A Caminho da Luz

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

REAÇÃO


REAÇÃO

Observa as flores humanas que assomam chorando nos torturados berços do
sofrimento.
Feridas congeniais lhes assinalam a contextura.
Despontam na árvore familiar, agitadas pela ventania de agitadas
flagelações, reclamando assistência e socorro, compaixão e entendimento.
Diante delas, muita vez, o filósofo invigilante recusa a fé no burilamento
final do gênero humano, e o religioso incompleto começa a indagar sem razão,

quanto à eqüidade na Justiça de Deus.
É que nessas criancinhas, sob o ferrete da expiação, voltam ao campo da
experiência terrestre quantos se fizeram no mundo instrumentos da crueldade
para os outros e para consigo mesmos.
Aqui é o juiz venal que regressa com cérebro embaciado, incapaz do
pensamento correto.
Ali, é o cirurgião que abusou dos próprios recursos, para estender
homicídios inconfessáveis, reaparecendo sem mãos para novas lutas na vida.
Acolá, encontraremos o esportista elegante que se valeu de dons respeitáveis

para furtar a felicidade dos outros, retomando o indumento carnal com as
doenças inquietantes a lhe curar os centros nervosos intoxicados por ele
mesmo e, mais adiante, surpreendemos a mulher vaidosa e insensata, que
aproveitou a própria beleza para destruir a paz de lares promissores,
ressurgindo no corpo retardado e disforme para rude estação na penúria e na
idiotia.
Diante do berço martirizado, lembremos as nossas próprias dívidas e
auxiliemos as avezinhas do infortúnio a refazerem as próprias asas, no visco

da provação a que se atiraram, desprevenidas, porque todos detemos
compromissos enormes na contabilidade Divina e todos, no tempo justo,
seremos inevitavelmente chamados ao justo acerto, necessitando igualmente da

dor mais alta, a fim de que sejamos conduzidos à harmonia maior.

(Obra: Plantão de Paz - Chico Xavier/Emmanuel)

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