A Caminho da Luz

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Mistério da Morte



O Mistério da Morte

No dealbar do século XXI, o Homem continua a enfrentar determinados mistérios que nao consegue compreender nem decifrar; entre eles, está o da morte, um fato inevitável e irreversível, que constituiu a única previsao passível de ser feita em relacao ao futuro.

A falta de conhecimentos sobre a morte, fez com que um conjunto de ideias e de conceitos a este respeito - por vezes sem fundamento - se cristalizassem na mente humana durante centenas de anos.

O Espiritismo veio desmistificar estas ideias e ajudar o Homem a compreendê-la de uma forma clara e racional, fazendo com que seja encarada de um modo menos soturno. Veio também auxiliar a trabalhar o plano das emocoes, para que zhaja a capacidade de enfrentar a dor e o sofrimento, perante a morte de uma pessoa querida.

Diversas obrar psicografadas por médiuns contêm mensagens de pessoas que já deixaram o corpo físico, ou seja, que já morreram; vêm relatar as suas experiências, o que lhes aconteceu após o momento da morte e, ainda, todas as implicacoes a esta subjacentes.

Através da mediunidade admirável do bondoso e respeitado Chico Xavier, muitas famílias receberam mensagens dos que já partiram, aí encontrando o consolo que procuravam, assim como a confirmacao de que a vida continua depois da morte, pois muitos dos fatos descritos pelos espíritos comunicantes, apenas eram conhecidos pelas respectivas familias.

Contudo, o que para uns é natural - por fazer parte da evolucao do seu humano - e necessário (para que o espírito possa voltar ao corpo físico todas as vezes que for preciso, a fim de progredir) para outros, já nao o é, porque o medo continua a ser o sentimento que predomina quando se pensa ou fala na morte.

Há várias razoes para que isto se dê, mas citam-se apenas três: as lembrancas que estao guardadas no espírito (que as transporta consigo, e das quais nao se tem consciência) de mortes trágicas e dolorosas que se tiveram nas passadas encarnacoes, nos tempos de selvageria por que passou na Terra, e o Homem com ela; e a ideia de que há um Deus que julga, o que leva a associá-lo com o céu, o inferno ou o purgatório, que ainda se encontram nos arquivos mentais humanos; e a profunda tristeza gerada à volta da morte, o que também a torna obscura e sombria.

Ora, porém, pessoas que passam a encarar a morte de um modo mais ameno e racional, depois de passarem pela experiência da "perda". Após este episódio, costumam ir ao encontro da religiao, desenvolvendo a sensibilidade e dando mais atencao ao seu próximo. Há vários casos (muitos deles, até, registrados em livros espíritas), de pais que perderam os filhos e que, para aprenderem a lidar com a dor, transferiram o seu afeto para pessoas necessitadas.

Tudo isso faz pensar na sabedoria de Deus. O amor que estava dirigido apenas para uma pessoa, multiplica-se e volta-se para outras tantas, carentes deste sublime sentimento.

As mensagens de jovens que já tinham morrido e que, através da psicografia de Chico Xavier, traziam conforto aos seus pais, ao mesmo tempo que lhes pediam que nao se entregassem nem à dor nem ao desânimo, foram muito benéficas.

Quando estes pais perguntavam o que deviam fazer para ultrapassar a dor, os Espíritos aconselhavam-nos a ocuparem-se dos sofrimentos alheios, a fim de suavizarem os próprios.

A frase que a seguir se transcreve, foi psicografada pelo mesmo médium, e é da autoria de um jovem chamado Jair Presente, que se dirige à sua inconsolável família, principalmente à sua mae:
"Agradeco-lhes o amor (que brota) das vossas lágrimas. Agradeco-lhes o carinho (que sinto) nas vossas preces, mas venho pedir-lhes para viverem. Viverem! E viverem felizes, por que assim, também eu serei feliz".

Estas mensagens e muitas outras similares, encontram-se nos livros "Somos Seis" e "JOvens no Além", da autoria de diversos espíritos, servindo-se da mediunidade de Chico Xavier.

Nestas obras vê-se, muito claramente, que o sofrimento da família tem uma grande influência na adaptacao ao mundo espiritual dos que morrem, que essa mesma dor também faz com que seja difícil para quem parte desprender-se do mundo material, e demonstra ainda que a prece, feita com sinceridade, é de uma grande eficácia.

Há também pessoas que conseguem superar de um modo natural esses momentos, passando a dor a ser propulsora de grandes obras.

É o caso de Antonio Goncalves da Silva Batuíra (o Mentor do Grupo Espírita Batuíra, tanto no Brasil como em Portugal), um português que emigrou para o Brasil em 1850. Tendo mergulhado num grande desespero, após o choque sofrido com a morte do seu filho mais novo, de 13 anos, provocada pelo tétano contraído ao picar-se numa roseira, eis que, no próprio dia do enterro, pouco antes deste sair para o cemitério, teve a ceteza de que os eu filho nao estava morto, mas vivo - no plano espiritual. A partir daí, tornou-se um dos grandes responsáveis pela divulgacao do Espiritismo no Brasil, e entre muitas outras tarefas, lutou durante o resto da vida pela abolicao da escravatura, ajudando os escravos fugitivos que recebia em sua casa, e a quem só deixava sair após a concessao da liberdade, dada pelos seus "donos" através da chamada Carta de Alforria.

A morte, mesmo sendo uma coisa natural, que faz parte da vida de todos, nao deixa de trazer grandes mudancas, nao só para os que desencarnam, mas também para os que ficam. Estes têm, igualmente, uma fase de adaptacao, que às vezes é difícil e lenta podendo, inclusive acarretar uma alteracao comportamental. Pessoas há que mudam de vida, na tentativa de se afastarem dos objetos e situacoes que lembram o ser amado que partiu.... Mas chega um dia em que compreendem que as recordacoes estao no seu íntimo, e que vao ter de aprender a viver com elas.

Nao se deve esquecer que tudo o que acontece é por vontade de Deus, e que todos os seres humanos estao sujeitos a certas Leis, que regulam o Universo.

Mas, mais importante ainda que este conhecimento, é a forma como se enfrentam as situacoes que surgem.... Há fatos que fogem ao controle do ser humano, levando-o a reconhecer a sua pequenez, no entanto, o comportamento perante a dor, essa, é uma opcao sua; pode-se entao dizer que o positivismo e a acao sao conquistas necessárias para a evolucao.

Por mais dolorosa que seja a perda, deve-se tentar afastar da mente a autopiedade, a culpa, e os outros sentimentos que normalmente a acompanham, os quais, dependendo da intensidade e do tempo de duracao poderao chegar, até, a causar doencas físicas.

Chorar, é inevitável, pois sente-se a falata da pessoa que se ama, mas a revolta, é prejudicial.

Se já se sabe que a morte nao existe e que o encontro com quem se ama se irá dar num futuro bem próximo entao, que a saudade seja encarada como uma recordacao feliz que nunca desaparecerá, e nao como uma coisa que se perdeu...

Os espíritos dizem que cada existência - comparada com as muitas vidas que já tivemos e com as que ainda viremos a ter - ao é senao um segundo!

Sao muitos os livros que abordam o tema da morte, mas há três que se podem considerar essenciais: "O Céu e o Inferno", de Allan Kardec, "Depois da Morte", de Léon Denis e "O que é a Morte", de Carlos Imbassahy. Todos eles sao grandes auxiliares para se compreender plenamente nao só a morte própria, mas também a daqueles a quem se ama.



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