MENSAGEM SOBRE O ABORTO DE ANENCÉFALOS
Joanna de Ângelis
Nada
no Universo ocorre como fenômeno caótico, resultado de alguma desordem
que nele predomine. O que parece casual, destrutivo, é sempre efeito de
uma programação transcendente, que objetiva a ordem, a harmonia.
De
igual maneira, nos destinos humanos sempre vige a Lei de Causa e Efeito,
como responsável legítima por todas as ocorrências, por mais
diversificadas apresentem-se.
O Espírito progride através das
experiências que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual
enquanto lapida as impurezas morais primitivas, transformando-as em
emoções relevantes e libertadoras.
Agindo sob o impacto das
tendências que nele jazem, fruto que são de vivências anteriores,
elabora, inconscientemente, o programa a que se deve submeter na
sucessão do tempo futuro.
Harmonia emocional, equilíbrio mental,
saúde orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária
denominação, fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata
proposta evolutiva.
Todos experimentam, inevitavelmente, as
consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas
manifestações verbais e realizações exteriores.
Sentindo,
intimamente, a presença de Deus, a convivência social e as imposições
educacionais, criam condicionamentos que, infelizmente, em incontáveis
indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno da sua origem
espiritual, da sua imortalidade.
Mesmo quando se vincula a alguma
doutrina religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento
moral permanece materialista, utilitarista, atado às paixões defluentes
do egotismo.
Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios adviriam
da convicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por
constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.
Na
falta desse equilíbrio, adota-se atitude de rebeldia, quando não se
encontra satisfeito com a sucessão dos acontecimentos tidos como
frustrantes, perturbadores, infelizes...
Desequipado de conteúdos
superiores que proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança,
essa revolta, estimulada pelo primarismo que ainda jaz no ser,
trabalhando em favor do egoísmo, sempre transfere a responsabilidade dos
sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos outros, às circunstâncias
ditas aziagas, que consideram injustas e, dominados pelo desespero fogem
através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o degrada, entre
os quais o nefando suicídio.
Na imensa gama de instrumentos
utilizados para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou
mediante quedas espetaculares de edifícios, de abismos, desarticula o
cérebro físico e praticamente o aniquila...
Não ficariam aí, porém,
os danos perpetrados, alcançando os delicados tecidos do corpo
perispiritual, que se encarregará de compor os futuros aparelhos
materiais para o prosseguimento da jornada de evolução.
*
É
inevitável o renascimento daquele que assim buscou a extinção da vida,
portando degenerescências físicas e mentais, particularmente a
anencefalia.
Muitos desses assim considerados, no entanto, não são totalmente destituídos do órgão cerebral.
Há, desse modo, anencéfalos e anencéfalos.
Expressivo
número de anencéfalos preserva o cérebro primitivo ou reptiliano, o
diencéfalo e as raízes do núcleo neural que se vincula ao sistema
nervoso central…
Necessitam viver no corpo, mesmo que a fatalidade da morte após o renascimento, reconduza-os ao mundo espiritual.
Interromper-lhes
o desenvolvimento no útero materno é crime hediondo em relação à vida.
Têm vida sim, embora em padrões diferentes dos considerados normais pelo
conhecimento genético atual...
Não se tratam de coisas conduzidas
interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a
formação orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união
do espermatozoide com o óvulo.
Faltou na gestante o ácido fólico, que se tornou responsável pela ocorrência terrível.
Sucede,
porém, que a genitora igualmente não é vítima de injustiça divina ou da
espúria Lei do Acaso, pois que foi corresponsável pelo suicídio daquele
Espírito que agora a busca para juntos conseguirem o inadiável processo
de reparação do crime, de recuperação da paz e do equilíbrio antes
destruído.
Quando as legislações desvairam e descriminam o aborto do
anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a passos
largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.
...E
quando a humanidade mata o feto, prepara-se para outros hediondos
crimes que a cultura, a ética e a civilização já deveriam haver
eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
Todos os
recentes governos ditatoriais e arbitrários iniciaram as suas dominações
extravagantes e terríveis, tornando o aborto legal e culminando, na
sucessão do tempo, com os campos de extermínio de vidas sob o açodar dos
mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de política, de
sociedade...
A morbidez atinge, desse modo, o clímax, quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
As
loucuras eugênicas, em busca de seres humanos perfeitos, respondem por
crueldades inimagináveis, desde as crianças que eram assassinadas quando
nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não servindo para as guerras,
na cultura espartana, como as que ainda são atiradas aos rios, por
portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas tribos
primitivas.
Qual, porém, a diferença entre a atitude da civilização
grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em relação
ao anencéfalo?
O processo de evolução, no entanto, é inevitável, e
os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas
experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento,
aprendendo através do sofrimento a respeitar a vida…
*
Compadece-te e ama o filhinho que se encontra no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.
Considera
que se ele houvesse nascido bem formado e normal, apresentando depois
algum problema de idiotia, de hebefrenia, de degenerescência, perdendo
as funções intelectivas, motoras ou de outra natureza, como acontece
amiúde, se também o matarias?
Se exercitares o aborto do anencéfalo
hoje, amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado,
poupando-te o sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
Aprende a viver dignamente agora, para que o teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.
Joanna de Ângelis
(Página
psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica
da noite de 11 de abril de 2012, quando o Supremo Tribunal de Justiça,
estudava a questão do aborto do anencéfalo, no Centro Espírita Caminho
da Redenção, em Salvador, Bahia.)
Postado por Casa da Prece Chico Xavier ás 12:09
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