A Caminho da Luz

domingo, 17 de junho de 2012

Gênese e Conclusão da Obra: a visão do Autor

Gênese e Conclusão da Obra: a visão do Autor

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Saiba o que disse Pietro Ubaldi sobre seu destino após o cumprimento de sua missão na Terra


Com a Obra, o instrumento humano esgota toda a sua função. Não há, portanto, nada a modificar, acrescentar ou retirar àquilo que já está escrito e que permanece tal. É  lógico que ele se dirija para o outro termo com o qual se ligou, agora já definitivamente. Seria absurdo voltar a falar em outro lugar e época, contradizendo os princípios de harmonia e organicidade observados tão rigidamente em toda a Obra.

A respeito do (meu) caso, muito se falou de mediunidade. Ora, se isso é assim, o é em forma tão diversa da comum, que chega a ser difícil catalogá-lo sob este nome. Segundo o tipo corrente, a mediunidade é: passiva, inconsciente,  genérica. A mediunidade, em nosso caso, é, pelo contrário: ativa, consciente, específica. Como se vê, estamos nos antípodas. Expliquemos. Não é que neste caso o sujeito não receba. Ele funciona como instrumento, mas de forma diferente. No caso comum o médium adormece, abandonando-se na passividade, como instrumento cego  nas mãos de qualquer entidade espiritual que queira apossar-se dele. Isto para que ela transmita a seu bel-prazer uma comunicação qualquer, sem que o sensitivo possa intervir, seja como escolha autônoma da comunicação, seja como consciência do seu conteúdo e da técnica do fenômeno.
Em nosso caso, ao inverso, o médium coloca-se num estado mais ativo de superconsciência do que o normal, sabe com quem se comunica e o que lhe é transmitido; disso assume toda a responsabilidade depois de o ter bem compreendido e examinado. Ele coloca-se livremente neste estado receptivo com o objetivo de executar um específico trabalho conceitual, somente esse e não qualquer outro, para determinados fins espirituais e não somente o de comunicar. Por fim, limita o contato e o mantém apenas com a fonte de pensamento dele conhecida, não se submetendo a nenhuma outra. Em nosso caso, o sensitivo não é um instrumento puramente mecânico no nível físico, como é a mão do psicógrafo.  Ele permanece no plano mental, onde funciona como colaborador encarregado de executar a parte mais simples da obra, que consiste em expressá-la com palavras, em traduzi-la na forma mental própria do estágio evolutivo humano. Encontrando-se o médium totalmente desperto e tudo controlando, esse caso possui a vantagem de não ser possível que a sua mediunidade seja utilizada como desabafo do subconsciente, deixando-a livre no estado de transe com a fonte inspirativa.
O fenômeno resulta, portanto, do concurso de várias condições: sensibilização do sujeito por evolução; contato com a fonte de pensamento situada num plano mais elevado; sintonização com ela; estabilização de contato telepático, através do qual se fixa a ponte da comunicação. Tudo isso deixa intactos e livres os dois centros de pensamento comunicantes, cada um ficando íntegro em sua personalidade, inconfundível, independente, sem qualquer abdicação, confusão ou mistura de tipo mediúnico. Esta relação pode comparar-se também àquela que existe entre mestre e discípulo. Mas, em nenhum caso, nunca uma das duas personalidades se apossa da outra e a ela se substitui. Todavia, a diferença de nível evolutivo não impede a aproximação e a colaboração que se realizam sempre com o maior respeito pela personalidade do outro. O mestre transmite e fecunda, mas não se apossa por esse fato do discípulo, não se lhe substituindo. É lei que, quanto mais se evolui, tanto mais se respeita, como coisa sagrada, a personalidade do próximo.
Eram necessárias essas premissas para compreender o nosso caso. Podemos, assim, entender como o fenômeno se produz pela conjunção de três elementos. Então, a Obra resulta constituída pela fusão dos seguintes termos:
1) A fonte de pensamento, ou fonte inspirativa, ou centro irradiante, isto é, o ponto de origem do fenômeno, o elemento positivo, ativo, dinamizante, fecundador, iniciador do movimento, situado no plano espiritual.
2) O ser humano a ele subordinado, funcionando como instrumento de recepção, mas em posição de colaborador livre e consciente que a ele se liga por adesão espontânea para cumprir o mesmo trabalho, embora de forma complementar.
3) A Obra é o terceiro termo, que resulta da fusão dos dois mencionados elementos em um mesmo circuito; é a criatura espiritual gerada da união espiritual, o filho dela nascido, ao qual o primeiro termo deu a alma e o segundo o corpo.
A técnica da gênese da Obra nos mostra que ela é completa nos seus limites estabelecidos, pelo que, uma vez chegada à sua última palavra, ela se fecha, o fenômeno da comunicação telepática se detém, a fonte inspirativa emudece e, tendo o seu canal exaurido a sua tarefa, a transmissão se interrompe e se cala definitivamente. A criatura nasceu, é agora um ser vivo a cujo organismo não se podem mais acrescentar modificações. Ele é defendido pelas forças do Alto que reagirão contra qualquer atentado em tal sentido. A responsabilidade e as conseqüências recairão sobre quem o perpetrar. Com a Obra o instrumento humano esgota toda a sua função. Não há, portanto, nada a modificar, acrescentar ou retirai àquilo que já está escrito e que permanece tal. O seu caminho leva agora, fatalmente, aquele instrumento para longe da Terra, na qual, por mais de oitenta anos, sofreu e trabalhou bastante. É  lógico que ele se dirija para o outro termo com o qual se ligou, agora já definitivamente.
Dado que o exato escopo de todo o processo foi a criação da Obra, uma vez alcançado, é lógico que o fenômeno deva se fechar, assim como se encerra toda a atividade genética quando nasce a criatura que foi gerada. É  natural que, uma vez dito aquilo que se deve dizer, emudeça-se. Cessa o trabalho inspirativo, e os dois primeiros componentes desaparecem da cena. Resta só o seu produto no ambiente terrestre. De agora em diante, a execução do trabalho não depende mais dos três termos - fonte, instrumento e Obra -, mas se compõe só de dois: a Obra e o mundo.
Segue-se daí que qualquer chamada por via mediúnica será inútil, que qualquer comunicação obtida desse modo será ilusão, um desabafo incontrolado do subconsciente do médium, mesmo que de boa-fé. Dizemos isto claramente neste livro para que fique escrito, a fim de evitar qualquer equívoco.
Do livro "Um Destino Seguindo Cristo"

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