A Caminho da Luz

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

ENCOLERIZAS-TE?

ENCOLERIZAS-TE?



Irrupção aturdente que, à semelhança de lavas vulcânicas, procede do teu âmago, a cólera converte-se em substância fatal.
Aos poucos, se não te reeducas, essas lavas, em se derramando de ti sobre ti mesmo, conseguem, pouco a pouco, corroer a tua expressão de equilíbrio em processo de construção vagarosa em tua alma.
Por que te encolerizas pelas avenidas ou pelos guetos terrestres?
Encolerizas-te, por certo, ao veres-te contestado por alguém que supões te seja inferior. Quem é essa pessoa para opor-se a mim?
Encolerizas-te, possivelmente, quando, atalhado por alguém que sabes te seja superior em qualquer ângulo dos caminhos. Por que essa pessoa destrata-me ou me desmerece desse modo?
Encolerizas-te quando não consegues alcançar os objetivos que traçaste, positivos ou negativos. Por que tudo sai errado comigo?
Encolerizas-te se a condução que esperas não vem ou vem com a lotação completa e não pára para levar-te. Ora, estou há tanto tempo esperando e ela passa direto...
Encolerizas-te ante a administração mal desenvolvida; perante a política que não te atende; diante de pessoas que não te aceitam. Encolerizas-te pelo tempo ruim no fim de semana; pela visita indesejada que te impede fazer outro programa; pelo balconista desatento que te atende mal.
Doença soez, morbo desagregador, a cólera se nutre na vala fétida do orgulho, fazendo-te admitir que és ou que deves ser alguém intocável, embora saibas estar num orbe de provações e de expiações, desde as mais simples às mais inabordáveis, por sua gravidade.
Detém-te para meditar, porque te estarás matando, engendrando suicídio infeliz por desfalcar as tuas energias vitais, deixando-te espiritualmente depauperado.
Cada vez que te encolerizas, te assemelhas a uma pessoa em processo de loucura, incontrolável, indomável, vexaminosa.
Cada vez que te encolerizas, ao te recompores já não te assentarás, psiquicamente, onde estavas antes da alucinação. Ao te acalmares estarás mais desgastado, e, aos poucos, de crise em crise, perturbar-te-ás de morte. Um infarto, um acidente vascular, uma apoplexia, muitas vezes têm raízes nos acessos coléricos que não corrigiste a tempo.
Renova-te. Faze esforço por te reeducares. Somente o tempo nobremente aproveitado conseguirá conferir-te galardão de emancipação espiritual, com o exercício da calma, da indulgência, do perdão, a fim de que sejas feliz

Nenhum comentário:

Postar um comentário