POR QUE DEUS NÃO ACABA COM O MAL? |
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por que Deus, se é sempre o mais forte, o Senhor do sistema, não sana de vez o
mal, anulando-o? Não basta que uma coisa se nos torne lógica e justa, por ser
cômoda. Há necessidade de que, quem errou, compreenda. Nenhuma força pode ser
destruída, mas apenas corrigida. Subsiste a lei de equilíbrio e justiça, em que
se baseia o sitema, que exige a sua reconstrução. Não é com a psicologia da
própria vantagem imediata, relativa e utilitária, que se podem resolver tais
problemas. Recordemos que nós não somos punidos pelas nossas culpas por um Deus
vingativo, mas sim, automaticamente, por essas mesmas culpas, isto é, pelas
forças por nós movidas e pelas posições que quisermos assumir no sistema. O mal
não se pode extinguir por um ato arbitrário, pois que a Onipotência divina não é
jamais arbitrária, mas segundo a Sua própria Lei. O mal só se pode extinguir por
reabsorção, isto é, por retificação, por reconstrução daquilo que ruiu. Só assim
se explica como a dor pode redimir. Trata-se de um processo de cura. Eis por que
a luta contra o mal é virtude, ou seja, é qualidade reconstrutora de bem. Se o
nosso universo fosse, no estado atual, consequência pura do primeiro ato criador
de Deus, ele deveria ser perfeito. Não o é, porque a criatura nele introduziu
outras forças. É justo que o labor da reconstrução lhes caiba, como delas foi a
revolta à ordem. Somente assim elas poderão verdadeiramente aprender a conhecer
a Lei, cuja compreensão já revelaram não ter desejado. Como se vê, tudo se
desenvolve com cabal lógica. Muitos desejariam Deus como seu servo, e se
lamentam porque Ele não lhes poupa o incômodo de trabalhar, lutar, sofrer e por
isso O acusam. Mas é fácil compreender quanto é absurdo colocar as nossas pobres
comodidades como centro do sistema. Não é com tais medidas que se pode medir,
nem com semelhante psicologia que se pode compreender.
Livro:
Deus e Universo
Pietro
Ubaldi
Para
mudar o mundo é preciso mudar a si mesmo.
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