O
REMÉDIO AMARGO
Uma
mulher estava passando por grandes sofrimentos em sua vida. Estava cheia de
dívidas, seu marido a abandonou, seus filhos brigaram com ela, e havia o risco
de perder a sua casa. Já não aguentava mais aquela situação, e começou a se
questionar o motivo de tamanho sofrimento. Pensou em desistir de tudo e tirar
sua própria vida.
A
noite, em meio a muitas lágrimas derramadas, orou a Deus pedindo que
interrompesse tanto sofrimento, pois ela não queria passar por tudo aquilo. Fez
uma prece declarando: “Deus, por favor, Não consigo aguentar tanto sofrimento,
tantas dificuldades em minha vida. O Senhor é todo poderoso. Suplico que retire
este peso dos meus ombros”.
Após
a oração, a mulher deitou-se e adormeceu. Começo a sonhar que um anjo vinha em
sua presença e lhe dizia as seguintes palavras: “Sou o anjo que Deus enviou para
te acudir nesse momento. Por favor venha comigo”.
No
sonho, a mulher foi seguindo o anjo e percebeu que ambos iam regressando ao seu
próprio passado. Começou a rever várias fases de sua vida, e finalmente parou
numa cena em que ela obrigava seu filho a tomar um remédio. O anjo aproximou-se
e disse: “A resposta as tuas angústias está dentro de ti. Tu mesmo usou este
método para ajudar teus filhos”.
A
mulher olhou a cena e viu que, num passado não muito distante, quando seus dois
filhos ainda eram crianças, ela os obrigou a tomar um remédio bastante amargo.
Um dos seus filhos estava doente, e o médico havia receitado aquele medicamento
afirmando que, caso o menino não o tomasse, poderia ficar ainda mais doente.
Mas, ao contrário, se ele tomasse a medicação, iria melhorar em pouco tempo. A
mãe então levou o remédio para o filho. O menino recusou-se a tomar a medicação,
dizendo que o gosto era muito amargo, e que ele não queria sentir aquilo. A mãe
então disse que ele deveria tomar de qualquer forma, caso contrário iria
castigá-lo severamente. O filho chorou, esperneou, gritou, fez muitas cenas, mas
finalmente tomou o medicamento. Alguns dias depois estava curado de sua
enfermidade.
O
anjo, que acompanhava tudo, perguntou a mulher:
-
Você deixaria de dar este medicamento a seu filho por que ele pediu, alegando
que não queria sentir o gosto ruim do remédio?
-
De jeito nenhum! Respondeu a mãe. Se o medicamento é necessário, e se vai
cura-lo, ele precisa tomar, não importa a sua vontade. Pois naquele momento ele
era uma criança, e não podia entender o que se passava e a importância da
medicação.
O
anjo respondeu:
-
O mesmo ocorre entre você e Deus. Deus é seu pai ou mãe, e a humanidade inteira
são Seus filhos. Os seres humanos são como crianças que não compreendem ainda os
benefícios do remédio amargo dos sofrimentos e provações da vida. Da mesma forma
que tu obrigas teu filho a tomar uma medicação que é para o bem dele, Deus
também nos coloca em circunstâncias que nos são indesejadas, mas que são
imprescindíveis para a cura do nosso espírito. Também para ti, os sofrimentos
são remédios muito amargos, e te revoltas e te recusas a sentir tamanho
dissabor. Procure compreender que, da mesma forma que teu filho precisou do
medicamento para se curar, teu espírito precisa atravessar estas tribulações
para se purificar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário