Você
deseja noções,
Meu caro Luiz Heitor,
De como se vê no Além
Os
desencontros de amor.
Vejo
agora que você
Tocando nessa questão,
Anota como se deve
A Lei da
Reencarnação.
Se
o estudo sobre a Terra
Fosse a luz de toda gente
A vida de cada
um
Surgiria diferente.
Muitos
renascem no corpo
Para renúncia e serviço,
Mas depois, passada a
infância
Não querem nada com isso.
Principalmente
em matéria
Do amor que salva e ilumina,
Quando se perde a cabeça,
Lá se
vai a disciplina.
Se
nos amássemos todos,
Segundo o amor de Jesus,
Tudo seria na
Terra
Bondade, alegria e luz.
O
amor, no entanto, entre os homens,
Tem força de correnteza
E o sexo lembra
um rio
Que precisa de represa.
Se
uma afeição de outras vidas
Vem, de novo, ao nosso olhar,
A condição em
que esteja
É uma lei a respeitar.
Pode-se
amar a pessoa
Em bases de estima e fé,
Como se guarda uma flor
Que não
se arranca do pé.
Mas
muita gente no teste,
Reencontrando um ser amado
Desgoverna-se de
todo,
E deixa o dever de lado.
Se
a criatura cai nisso,
Olvida o senso comum,
Menospreza o
compromisso,
Não aceita aviso algum.
Abandonado
o programa
Que se trouxe ao renascer
Os males que surgirão
Ninguém
consegue prever.
É
muito amigo da vida
Procurando o próprio azar,
Há muito drama no
mundo
Que precisamos lembrar:
Maricota
matou João
E deu-se ao Natividade,
Mas João hoje é filho dela
Sem justa
necessidade.
Carolino
suicidou-se
Largado por Florisbela,
Que não pode ser de Antônio
Por ver
o morto atrás dela.
Antero
morreu por Joana
Pois Joana deu-se ao Benfica,
Antero voltou aos dois
É
o filho que os crucifica.
Quitéria
arrasou Belinha
Para dar-se ao Gil Cascudo,
A vitima renasceu.
É a
filha que a fere em tudo.
Cervino
acabou com Cláudio
Conquistando Dona Elisa,
Mas o morto regressou...
É
o filho que os escraviza.
O
triângulo afetivo
Que não se forma, a contento,
Termina sempre na
vida
Em trio de sofrimento.
Se
você gosta de alguém,
Mas já não está sozinho,
Cultive o amor dos
irmãos,
Não complique seu caminho.
Você
faça o que quiser,
Liberdade é cousa santa,
Mas não se esqueça, meu
caro:
Cada qual colhe o que planta.
Se
você apenas luta
Por desejo e tentação,
Separação não se
entende,
Divórcio não tem razão.
Cumpra
o dever que abraçou
Alegre, forte, sereno,
O sexo com remorso
É melado
com veneno.
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