os ricos: vive com pobre. Não promove ruptura com a igreja, cheia de equívocos: trata de viver no seu bojo toda a luz e todo o vigor aprendido no Evangelho de Jesus. Não instiga uma classe contra outra: propõe condições de vida em que qualquer luta de classes deixa de ter sentido.

Deveremos adotar essa postura pacífica (contestar agindo no bem), de forma que ao discordarmos de algo, não precisamos ser violentos, rudes, maledicentes, basta dar o exemplo pessoal, agindo de forma correta, elevada e pautada pelo amor, sem a presunção de mudar o próximo, mas para a edificação da plenitude interior. 

Nesse período de transição planetária, o vigor do exemplo pessoal, da fidelidade ao evangelho terá mais efeito do que discursos e palavras.   

Francisco de Assis tinha o corpo frágil, contraiu malária e hanseníase, ficou cego, experimentou a fome por conta dos jejuns e da falta de alimentos, mas, como registra o espírito Joanna de Ângelis, no livro “Liberta-te do Mal”, suportou tudo com paz, cantando louvores a Deus e aos Irmãos da Natureza, certamente para nos ensinar a conduta ideal perante o sofrimento.

Seu espírito iluminou a grande noite da idade média, convidando-nos a uma vida simples e com pureza no coração.

Ao desencarnar em 4 de outubro de 1226, Francisco de Assis murmurou: Fiz o que me cabia. E após suave pausa entrecortada pela respiração débil, concluiu: Que Cristo vos ensine o que vos cabe. As Irmãs cotovias, algumas das quais ouviram-no cantar a Palavra um dia no passado, fizeram-se presentes com outras, alegres com a libertação de Francisco, voando em círculos sobre a choupana modesta em que ele se encontrava na amada Porciúncula. (Narrativa de Joanna de Angelis na obra “Liberta-te do Mal”).    

Com o objetivo de minimizar o sofrimento da criatura humana, Francisco de Assis opta por participar de um grande momento da Terra, qual seja, a vinda da religião espírita. 

Ao compulsar o item “prolegômenos” do Livro dos Espíritos, vemos os nomes de alguns notáveis espíritos que participaram da codificação da doutrina espírita, dentre eles, São João Evangelista.

Nas recentes obras de Divaldo Franco, o espírito Philomeno de Miranda descreve algumas admoestações de Francisco de Assis proferidos no mundo espiritual, que, dentre as inúmeras atribuições, tem auxiliado na expansão da doutrina espírita.

Cabe-nos refletir sobre a vida desse notável espírito, trabalhador incansável do evangelho.

Por essa razão, Joanna de Ângelis, na citada obra, homenageia-o com o título “Menestrel de Deus”, que significa poeta medieval de Deus, haja vista que depois de Jesus, Francisco de Assis foi quem mais conseguiu viver o sentimento do amor, sendo para nós a expressão da simplicidade e da paz.
 

domingo, 24 de fevereiro de 2013

AUTODOAÇÃO


AUTODOAÇÃO

Aprende a doar-te, se desejas atingir a prática legítima do Evangelho.
Pregador que se alça à tribuna dourada, derramando conceitos brilhantes, mas não se gasta nos labores que propõe é apenas máquina de falar, inconsciente e inconsequente. O verdadeiro aprendiz da Boa Nova está sempre a postos.
Se convidado a dar algo, abre a bolsa humilde e, recordando-se da parábola da viúva pobre, oferta o seu óbulo sem constrangimento. Se chamado a dar-se, empenha-se no trabalho, gastando-se em amor, consumindo as energias, recordando o Mestre na carpintaria nobre.
Há muita gente nas fileiras do Cristianismo que ensina com facilidade, utilizando linguagem escorreita, falando ou escrevendo, mas logo que é convocada a dar ou doar-se recua apressadamente ferida no amor próprio.
Prefere as posições superiores de mando, distante das honrosas situações do serviço. Pode ser comparada a parasitas em alta posição na árvore de que se nutrem, inúteis.
Em comezinhos exemplos, encontrarás, no quotidiano, o ajudar gastando-se.
A pedra que afia a lâmina consome-se no mister.
A grafite que escreve, desaparece enquanto registra.
O sabão que higieniza, dissolve-se, atendendo ao objetivo.
Em razão disso, não receies sofrer nas tarefas a que te propões.
São os maus que de ti necessitam, Os enfermos te aguardam e os infelizes confiam em ti.
Pede a ti mesmo algo por ele e, embora o teu verbo não tenha calor nem a tua pena seja portadora da fraseologia retumbante, haverá sempre muita beleza em teus atos e muita bondade em teus gestos quando dirigidos àqueles para quem, afinal, a Boa Nova está no mundo, recordando que Jesus, após cada pregação sublime, dava-se a  si mesmo para a felicidade geral.
A estes oferecia a palavra de alento e paz.
Àqueles ministrava, compassivo, lições de vida e gestos de amor.
A uns abria os olhos fechados ou os ouvidos moucos.
A outros lavava as mazelas em forma de pústulas ou recuperava a paz, afastando os Espíritos infelizes.
E a todos se doava, sem cessar, cantando a Boa Nova e vivendo-a entre os sofredores até a Cruz, que transformou em ponto de luz na direção da Vida imperecível.

Joanna de Ângelis / médium Divaldo Pereira Franco
Fonte:  livro Espírito e Vida

TERAPIA DE AMOR


TERAPIA DE AMOR

      ...Divino Médico de todos nós!...
       
        Espíritos enfermos que reconhecemos ser, aqui nos encontramos buscando a terapia da Tua misericórdia, a fim de que nos libertemos das causas geradoras dos males que nos afetam.
        Da mesma forma que disseste à mulher equivocada, que não voltasse a pecar, a fim de que não lhe acontecesse algo pior, ajuda-nos a agir corretamente, a fim de que não nos sucedam novas quedas, propiciadas pelo egoísmo e o orgulho que ainda nos conduzem as ações.
        Somos herdeiros dos próprios atos e a dor tem-nos sido o legado de maior destaque, o que nos revela a condição de indigência em que nos encontramos.
        Conhecedores da Tua palavra e dispostos à renovação, colocamo-nos ao Teu serviço conforme somos e com o pouco de que dispomos.
        Favorece-nos com a medicação preventiva do amor ao próximo e auxilia-nos com a terapêutica do perdão das ofensas, a fim de curarmos as viroses d’alma que nos infetam o corpo, após contaminar-nos os sentimentos, as emoções.
        Agora entendemos melhor os Teus desígnios e candidatamo-nos  a ser discípulos atuantes no campo da caridade, do bem.
        Não nos deixes recuar, nem estacionar, impelindo-nos ao avanço sempre, no rumo da Grande Luz, e ampara-nos, na fragilidade em que estagiamos, favorecendo-nos com a certeza plena da vitória sobre nós mesmos e a liberação consciente de nossas faltas.
        Senhor! Conduze-nos, calvário acima, com os olhos postos na formosa madrugada da ressurreição vitoriosa, que a todos nos espera...
                                       Arnaldo

(De “Nas fronteiras da loucura”, de Manoel Philomeno de Miranda)

O PERDÃO


O PERDÃO 

O  perdão é a cura das memórias, a  assepsia do coração, a faxina da alma.  O perdão é uma necessidade vital e  uma condição indispensável para termos uma  vida em paz com Deus, com nós mesmos  e com o próximo. 
Uma  vez que somos falhos e pecadores, estamos  sujeitos a erros. Por essa razão, temos  motivos de queixas uns contra os outros.  As pessoas nos decepcionam e nós decepcionamos  as pessoas.
É impossível termos uma vida cristã saudável sem o exercício do perdão. Quem não perdoa não pode adorar a Deus nem mesmo trazer sua oferta ao altar. Quem não perdoa tem suas orações interrompidas e nem mesmo pode receber o perdão de Deus.
Quem  não perdoa adoece física, emocional e  espiritualmente. Quem não perdoa é entregue  aos verdugos da consciência. O perdão,  portanto, não é uma opção para o  crente, mas uma necessidade imperativa.
O  perdão é uma questão de bom senso.  Quando nutrimos mágoa no coração, tornamo-nos  escravos do ressentimento. A amargura alastra  em nós suas raízes e produz dois  frutos malditos: a perturbação e a contaminação.  Uma pessoa magoada vive perturbada e ainda  contamina as pessoas à sua volta. 
Quando  guardamos algum ranço no coração e  nutrimos mágoa por alguém, acabamos convivendo  com essa pessoa de forma ininterrupta.  Se vamos descansar, essa pessoa torna-se  o nosso pesadelo. Se vamos nos assentar  para tomar uma refeição, essa pessoa  tira o nosso apetite. 
Se  nosso propósito é sair de férias com  a família, essa pessoa pega carona conosco  e estraga as nossas férias. Por essa  razão, perdoar não é apenas uma questão  imperativa, mas, também, uma atitude de  bom senso. O perdão alivia a bagagem,  tira o fardo das costas e terapeutiza  a alma.
Mas,  o que é perdão? Perdão é alforriar  o ofensor. Perdoar é não cobrar nem  revidar a ofensa recebida. O perdão não  exige justiça; exerce misericórdia. O perdão  não faz registro das mágoas. Perdoar  é lembrar sem sentir dor.
Até  quando devemos perdoar? A Bíblia nos  diz que devemos perdoar assim como Deus  em Cristo nos perdoou. Devemos perdoar  de forma ilimitada e incondicional. Devemos  perdoar não apenas até sete vezes, mas  até setenta vezes sete.
Por  que devemos perdoar? Porque fomos perdoados  por Deus. Os perdoados precisam ser perdoadores.  No céu só entram aqueles que foram  perdoados; e se não perdoarmos, não  poderemos ser perdoados. Logo, todo crente  em Cristo precisa praticar o perdão.
Quem  deve tomar iniciativa no ato do perdão?  Jesus disse que se nos lembrarmos que  nosso irmão tem alguma coisa contra nós,  devemos ir a ele. Não importa se  somos o ofensor ou o ofendido. Sempre  devemos tomar a iniciativa, e isso com  humildade e espírito de mansidão. 
Precisamos  entender que nem o tempo nem o silêncio  são evidências de perdão. É preciso  o confronto em amor. Há muitas pessoas  doentes emocionalmente porque não liberam  perdão. 
Há  muitas pessoas fracas espiritualmente porque  não têm a humildade de pedir e  conceder perdão. Precisamos quebrar esses  grilhões, a fim de vivermos a plenitude  da liberdade cristã.
 
O  perdão é a manifestação da graça  de Deus em nós. Se nos afastarmos  de Deus, nosso coração torna-se insensível.  Porém, se nos aproximarmos de Deus, ele  mesmo nos move e nos capacita a perdoar  assim como ele em Cristo nos perdoou

Meu Reino Não é Deste Mundo


Tornou, pois a entrar Pilatos no Pretório e chamou Jesus e disse-lhe:
- Tu és rei dos Judeus?
Respondeu-lhe Jesus:
- Tu dizes de ti mesmo, ou foram outros que te disseram de min?
Disse Pilatos:
- Porventura sou eu Judeu? A tua nação e os pontífices são os que te entregaram nas minhas mãos; que fizeste tu?
Respondeu Jesus: - O meu reino não é deste mundo; se meu reino fosse deste mundo, certo que os meus ministros haviam de pelejar para que eu não fosse entregue aos Judeus, mas agora não é daqui o meu Reino.
Disse-lhe então Pilatos:
- Logo tu és Rei?
Respondeu Jesus:
- Tu o dizes que eu sou Rei; sou rei; não nasci e não vim a este mundo senão para dar testemunho da verdade. Aquele que pertence a verdade escuta a minha voz. (S. JOÃO, cap. XVIII, vv. 33, 36 e 37.)

A vida futura

Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta a que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande principio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não crêem na vida futura, imaginando que ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.
Esse dogma pode, portanto, ser tido como o eixo do ensino do Cristo, pelo que foi colocado num dos primeiros lugares à frente desta obra. E que ele tem de ser o ponto de mira de todos os homens; só ele justifica as anomalias da vida terrena e se mostra de acordo com a justiça de Deus.
Apenas idéias muito imprecisas tinham os judeus acerca da vida futura. Acreditavam nos anjos, considerando-os seres privilegiados da Criação; não sabiam, porém, que os homens podem um dia tomar-se anjos e partilhar da felicidade destes. Segundo eles, a observância das leis de Deus era recompensada com os bens terrenos, com a supremacia da nação a que pertenciam, com vitórias sobre os seus inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram o castigo da desobediência àquelas leis. Moisés não pudera dizer mais do que isso a um povo pastor e ignorante, que precisava ser tocado, antes de tudo, pelas coisas deste mundo. Mais tarde, Jesus lhe revelou que há outro mundo, onde a justiça de Deus segue o seu curso. E esse o mundo que ele promete aos que cumprem os mandamentos de Deus e onde os bons acharão sua recompensa. Aí o seu reino; lá é que ele se encontra na sua glória e para onde voltaria quando deixasse a Terra.
Jesus, porém, conformando seu ensino com o estado dos homens de sua época, não julgou conveniente dar-lhes luz completa, percebendo que eles ficariam deslumbrados, visto que não a compreenderiam. Limitou-se a, de certo modo, apresentar a vida futura apenas como um principio, como uma lei da Natureza a cuja ação ninguém pode fugir. Todo cristão, pois, necessariamente crê na vida futura; mas, a idéia que muitos fazem dela é ainda vaga, incompleta e, por isso mesmo, falsa em diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais do que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a incredulidade.
O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o quando os homens já se mostram maduros bastante para apreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura deixa de ser simples artigo de fé, mera hipótese; torna-se uma realidade material, que os latos demonstram, porquanto são testemunhas oculares os que a descrevem nas suas fases todas e em todas as suas peripécias, e de tal sorte que, além de impossibilitarem qualquer dúvida a esse propósito, facultam à mais vulgar inteligência a possibilidade de imaginá-la sob seu verdadeiro aspecto, como toda gente imagina um país cuja pormenorizada descrição leia. Ora, a descrição da vida futura é tão circunstanciadamente feita, são tão racionais as condições, ditosas ou infortunadas, da existência dos que lá se encontram, quais eles próprios pintam, que cada um, aqui, a seu mau grado, reconhece e declara a si mesmo que não pode ser de outra forma, porquanto, assim sendo, patente fica a verdadeira justiça de Deus.

"A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier - Emmanuel

Efeitos do Pensamento Segundo o Espiritismo

Efeitos do Pensamento Segundo o Espiritismo


Podemos observar como ao longo do século XX, não apenas surgiram importantes elementos para comprovar a realidade da ação do pensamento em nossas vidas, como experimentos em reconhecidos centros de pesquisa do mundo através da sujeição de pessoas a testes rigorosos ou instrumental revolucionários, comprovaram essa verdade. Sem os recursos sofisticados citados, todavia, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Allan Kardec apurou dados não apenas surpreendentes como merecedores de reflexão, notadamente no que se refere aos efeitos do pensamento. Concluiu o pesquisador que as irradiações ou emanações resultantes do pensamento não apenas circulam por um campo fluídico imponderável e invisível - atmosfera fluídica da Terra -, como também estão impregnados e revestidos por uma variação fluídica peculiar a cada individualidade.
Assim como nossa impressão digital, dado que, apesar dos bilhões de seres compreendidos pela Humanidade, não se repete, independentemente da raça, etnia, povo. Chama tal fluido perispiritico, tão imponderável como a luz, a eletricidade ou o calor, sendo percebido apenas pelos efeitos que revela. Embora ainda hoje somente visível por pessoas dotadas de percepções mediúnicas mais pronunciadas, no estado de emissão, o pensamento se apresenta sob a forma de feixes luminosos, muito semelhantes à luz elétrica difundida no vácuo.


A propósito, o pesquisador Ernesto Bozzano, em seu livro PENSAMENTO E VONTADE (feb), transcreve interessante depoimento de dois celebres médiuns videntes – Annie Besant e Charles Leadbeater -, em que dizem que “um pensamento implicando uma aspiração pessoal de quem o formulou, volteia, ao derredor do seu criador, pronto sempre a reagir benéfica ou maleficamente, cada vez que o sinta em condições passivas”. Afirmam que “alguns assumem forma, representando graficamente os sentimentos que os originaram. A usura, a ambição, a avidez, produzem formas retorcidas, como que dispostas a apreender o cobiçado objeto. O pensamento preocupado com a resolução de um problema, produz filamentos espirais. Os sentimentos endereçados a outrem, sejam de ódio ou de afeição, originam “formas-pensamento” semelhantes aos projéteis. A cólera, por exemplo, assemelha-se ao ziguezague do raio, o medo provoca jatos de substância pardacenta, quais salpicos de lama”.

Kardec revela ainda que o fluído característico de cada pensamento, naturalmente, denota matizes diversos, conforme os indivíduos que o emitem; ora vermelho fraco, ora azulado ou acinzentado, qual ligeira bruma. Geralmente, espalha sobre os corpos circunjacentes uma coloração amarelada, mais ou menos forte. Considera que a qualidade desse efeito está relacionada com o motivo e o estado evolutivo do emissor. Afirma não existirem obstáculos para esse fluído que penetra e atravessa todos, existindo apenas uma força capaz de ampliar ou restringir sua ação: a vontade. Por sinal, seu mais poderoso princípio. Pela vontade, dirigem-se lhe os eflúvios através do espaço, saturam-se dele alguns objetos, ou faz-se que ele se retire dos lugares onde superabunda. Aprofundando suas análises, Kardec diz que nós mesmos, na essência, como Espíritos, somos a individualização do fluido do qual tudo que há na Criação deriva: o Fluido Cósmico Universal.


Assim, cada Ser adquire propriedades características, que distinguem uns dos outros. Nem mesmo a morte apaga esses caracteres de individualização. Cada um de nós tem, pois, fluido próprio, que nos envolve e acompanha como a atmosfera acompanha cada Planeta, sendo muito variável a extensão da irradiação dessas atmosferas individuais. Em repouso, essa irradiação fica circunscrita. Atuando a vontade, pode alcançar distâncias infinitas. A vontade como que dilata o fluido, como o calor os gases.


As diferentes atmosferas individuais se entrecruzam e misturam, sem jamais se confundirem, exatamente como as ondas sonoras se conservam distintas, a despeito da imensidade de sons que simultaneamente abalam o ar. Cada indivíduo é centro de uma onda fluídica, cuja extensão se acha em relação com a força da vontade, do mesmo modo que cada ponto vibrante é centro de uma onda sonora. Das qualidades peculiares a cada fluido, resulta a atração ou repulsão entre eles, as simpatias ou antipatias sem causas determinantes.


Na área de abrangência da atmosfera de um indivíduo, a impressão agradável ou não que sentimos. Entre pessoas cujos sentimentos não partilhamos, os fluidos característicos nos provocam sensação desagradável. Havendo comunhão de objetivos e intenções, experimentamos a harmonia. Acentua que “ninguém pode imaginar a quantas influências estamos assim submetidos à nossa revelia”. Acrescenta Kardec que “em nos movimentando, cada um de nós leva consigo sua atmosfera fluídica como o caracol leva sua concha, sendo que esse fluido deixa vestígios de sua passagem”.


Tratando das influências recíprocas, lembra que, em todas as coisas, duas forças iguais se neutralizam e a fraqueza cede à força. Não sendo todos dotados da mesma energia fluídica, entende-se por que nuns, esse fluido é quase irresistível, enquanto em outros é nulo, sendo algumas pessoas muito sensíveis à sua ação, enquanto outras, refratárias. Nada a ver com força ou fraqueza física, corporal. Comentando sobre a ação que o homem exerce sobre as coisas, assim como sobre as pessoas que o cercam, Kardec observa que, a experiência demonstra que se pode atuar sobre o espírito dos homens, à revelia deles.


Um pensamento elevado, fortemente vibrado, pode conforme sua força, influenciar de perto ou de longe pessoas que nenhuma ideia fazem da maneira por que ela lhes chega, do mesmo modo que muitas vezes aquele que o emite não faz ideia do efeito produzido pela sua emissão. É esse um jogo constante das inteligências humanas e da ação reciproca de umas sobre as outras. Acresça-se a isso a das inteligências dos desencarnados e imaginai o poder incalculável dessa força composta de tantas forças reunidas.


Se se pudesse suspeitar do imenso mecanismo que o pensamento aciona e os efeitos que ele produz de um indivíduo para outro, de um grupo de seres a outro grupo, e, afinal, da ação universal dos pensamentos das criaturas umas sobre as outras, o homem ficaria assombrado. Sentir-se ia aniquilado diante dessa infinidade de pormenores, diante dessas inúmeras redes ligadas entre si por uma potente vontade e atuando harmonicamente para alcançar um único objetivo: o progresso universal. Entendendo a transmissão do pensamento, apreciará em todo seu valor a lei da solidariedade, ponderando que não há um pensamento, seja virtuoso ou de outro gênero, que não tenha ação real sobre o conjunto de pensamentos humanos e sobre cada um deles.


Se o egoísmo o levava a desconhecer as consequências para outrem, de um pensamento perverso, pessoalmente seu, por esse mesmo egoísmo ele se verá induzido a ter bons pensamentos, para elevar o nível moral da generalidade das criaturas, atentando nas consequências que sobre si mesmo produziria um mau pensamento de outrem.


Concluindo suas apreciações sobre o pensamento, Kardec indaga: que serão senão consequência da transmissão do pensamento, esses choques misteriosos que nos advertem da alegria ou do sofrimento de um ente caro? Não é a um fenômeno do mesmo gênero que devemos os sentimentos de simpatia ou de repulsão que nos arrastam para certos Espíritos e nos afastam de outros?

CONVITE À PERSEVERANÇA

CONVITE À PERSEVERANÇA


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CONVITE À PERSEVERANÇA

"...Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo." (Mateus: 10-22).
Não asseveres: "é-me impossível fazer!"
Nem redargas: "Não consigo!"
Nunca informes: "sei que é totalmente inútil aceitar."
Nem retruques: "é maior do que as minhas forças."
Para aquele que crê, o impossível é tarefa que somente demora um pouco para ser realizada, já que o possível se pode realizar imediatamente.
Instado a ajudar não te permitas condições, especialmente se fruis o tesouro da possibilidade.
Fácil ser delicado sem esforço, ser amigo sem sacrifício, ser cristão sem auto-doação...
Perseverança nos objetivos elevados, com oferenda de amor, é materialização de fé superior.
Para que seja atuante, a fé deve nutrir-se do poder dos esforços caldeados para as finalidades que parecem inatingíveis.
Todos podem iniciar ministérios...
Tarefas começantes produzem entusiasmos exaltados.
Mede-se, porém, o verdadeiro cristão e, particularmente, o espírita pelo investimento que coloca na bolsa de valores imortalistas a render juros de paz...
Unge-se, portanto, de fé e deixa que resplandeça a tua fidelidade ao lado de quem padece.
Não fosse o sofrimento, ninguém suplicaria socorro.
Não fosse a angústia ninguém se encorajaria a romper os tecidos da alma para exibir ulcerações...
Ninguém se compraz carregando demorada canga, não obstante, confiando em alívio, lenitivo...
Nas cogitações que te cheguem ao plano da razão, interroga como gostarias que fizessem contigo se foras o outro, o sofredor, o necessitado que ora te roga ajuda.
Assim, envolve-te na lã do "Cordeiro de Deus" e persevera ajudando.
Não somente dando o que te sobra mas aquela doação maior que te parece difícil, a quase impossível...
A perseverança dar-te-á paz e plenitude. Insiste na sua execução.

pelo Espírito Joanna de Ângelis - Do livro: Convites da Vida, Médium: Divaldo Pereira Franco

SOBRAS DA ALMA

SOBRAS DA ALMA


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Davi é uma das esculturas mais famosas do autor renascentista Michelangelo.
O trabalho, uma estátua de mármore que mede cinco metros e dezessete centímetros de altura, retrata o herói bíblico com realismo anatômico impressionante, sendo considerada uma das mais importantes obras desse período da História das artes.
A escultura imponente se encontra em Florença, Itália, cidade que, originalmente, encomendou a obra.
Michelangelo levou três anos para concluí-la, em 1504.
É fascinante perceber a habilidade dos grandes artistas, conseguindo enxergar numa grande pedra uma bela escultura.
Um deles, certa feita, relatou que ficou a fitar um grande bloco de mármore por horas e horas, até visualizar a estátua ali dentro. Depois, segundo contou, bastou tirar as sobras, desbastando a pedra, para que surgisse a escultura perfeita.
Inspirados na sabedoria dos grandes mestres, podemos levar esse entendimento para nossas vidas.
Imaginando que nossa alma é nossa grande obra, a grande escultura que precisamos aformosear, entenderemos que a técnica desses artistas é genial.
Primeiro, a análise demorada. Olhar para dentro da alma, conhecê-la. Penetrar em sua intimidade buscando encontrar-se.
É o conhecimento de si mesmo, a chave de todo progresso moral. A grande viagem para dentro do Espírito, procurando lá o que precisa de reforma, de melhoria.
Quais as nossas maiores imperfeições, nossas dificuldades? E quais também nossas habilidades, nossos potenciais?
Estabelecendo o que precisa ser retirado, encontrando as sobras da rocha do Espírito, começamos então o trabalho de esculpir a alma.
Retirar tudo que não é essencial, que não é nosso, que não faz parte da construção da nossa felicidade.
Remover os vícios, as mágoas, os grandes e pequenos ódios que fomos guardando ao longo das eras.
Retirarmos a poluição mental, os pensamentos de inveja, ciúme e revolta.
Removermos a tristeza e a depressão que já nos fizeram tão mal, que já nos fizeram desistir tantas vezes, soltando o cinzel das mãos por alguns momentos.
Alguns blocos podem ficar sem o trabalho do escultor por um longo período... Mas acabam por não resistir à ação do tempo, e voltam a pedir que o escultor continue... continue.
O processo pode ser doloroso, incômodo, assim como as investidas do artista, com suas ferramentas, contra o mármore.
As primeiras ações são as mais doloridas, pois o bloco ainda está intocado em várias partes. Retirar a alma da inércia espiritual não é nada fácil.
Porém, quanto mais vamos retirando, mais da nossa verdadeira essência vamos enxergando, e isso concede ânimo, energia, para não retardar o trabalho de escultura.
Após algum tempo, após algumas reencarnações, começaremos a vislumbrar a beleza de Davi no meio de tantos pedaços de pedra que foram vertendo da pedra bruta.
É assim que esculpimos a alma, nossa grande obra-prima, que inicia sua jornada na simplicidade e na ignorância, e que a devemos concluir na perfeição, na felicidade.
Nossa alma, nosso Davi, nossa grande obra!


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Água Irradiada Para Os Irmãos Menores Animais


Água Irradiada Para Os Irmãos Menores Animais


Ainda existe certa resistência quando se fala em passes para animais ou irradiação da água para estes irmãos, mas tudo é simples quando visto a luz da própria Doutrina. Porém a dúvida sempre persiste: Água fluidificada ou água irradiada?
A resposta também é simples : Para seres humanos água fluidificada, para animais água irradiada. Mas há diferença? Sim, e muita.
Iniciemos com uma importante frase de Bezerra de Menezes, do livro Loucura e Obsessão -As Consultas-, quando ele coloca que : “A água, em face da constituição molecular, é elemento que absorve e conduz a bioenergia que lhe é ministrada”.
Ou seja, a fluidificação da água é aquela em que fluídos vitais necessários à cura do Espírito são colocados e agem como medicamentos no corpo astral, já que nos seres humanos, devido à lei de Causa e Efeito, a doença se inicia no Espírito e posteriormente surge no corpo físico. Nos animais o processo da doença não é o mesmo, ela se inicia no corpo físico , na maioria das vezes as doenças surgem mais por culpa, se podemos assim colocar, do tutor do que propriamente pela necessidade do tutelado, pois que os animais não estão sujeitos a lei de Causa e Efeito, portanto é necessário que a água aja não no corpo espiritual e sim no corpo material que absorve o magnetismo negativo que muitas vezes provêm dos tutores, por isso a necessidade de se atentar a grande responsabilidade que os tutores têm por seus tutelados.
Nos dois casos o processo de mudança ocorre através da prece e do auxílio dos benfeitores espirituais, tanto para irradiá-las quanto para fluidificá-las. Assim, diferentemente da água fluidificada onde os fluidos medicamentosos agem no Espírito a água irradiada é, em suas moléculas, acrescida de componentes magnéticos mais materiais, que irão criar uma condição diferente para a melhora da saúde física dos animais, já que, tal como ocorre no passe, muito embora a matéria destes irmãos assemelhe-se a nossa, a energia que a reveste bem como suas necessidades materiais e espirituais são diferentes das dos seres humanos, mas ambas possuem a mesma finalidade, a qual foi bem definida por André Luiz, quando se refere a cura : "[...] precioso esforço de medicação pode ser levado a efeito. Há lesões e deficiências no veículo espiritual a se estamparem no corpo físico, que somente a intervenção magnética consegue aliviar, até que os interessados se disponham à própria cura".
No caso dos animais, onde a doença existe no corpo material, esses componentes da água irradiada irão criar uma aglutinação nas células desses irmãos, fortalecendo-as assim como a seus órgãos afetados, possibilitando que o tratamento recebido pelos veterinários da Terra surtam um efeito mais positivo , pois a irradiação da água vem para unificar esses tratamentos e harmonizar o sistema nervoso central de nossos irmãos.
Ao contrário da água fluidificada, a qual sempre se pode adicionar mais água e o efeito será o mesmo, a adição de mais água, no caso da irradiada, não permitirá que o mesmo efeito ocorra, exatamente por se tratar mais da parte material que espiritual, assim, a adição de água acaba por enfraquecer, diminuindo a quantidade de componentes que iriam agir na matéria.
Uma questão que pode surgir ainda é: pode-se irradiar a água em casa ou em clínicas veterinárias para fortalecer assim o campo magnético do animal assistido? Sim, tal como é possível fluidificar a água durante o Evangelho no Lar, é possível também irradiar a água que será ministrada aos irmãos menores animais, basta para isso a utilização de um recurso simples, o recurso da prece e da comunhão de pensamentos com os irmãos zoófilos que irão transformar nosso magnetismo, tal como no passe, para a energia necessária a esses irmãos. A água é um recurso necessário tanto para os animais humanos, quanto para os animais não humanos, tal como diz Allan Kardec ao se referir à água em seu livro A Gênese : “[...] as mais insignificantes substâncias, como a água, por exemplo, podem adquirir qualidades poderosas e efetivas, sob a ação do fluido espiritual ou magnético, ao qual elas servem de veículo, ou, se quiserem, de reservatório.”
Sendo assim, a irradiação da água para os irmãos menores animais, bem como a fluidificação da água para os seres humanos, ou animais humanos, serve como veículo, ou ainda como coloca o próprio Kardec “como reservatório de poderosos componentes que irão agir no organismo de cada um”, transformando-se num poderoso recurso para as necessidades e desequilíbrios que causamos a nossos pequemos irmãos .

Referências
Allan Kardec- A Gênese
Divaldo Franco- Loucura e Obsessão
André Luiz -Nos Domínios da Mediunidade