A Caminho da Luz

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Confidência





Confidência


Se eu pudesse, Jesus,
Desejava esquecer
A minha própria imperfeição,
A fim de ser contigo,
Onde houvesse aflição,
O suave calor
Do braço terno e amigo
Que derrame esperança em todo sofrimento
De modo a que, na Terra,
Ninguém padeça em vão.



      Queria ser
      Uma chama de fé, ao longo do caminho,
      Um pingo de bondade a descer persistente
      Sobre a rocha do mal em que a treva se fez,
      Queria ser migalha de conforto
      A todo coração que está sozinho,
      Proteção à orfandade,
      Companhia à viuvez.




Queria ser a brisa
Que refrigera a mente em cansaço profundo,
Combalida na prova
Quando a tristeza vem,
Queria ser a escora pequenina,
Que sustentasse os náufragos do mundo,
Para o regresso à vida nova,
Pelas vias do bem.



      Queria ser a força do silêncio
      Que verte do sorriso de brandura
      A suprimir o incêndio da revolta
      De quem se desespera ou se maldiz;
      Queria ser o beijo da alma boa
      Que seca o pranto de quem se tortura,
      Ante os golpes de lama
      Da calúnia infeliz.



Queria ser a prece que afervora
E alivia o doente,
Socorro, de algum modo, a retratar-te,
Queria ser, enfim, ao teu lado, Senhor,
Alguém que se olvidasse, inteiramente,
Dia a dia, hora a hora,
A fim de ser contigo, em toda parte,
Uma bênção de amor.

Maria Dolores


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