A Caminho da Luz

terça-feira, 26 de março de 2013

Noções de Espiritismo Noções preliminares


Noções de Espiritismo     Noções preliminares
1. É engano pensar que, para se convencerem, basta aos incrédulos
o testemunho dos fenômenos extraordinários. Aqueles que
não admitem a existência da alma, ou Espírito, no homem, também
não o admitem fora do homem. Assim, negam a causa e, em conseqüência,
negam os efeitos. Via de regra têm uma idéia preconcebida
e um propósito negativo, que impossibilitam a observação
exata e imparcial. Com isso levantam problemas e objeções que
não podem ser respondidas de modo completo porque cada uma
delas exigiria como que um curso, em que as coisas fossem expostas
desde o princípio.
Como essas objeções derivam, em grande parte, do desconhecimento
das causas dos fenômenos e das condições em que os
mesmos se verificam, um estudo prévio teria a vantagem de as
eliminar.
2. Imaginam os desconhecedores do Espiritismo que os fenômenos
espíritas podem ser produzidos do mesmo modo que as
experiências de Física ou de Química. Por isso pretendem submetêlos
à sua vontade e se recusam colocar-se nas condições exigidas
para poder observá-los.
Como, de início, não admitem a existência dos Espíritos e a
sua intervenção, assim desconhecendo a sua natureza e o seu modo
de agir, essas pessoas se comportam como se lidassem com a matéria
bruta. E porque não conseguem aquilo, concluem que não há
Espíritos. Entretanto, se se colocassem em ponto de vista diverso,
compreenderiam que os Espíritos não passam de almas dos ho

mens; que todos nós, após a morte, seremos Espíritos; e que, então,
não teremos disposição para servir de joguete e satisfazer a fantasia
dos curiosos.
3. Mesmo quando certos fenômenos possam ser provocados,
não se acham, de modo algum, à disposição de ninguém, por
isso que provêm de inteligências livres. Quem se dissesse capaz de
os obter sempre que quisesse apenas provaria ignorância ou má-fé.
Há que esperar, para os colher de passagem. E, muitas vezes,
quando menos se espera é que se apresentam os fatos mais interessantes
e convincentes.
Nisto, como em tudo, os que desejam seriamente instruir-se
devem ter paciência e perseverança e se colocar nas condições
adequadas. Sem isto melhor será não cogitar do assunto.
4. As reuniões que visam as manifestações espíritas nem
sempre se acham em condições adequadas à obtenção de resultados
satisfatórios, ou a afirmar convicções. É forçoso, mesmo, convir
que por vezes os incrédulos saem menos convencidos do que entraram
e lançam em rosto dos que lhes falaram do caráter sério do
Espiritismo as coisas ridículas que testemunharam. É verdade que
neste particular não são mais lógicos do que aquele que pretendesse
julgar uma arte pelas primeiras demonstrações de um aprendiz,
ou uma pessoa pela sua caricatura ou, ainda, uma tragédia por sua
paróquia.
Também o Espiritismo tem os seus aprendizes. E quem quiser
informar-se não deve buscar os ensinos numa fonte única, porque
somente o exame comparado pode permitir se firme uma opinião.
5. Têm as reuniões frívolas o grande inconveniente de dar
aos novatos, que as assistem, uma falsa idéia do caráter do Espiritismo;
e os que só hajam freqüentado reuniões de tal espécie não
podem levar a sério uma coisa que aos seus olhos é tratada com

somenos importância pelos que se dizem seus adeptos. Um estudo
prévio ensinar-lhes-á a avaliar o alcance daquilo que vêem e distinguir
entre o bom e o mau.
6. Idêntico raciocínio se aplica aos que julgam o Espiritismo
pelo que dizem algumas obras esquisitas, que o apresentam de
modo ridículo e incompleto.
Não pode o Espiritismo sério responder pelos que mal o compreendem,
ou o praticam em desacordo com os seus preceitos, do
mesmo modo que não responde a Poesia pelos que fazem versos
maus.
Deplora a existência de tais obras, prejudiciais à verdadeira ciência.
Na verdade seria preferível que só as houvesse boas. Entretanto,
o maior mal está em que não se dêem ao trabalho de as estudar
todas.
Aliás, todas as artes, como todas as ciências, estão no mesmo
caso. Não aparecem tratados cheios de erros e de absurdos sobre as
coisas mais sérias? Por que seria, em particular, o Espiritismo
privilegiado, principalmente em seu início?
Se os que o criticam não julgassem pelas aparências, saberiam
aquilo que ele admite e aquilo que ele rejeita e não o responsabilizariam
por aquilo que ele repele em nome da razão e da experiência.


Nenhum comentário:

Postar um comentário