CONHEÇA JOÃO DE DEUS E O PODER DA FÉ - 2
Pacientes chegam a Abadiânia de todo o mundo |
"Eu
estive esperando por você", disse Edwene Gaines no corredor do avião
que nos levou à longa viagem com destino a Abadiânia, no Brasil. Ela
tinha 71 anos, com cabelos platinados curtos e um sotaque do sul dos
mais bonitos que eu já ouvi, evidentemente natural de Valley Head,
Alabama. "Você está indo a trabalho ou por prazer?", perguntou ela,
iluminando o rosto com um sorriso.
Por
um momento eu não sabia o que dizer. Afinal, estava indo ao encontro de
um "curandeiro espiritual" brasileiro famoso em todo o mundo e
procurava em mim mesma as razões daquela aventura. "Prazer, eu espero",
disse. "E você?", perguntei. "Oh, eu estou indo ver João de Deus."
E
com isso nós partimos num avião 757, de Atlanta para Brasília. Logo
descobrimos que no mesmo vôo estava uma chilena chamada Edwene, uma
pastora e palestrante motivacional, autora de "As Quatro Leis
Espirituais da Prosperidade", e que contou a história de seu aneurisma
cerebral, considerado inoperável por cinco neurocirurgiões. "Procure
deixar suas coisas em ordem", teria sido a última recomendação dos
médicos. "E tente não espirrar", completaram os médicos, admitindo sua
absoluta fragilidade. "Então eu percebi que não estou pronto para ir
ainda".
Após
o diagnóstico atroz, por insistência de seu grupo de oração (no qual
todos disseram que receberam a mesma visão de João de Deus iria
curá-lo), Edwene viajou para a "Casa Dom Inácio". "Eu estava nervosa e
cética", disse ele. "Mas o que eu tenho a perder?"
Quase
que imediatamente à sua chegada, a entidade espiritual que acompanha o
médium realizou a cirurgia invisível sobre ela. Foram 40 minutos de um
processo que o envolveu profundamentre, sentado em uma sala de meditação
em grupo, com a mão direita sobre o coração. Ninguém tocou nela, mas,
Edwene lembra: "senti as coisas se movendo em minha cabeça. Não houve
dor, mas foi diferente". Depois disso, o pastor caiu exausto por 24
horas. Oito dias depois, foi informada que os "pontos" seriam removidos.
"Naquela noite eu pude sentir na minha cabeça: ping! ping! ping!, como
se pontos fossem puxados para fora". Posteriormente, uma tomografia
computadorizada revelou a verdade: seu aneurisma se foi. "Sou muito
grata", disse, apontando para os céus. Desde então, ela voltou à "Casa
Dom Inácio" por duas vezes, na última trazendo um grupo de 20 pessoas
que também procuravam cura.
RAZÕES PESSOAIS -
Minha razão para visitar o João de Deus foi menos traumática. No
entanto, a experiência foi igualmente impactante. Enquanto eu estava
sentada no avião, me lembrei que faxia dois anos que meu pai havia
morrido repentinamente de um ataque cardíaco. Nós éramos muito próximos e
ele tinha apenas 70 anos, estava em plena forma. Até aquele momento eu
tinha sido quase ridiculamente protegido da tragédia, e eu não estava
preparada para o tsunami de tristeza que tomou conta de tudo o que eu
sabia. Nós todos temos nossos encontros com o desgosto, mas este tipo de
tristeza era algo desconhecido para mim. Ele vasculhou tudo, deixando
meus nervos e emoções expostas. Era um peso físico real que eu
arrastava. Era como se eu usasse óculos escuros todo o tempo, olhando e
não vendo nada, apenas o dia cinzento, zangada com o universo por ter
tirado o meu pai. Os dias de sol tinha desaparecido e eu precisava da
minha vida de volta. Quando alguém mencionou "João de Deus" numa
conversa, o nome ficou na minha cabeça. Eu nunca tinha ouvido falar do
homem, mas por alguma razão eu era obrigada a saber mais.
Apesar
do ceticismo generalizado, a evidência mostra que a energia de cura não
só existe, mas pode ser profundamente poderosa. Tratamentos orientais
tradicionais, como acupuntura e o Reiki, servem para reforçar o corpo e
sua energia vital, conhecida como chi ou prana. Mas a oração como um
canal para a cura eu ainda não conhecia em profundidade.
Embora
a crença na eficácia da oração seja tão antiga quanto a civilização, os
resultados são difíceis de definir. Bernard Grad, PhD., biólogo
canadense de McGill University, trabalhou com um medium chamado Oskar
Estebany, realizando estudos controlados no final dos anos 50 e 60.
Usando ratos que tinham sido uniformemente feridos, Estebany colocaria
as mãos sobre as gaiolas, disposto a curar os animais. Os resultados
foram dramáticos: em um experimento, as feridas em ratos tratados por
Estebany eram "significativamente menores" do que as dos ratos que
tinham sido deixados para cicatrizar por si próprios. A equipe também
descobriu que as sementes da planta exposta a cura energética cresceu a
um ritmo mais rápido. Havia uma força aqui, eles concordaram, e ele
parecia estar fazendo algo benéfico. O que era essa força, no entanto,
ninguém poderia dizer com certeza.
Um
médico que sabia de meu interesse em João de Deus me ofereceu seu
precioso relato. Mehmet Oz, como um cirurgião cardíaco, a sua formação
tinha sido rigorosamente científica, mas ele queria saber sobre o que a
medicina ocidental ainda não sabia. "Acho que a grande nova fronteira é
abrir as portas para a medicina da energia", disse. "Isto amplia as
nossas possibilidades de cura".
E
as histórias que saem de Abadiânia desafiou postura ortodoxa da
medicina. Há cinco anos, Oz tinha participado de um programa na
"Primetime Live", que teve como foco João de Deus. Ele examinou horas de
filmagens das sessões de cura, verificou exames e laudos de biópsia,
mas havia resultados que não podia explicar; como o encolhimento de um
cancro agressivo, por exemplo. "Um dos pacientes tinha um glioblastoma,
que é um tumor cerebral extremamente mortal," lembrou Oz. "A doença
estava no nível 4 e, após a biópsia, ficou provada a cura". Como uma
credencial adicional, a biópsia foi feita no "Hitchcock Medical Center",
em Dartmouth, um hospital de destaque. "Eu levei os exames até o meu
médico radiologista, juntamente com um novo conjunto de exames do
paciente [tomada depois de sua visita a João de Deus], que mostrou que o
tumor havia calcificado e, essencialmente, morreu."
Nenhum comentário:
Postar um comentário