A Caminho da Luz

quarta-feira, 19 de junho de 2013

“TOMAR UNS PASSES”


“TOMAR UNS PASSES”
De quando em vez, ouves alguém te dizer que se encontra necessitado de ir ao Centro Espírita para “tomar uns passes”...
- A qualquer hora – dizem os que assim se expressam –, lá comparecerei, porque estou muito necessitado de uns passes...
E complementam:
- Qual é mesmo o dia da reunião?...
A culpa de tão grande equívoco, quanto à finalidade de um Centro Espírita, não pertence somente a eles, que, com certeza, de Espiritismo não sabem absolutamente nada.
Vocês me desculpem a franqueza, mas a culpa maior é nossa mesmo, ou seja, dos espíritas, que, infelizmente, vêm desvirtuando o Centro Espírita da real tarefa que deve cumprir junto à comunidade.
Centro Espírita não é para livrar ninguém de seus “encostos”, nem para aliviar o peso de quem se encontra “carregado”, para que, depois, ele continue aprontando como sempre aprontou...
Quanta ignorância, da parte de quem continua a ver na religião única e tão somente uma espécie de muleta para quando ele estiver trôpego!
Todavia, enquanto nós não transformamos os Centros Espíritas naquilo que eles, verdadeiramente, devem e precisam ser –Universidade do Espírito –, a Doutrina continuará pagando o preço de nossas limitações no que tange ao seu conhecimento e aplicação.
Não ignoramos que, sem dúvida, o Centro, a encarnados e desencarnados, é um pronto-socorro e um hospital, mas, acima de tudo, deve ser oficina de trabalho e escola.
Precisamos, sim, começar a modificar esta mentalidade em quem recorre aos seus préstimos espirituais apenas para “tomar uns passes” – e esta tarefa cabe aos diretores da Instituição pela qual se responsabilizam, que, sem mais demora, sobre a Mediunidade, devem começar a priorizar o estudo da Doutrina nas reuniões abertas ao público.
Talvez, muitos venham alegar que o passe, a água magnetizada, o trabalho de cura e a conversa com os Guias nas reuniões de mediunismo, atraem grande público para o Espiritismo – podem atrair público, mas não atraem adeptos esclarecidos!
E depois, a Doutrina, em tempo algum, se preocupou com o chamado “proselitismo de arrastamento”... Se a Fé Espírita é Raciocinada, evidentemente, que todos somos chamados a refletir sobre os seus postulados, estudando-os e assimilando-os, gradativamente.
Como costuma dizer o preclaro amigo Odilon Fernandes, não é a toa que o Espiritismo é a Religião do Livro!
Em um Centro Espírita que pretende mais bem servir ao Ideal, o estudo da Doutrina precisa ser incrementado, e não somente para grupos fechados – o estudo deve ser aberto a todos, de preferência, sendo levado a efeito nas reuniões públicas.
O estudo primeiro, e o passe depois!
Não há outra maneira de fazermos com que as pessoas, em geral, vejam o Espiritismo com maior seriedade, e como sendo fundamental para que a sua visão da Vida se modifique substancialmente.

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