Falatórios
Dentre os muitos males que o verbo
infeliz pode produzir, o mexerico é, possivelmente, dos mais graves.
Semelhante a vaso pútrido, o
falatório exala miasma pestilencial, que contamina os incautos, que dele se
acercam.
Ali proliferam a maledicência
insensata, o julgamento arbitrário, a acusação indébita, a suspeita inapelável,
a infâmia disfarçada, quando não irrompe a
calúnia maleável, capaz de engendrar
a destruição dos mais nobres ideais e vidas respeitáveis.
Atira-se a brasa do falatório
inconsciente e espera-se que o fogo da irresponsabilidade ameace, devorador, a
estrutura onde produz chamas.
Nasce na conversa simples, porém,
perniciosa. Emana de uma observação candente e feita de impiedade, a qual se
difunde facilmente por ausência de serviço edificante, em decorrência da hora
vazia, pela dilatação das apreciações indébitas.
O falatório é, também, verdugo do
falador, porquanto, aquele que se compraz em censurar, torna-se vítima da
censura alheia.
Acautela-te dos que somente sabem
colocar ácido e observações infelizes. Não estás indene à acusação deles.
Se te trazem informação inditosa, por
mais amigo que te seja, de ti levará informação incorreta para outrem, a quem
chama amigo, e que ignoras.
Não permitas que os teus ouvidos,
voltados para a verdade, se convertam em caixa de acusações desditosas.
Ninguém te pede a santificação em um
dia, nem espera a tua redenção numa hora.
Aliás, se isto se dera, o beneficiado
seria tu próprio. Todavia, todos aguardam que não incidas, reincidas ou
insistas no erro, promovendo a renovação dos teus propósitos cada dia, a toda
hora, em cada instante......
O teu chamado ao Evangelho de Jesus
significa compromisso novo para com a vida, e, se outrem erra, não te utilizes
do erro dele, para que justifiques o teu erro.
Não prestarás satisfação da tua
conduta ao teu próximo, mas Àquele que te enviou a servir.
Sempre que falares, faze o relatório
do bem: desculpa, ajuda, perdoa e compreende.
O irmão caído não necessita de
empurrão para mais baixo, entretanto, espera mão amiga para reerguer-se.
Quem erra, tem a ferida do engano;
aquele que se equivoca, padece a ulceração do erro.
Disputa a honra de acertar, falando
sobre o bem, em nome do Supremo Bem, para o teu próprio bem.
Celeiro de Bênçãos
Divaldo Pereira Franco
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