A Caminho da Luz

quarta-feira, 6 de junho de 2012

ESPIRITISMO: CIÊNCIA DE OBSERVAÇÃO

O Espiritismo, ligando às leis da Natureza a maior parte dos fenômenos reputados sobrenaturais, vem precisamente combater o fanatismo e o maravilhoso, que o acusam de querer fazer reviver; ele dá dos que são possíveis uma explicação racional, e demonstra a impossibilidade dos que seriam uma derrogação das leis da Natureza. A causa de uma imensidão de fenômenos está no princípio espiritual, cuja existência vêm provar. Mas como os que negam esse princípio podem admitir as suas consequências? Aquele que nega a alma e a vida extracorporal não pode reconhecer os seus efeitos.
Para os espíritas, o fato de que se trata nada tem de surpreendente e se explica, por analogia, com uma multidão de fatos do mesmo gênero, cuja autenticidade não pode ser contestada. Entretanto, as circunstâncias em que se produziu apresentam uma dificuldade; mas o Espiritismo jamais disse que não tinha mais nada a aprender. Ele possui uma chave, cujas aplicações ainda está longe de compreender na sua inteireza; aplica-se a estudá-las, a fim de chegar a um conhecimento tão completo quanto possível das forças naturais e do mundo invisível, no meio do qual vivemos, mundo que nos interessa a todos, porque todos, sem exceção, devemos nele entrar mais cedo ou mais tarde, e vemos todos os dias, pelo exemplo dos que partem, a vantagem de o conhecer antecipadamente.
Nunca repetiríamos em demasia: O Espiritismo não faz nenhuma teoria preconcebida; vê, observa, estuda os efeitos e dos efeitos procura remontar às causas, de tal sorte que, quando formula um princípio ou uma teoria, sempre se apoia na experiência. É, pois, rigorosamente certo dizer que é uma ciência de observação. Os que fingem nele não ver senão uma obra de imaginação, provam que lhe ignoram as primeiras palavras.
Livro: Revista Espírita: Jornal de Estudos Psicológicos - Ano XI, 1868
(nº 1 - janeiro de 1868)
Allan Kardec

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