CONHEÇA JOÃO DE DEUS E O PODER DA FÉ - 3
"Impossível",
o radiologista tinha dito. Não houve qualquer explicação médica para
isso. "Se nós compreendessemos o papel que João de Deus está
desempenhando na reversão da doença," diz o médico, "nós deveríamos
estar fazendo isso aqui."
Quando
você considera as inúmeras coisas invisíveis que tem uma inegável
energia -- como as ondas de som, microondas, as emoções como raiva ou
inveja, o vento e, claro, o poder universal do amor --, parece tolo
invocar o olho nu para fazer a prova do "nada". No entanto, isso é o que
fazemos. Tabelas e gráficos, raios-x e exames comprovam aquilo que
sabemos existente, mas a crença sem a documentação, algo que percebemos
com um dos nossos cinco sentidos, é considerada uma fé cega.
O
que eu acredito? Eu não tinha certeza. Histórias como as de Edwene eram
interessantes, mas eu não estava convencida. Gostaria de saber se a
prova adicional que eu estava buscando seria encontrada no Brasil.
Gostaria de saber se João de Deus preencheria o buraco que se criou
dentro de mim e me ajudaria a amar minha vida de novo, uma vida que não
continha o meu pai. "Nenhuma doença física ou psíquica é além da
possibilidade de cura", diz um folheto distribuído na "Casa Dom Inácio".
"A cura pode ser física ou espiritual". Era impossível ver esta
afirmativa e não pensar em milagres, mistérios e poderes sobrenaturais.
* * *
O
"Hotel Rei Davi" é um modesto prédio de dois andares, pintado de um
verde jade macio. Oito vezes por ano, cerca de 15 visitantes ocupam seus
quartos, de onde são guiados pelo proprietária, Heather Cumming, para
ver João de Deus. Nascida no Brasil, de pais escoceses, levantadas na
pecuária interior do país, Heather fala português perfeito, bem como
espanhol, francês, inglês com um suave sotaque. Ela é alta e tem uma
maneira delicada. Quando o meu táxi parou na manhã de domingo, ela me
cumprimentou com um abraço. Um grupo que tinha chegado na semana
anterior estava lá, ela explicou, mas eu não poderia vê-los todos,
porque muitos estavam se recuperando de uma cirurgia invisível, dormindo
o tempo todo.
Em
Abadiânia, a semana é dividida em duas partes: de sábado a terça-feira,
quando a "Casa DOm Inácio" é pouco frequentada, porque o médium João de
Deus não está na residência; e de quarta a sexta-feira, quando ele
dirige seu Ford 250 pickup de sua fazenda nos arredores da cidade
vizinha de Anápolis, deixando para trás sua esposa, Ana Keyla Teixeira
Lourenço, e vê centenas de pessoas desde o amanhecer até o anoitecer.
Heather
tem uma ligação estreita com a "Casa DOm Inácio". Como estudante de
Reiki e xamanismo, ela chegou a Abadiânia dez anos atrás, em uma busca
espiritual. Durante sua visita, o espírito que dirigia os trabalhos por
intermédio de João de Deus convidou-a para observar uma cirurgia física.
"De repente, senti uma onda de energia, muito agradável, mas muito
forte", lembrou. "E então eu acordei em uma maca". Em outra ocasião, ela
foi às lágrimas. "Eu estava chorando e o médium João de Deus
perguntou-me porquê. Eu lhe disse que tinha experimentado o amor
incondicional pela primeira vez."
Agora Abadiânia é o lar de Heather. Ela também é co-autora do livro "João de Deus: o Curandeiro Brasileiro que tocou as vidas de milhões".
E, nesta minha chegada, ajudou a levar minha bagagem até o segundo
andar, quando ela aconselhou: "Não acredite em tudo você pensa".
Meu
quarto era simples e limpo, com uma aura de tranqüilidade que me fez
deitar imediatamente e dormir por cinco horas. Eu acordei ao cair da
noite, sentindo-se desorientada. A luz da noite derrava-se através de
minha janela. Não havia ninguém por perto. Saí pela porta da frente e
caminhei ao longo da estrada até a "Casa". O céu estava cor de laranja e
vermelho exuberante, as aves ainda estavam cantando e um cão amarelo de
aparência feliz saiu da estrada e correu ao meu lado. Eu andei por
pequenas lojas, algumas das quais tinham em exposição roupas brancas --
uma vestimenta recomendada por "João de Deus" para ser usada durante as
sessões, pois facilitaria ver a aura das pessoas.
Havia
uma série de pequenos hotéis, pintados com cores vivas, alinhados lado a
lado: lilás roxo, canário verde, amarelo limão. Um deles, um edifício
cor de coral de um só andar, aberto para a rua, exibia num telão um
vídeo sobre o médium da cidade. Um público de cerca de 20 pessoas estava
sentado vendo João de Deus cortar o peito de um homem com o que parecia
ser uma faca enferrujada. Os olhos do homem estavam fechados, e ele
parecia calmo enquanto um filete de sangue escorria por sua camisa
branca.
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