A Caminho da Luz

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Receita para um bom ano





Receita para um bom ano




“A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração. Colossenses 3:16”
Quando se inicia um novo rio de oportunidades, entremos na nau do progresso buscando:
Amar com o espírito. O amor da carne é ilusão. Para que nossa espécie possa sobreviver, precípuo se faz o plantio da sementeira do bem, em nosso próprio proveito. Sem o amor espiritual, adestrado nas liças dos milênios, nossa espécie ainda mourejam maiormente, nas leiras do instintivo. O recomeço é essencial.
Sofrer com dignidade. Não há sofrimento sem priscos atos significantes. Ninguém sofre indevidamente. Antes de desembestarmos para o desespero desarrazoado, pensemos que nosso plantio no passo foi extenso e, nem sempre de boa qualidade. Não podemos colher o trigo da pujança espiritual enquanto o joio da indiferença e da maldade, do passado, nos acutelar o espírito, no presente. Sofrer é prova necessária; com dignidade é essencial.
Afastar as ilusões da facilidade. Se alguém busca facilidades na matéria, cava o próprio túmulo espiritual. Sempre que pudermos afastemos de nós aquilo que é extremamente hedônico. Ninguém se constrói tendo por substrato a ilusão das aquisições ínvias. O pior amigo que um homem pode ter é o ganho fácil. Ninguém ascende em valores morais eternos, preso aos grilhões do brilho do “ouro de tolo” da inação remunerada.
Buscar oportunidades nas dificuldades. Realmente a melhor forma de vencer as dificuldades é vê-las como oportunidades. Somente os desafios ingentes põe nossa capacidade cognitiva em ação. As grandes dificuldades devem nos servir de incentivo para o progresso. Sem eles nossa vida por cá seria extremamente monótona.
Caminhar só para frente. Normalmente quem mexe em túmulos encontrará cadáveres e ossos que, se podem ser alimentos para as disciplinadas bactérias, para nós serão índices olfativos melífluos. Quem se dispõe ao progresso, deve ver o passado como substrato para a caminhada para o presente e futuro, mas não memória akásica(01) a ser acessada a cada insatisfação pessoal exumada, conscientemente ou não. Revolver entulhos do passado é como atiçar mais fogo na lenha de nossas insatisfações. Pensemos.
Respeitar a alteridade. Se o outro nos incomoda, pois o ponto de incômodo é exatamente aquilo que nós é navalha moral. Não somos melhores que ninguém, mas sempre poderemos nos ajudar na caminhada na terra. Ninguém caminha, na terra, quem não vê o outro como parceiro. A parceria é meio que fortalece nossa existência, enriquece nosso portifólio existencial e, nos mostra como nós somos e, como poderemos ser. Quem não respeitar o próximo, queimará a etapa do auto-respeito.
Reduzir a crista do orgulho. O orgulho é um câncer do espírito que só pode ser curado com as quimioterapias e radioterapias do amor. O aprendizado pelo belo sempre dá errado, pelo essencial é aprendizado real a conta gotas. O orgulho ainda é índice da imperfeição do homem na terra, mas é tão democrático quanto à nossa capacidade de amar. Basta selecionarmos nossas prioridades no servir: a nós, ou ao Cristo. Lembremos de Paulo quando nos diz: “E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é recalcitrar contra os aguilhões. Atos 26:14”
Retirar a máscara da vaidade. Estando do lado de cá da vida, vemos que na terra, caminha grande monta humana com indisfarçável escafandro de pavão. Ora, escondermo-nos sob os subterfúgios do belo que não existe em nós, denota índice de atraso. Nossa beleza vem das atitudes íntimas, no dia-a-dia. Ser belo para o Cristo é levar conosco qualidades ótimas parametrizadas pelos valores da ética divina, começando pelo exercício diário da lisura em nossa própria vida. Conforme nos orienta Jó, em seu capítulo 15, versículo 31: “Não confie, pois, na vaidade, enganando-se a si mesmo, porque a vaidade será a sua recompensa.” . Assim sejamos realistas. Enganarmo-nos, no belo, é deitar nos braços da feldade.
Descer dos palanquins efêmeros. A qualquer conquista, temos por hábito subir em qualquer tijolo da evidência. Ora, conquanto as conquistas venham por nós, a obtenção foi possível pela permissão do divino. Não detemos o conhecimento; este pertence ao grande laboratório da vida que nos cerca. De fato, tudo que fizemos ou fazemos com nosso corpo, deitado sob a rotunda tumba, será avaliado pela nossa consciência. Nada nos pertence, reforçamos. A conquista de uma maneira geral demanda muito esforço; assim é justo se sentir realizado o que não quer dizer que devamos usá-la com ferramenta de poder. Antes de retermos o conhecimento ou usá-lo como arma de evidência, reflitamos o que nos diz o livro provérbios, capítulo 18 versículo 15, “O coração do entendido adquire o conhecimento, e o ouvido dos sábios busca a sabedoria.”
Silenciarmos em falácias, para que não sejamos motivos de escândalo. Quem fala muito não dá tempo para a mente processar as demandas do coração. Antes falar pouco, com siso, que muito pelas ventas. Somos seres naturalmente providos de fala articulada, o que não nos obriga a ser laboratórios ignaros do verbo. O verbo não deve criar azáfamas mentais à nossa volta, mas, quando liberado pelo nosso arcabouço bucal, ser maçã de ouro em cesto de prata. A ação deve ser nosso objetivo maior, pois falar demais desconstrói o ser, levando-nos ao simulacro do auxílio: o desserviço, para nós e para outrem. Paulo via com tal gravidade o uso correto do verbo que nos lembra em sua carta ao Colossences, capítulo 3, versículo 17: “E, quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.”
Discutir menos, dialogar mais. Se o diálogo põe-se às vezes como ferramenta morosa, discutir não leva ninguém a local nenhum. O diálogo leal é primórdio de evolução. Despir-se das fatuidades do impor-se é índice de lucificação em andamento, lembrando-se, por óbvio que nunca cessamos o progresso na carne, a não ser pelo desencarne. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um. (Colossenses 4:6).
Comemorar vitórias, sem mergulhar em libações irresponsáveis. A vitória é justa em sua comemoração, mas o exagero excluí o mérito da conquista. O Deus de amor louva nossas vitórias, mas preocupa-se com nossos exageros. O bom vinho foi permitido para alegrar o homem, não para que o homem faça dele um Baco tardio. Lembremos que somos responsáveis pela nossa evolução e não necessitamos de exageros de qualquer forma. Lembremos do que nos diz o salmista no capítulo 16, versículo 4: “As dores se multiplicarão àqueles que fazem oferendas a outro deus; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios.”
Aprender com as derrotas, ótimas mestras para a vida eterna (Guia-me na tua verdade, e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação; por ti estou esperando todo o dia. Salmos 25:5). Honrar nosso lar, nosso refúgio (Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Romanos 12:10).
Orientar nossos filhos, sem escravizá-los às nossas necessidades, orientando-os sob a égide da ética, da honestidade. Ensiná-los a não desejar nada que esteja sob administração de outro (X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das coisas que lhe pertençam. (Lei Mosaica), mostrá-los desde cedo nossa condição de eternos aprendizes. Ensiná-los no busca do Cristo interior, a serem homens de bem e, por fim, conscientizá-los-nos que sem Deus, nada faz sentido (Albert Einstein).
Muita paz a todos!

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