A Caminho da Luz

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A TERAPIA DO PERDÃO

 A TERAPIA DO PERDÃO

A crença de que desordens afetivas possam originar efeitos biológicos indesejáveis é antiga e é também hoje motivo de pesquisa na medicina psicossomática. Múltiplos fatores psicológicos e biológicos estão interligados em nossas funções gastrintestinais. Há uma gama de distúrbios nos quais a relação mente-soma está intimamente intrincada, tendo merecido grande número de estudos, tanto na psiquiatria quanto na gastroenterologia. Entre estes, a síndrome do cólon irritável (diarréia nervosa) parece ser a mais frequentemente observada, estando associada na maior parte dos casos à ansiedade ou depressão. A ponte entre a Microbiologia a Psicologia, pode ser feita observando-se o aumento da freqüência da manifestação do Herpes simples em pessoas deprimidas.
O Herpes simples é um vírus que exibe afinidade dermoneurotrópica, mostrando tendência à citopatogenicidade focal, que se traduz pelo aparecimento de pústulas na pele. São lesões autolimitadas recorrentes de curta duração.
Na dependência de estímulos diversos, físicos, emocionais, hormonais, etc, os vírus podem ser ativados e promover recidivas, geralmente nos mesmos locais. Outros estudiosos relatam o aumento de infecções respiratórias em pacientes com nível de estresse mais elevado.
A viuvez pode provocar efeitos adversos sobre o sistema imune humoral, responsável pela produção de proteínas denominadas imunoglobulinas (anticorpos) . Estes anticorpos são capazes de aderir e destruir especificamente antígenos invasores. O sistema imune celular, composto por glóbulos capazes de eliminar células cancerosas ou infectadas por microrganismos (tuberculose, hanseníase), também é atingido. Demonstrou-se posteriormente que pacientes internados, muito solitários, apresentavam alterações na atividade dos linfócitos "matadores naturais". Esses linfócitos matadores foram assim chamados por destruírem certas formas de células tumorais.
Em estudantes de medicina fenômeno semelhante foi encontrado, quando iam ser submetidos a avaliações dos seus desempenhos acadêmicos (provas). Mostrou-se ainda que pessoas muito deprimidas são menos competentes na reparação de DNA (leucócitos submetidos aos raios X) do que pacientes com nível mais baixo de depressão.
Hoje sabemos que determinados fatores (Interleucina II) são produzidos pelos linfócitos T4 que ativam diversos mecanismos em defesa do organismo. Médicos residentes submetidos a alto índice de estresse apresentaram baixos níveis de linfócitos matadores e Interleucina II e aumento de infecções respiratórias.
Admite-se hoje que o estresse produz a imunossupressão dos mecanismos ligados não só às infecções, mas também aos ligados as doenças malignas e as enfermidades auto-imunes. Estas observações deverão ser valorizadas principalmente pelas pessoas que sofrem e não perdoam e por aquelas que estão lidando com elas.

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