A verdade é a melhor forma de ser delicado
Um mundo evoluído é
composto por pessoas que possuem muito o que ofertar e ofertam
intensamente. Ou seja, eles se permitem estabelecer trocas, visando
compartilhar o conhecimento e gerar ajuda mútua.
Se você quer ser uma boa pessoa deve desenvolver habilidades e qualidades. O ser humano é ação, portanto serão estas habilidades e qualidades que poderá ofertar. Se um amigo não consegue aprender matemática e você sabe a matéria, poderá ofertar seu conhecimento. Ele será beneficiado e você também.
A vida boa é feita de trocas intensas. Estas trocas intensas existem quando temos o que ofertar e estamos prontos para aprender e livres para crescer. É exatamente neste ponto que grande parte do ser humano fica paralisado. Orgulho, vaidade, ilusão, fantasias, etc., atuam para afastá-lo da realidade e diminuir a troca. A oferta facilmente incomoda estas pessoas – que refugiam na hipocrisia.
Até 30 anos atrás era comum descrever uma mulher grávida assim: “ela está num estado interessante”. O corpo da mulher grávida devia ficar escondido. Na década de 1960 uma atriz ousou pousar para fotos com o barrigão de grávida. Muitas pessoas horrorizaram. Se a mente da pessoa condicionada sequer permitia que ela usasse a palavra grávida, imagine impacto de ver o corpo grávido. Atualmente a gravidez é linda. Todas as mulheres tiram fotos da barriga para guardar de lembrança. O que mudou?
A mulher engravida porque fez sexo, talvez tenha tido prazer. Gravidez é o resultado desta relação sexual consentida e prazerosa da mulher. É a prova máxima de que ela transou e transa. O prazer feminino sempre foi um tabu e uma das formas deste tabu aparecer é dizer: “estado interessante”. Uma bobagem, pensamos hoje. Uma forma de delicadeza e educação pensavam as pessoas do passado. Elas mantinham e perpetuavam um preconceito contra as mulheres e ainda se consideravam bondosas e educadas.
A atriz, Leila Diniz, colocou sua roupa de praia e mostrou que “dava, deu e continuaria a dar”. Somos todos beneficiários das atitudes libertadoras destas pioneiras. A atriz ofertou o que estava preparada para ofertar. Ajudou muita gente a superar preconceitos e curtir mais a vida. Para a maioria da sua época foi uma pessoa indelicada e escandalosa.
Os que querem acabar com o prazer das pessoas continuam sempre a agir, tentando usar palavras bonitas para criar a ilusão de bondade, caridade, amizade, amor. Por isto é muito importante refletir, para não manter preconceitos achando que está sendo delicado.
Também é muito importante não permitir que as trocas de conhecimento e os debates de idéias sejam inibidos pelos que apostam na mediocridade. Lembre: procure desenvolver muitas qualidades e habilidades, e oferte-as para o mundo. Haverá aqueles que irão lhe censurar por ofertar o que é bom, e você não deve se inibir por causa destas pessoas – são os hipócritas, pouco dispostas a aprender.
Se você entrar na internet, irá encontrar milhões de vídeos. Alguns divulgarão ideias que você é contra, não os julgue. Se não tem nada para lhe ensinar, afaste-se. Afaste-se sem dó nem piedade. Se for bom, assista-os várias vezes. Agora, você pode e deve ter sua opinião, você pode mostrá-la (se assim decidir), mesmo que o outro não goste.
Deve haver uma motivação nobre na sua atitude: amor, respeito, vontade de ajudar. Você deve embasar suas ideias e deve estar aberto para também aprender e perdoar aqueles que se sentirem ofendidos. Quando Jesus não permitiu o apedrejamento da prostituta ele foi contra uma lei religiosa. Ele colocou seu ponto de vista e inibiu a ação dos homens que iriam se divertir com a desgraça alheia. Ele cortou o ímpeto assassino daquelas pessoas ofertando suas qualidades sob a forma de palavras. Todos foram beneficiados, a vítima e os prováveis assassinos. A verdade é: Jesus se posicionou, Jesus se colocou e ofertou. Ele também ofertou quando derrubou as mesas dos cambistas dentro do Templo sagrado de Jerusalém. Ele deu uma grande oportunidade para as pessoas refletirem sobre aquela situação.
Quando a pessoa desenvolve habilidades e qualidades é natural que ela oferte. Ao ofertar ela intervém no mundo e o mundo responde. O ponto de equilíbrio não está na hipocrisia e nem em criar regras que só servem para perpetuar preconceitos e sofrimentos. O ponto de equilíbrio está em não ser reativo.
Pense, por exemplo, no tal “casamento gay”. Por que pessoas que não são gays têm tanto interesse em dar palpite na vida dos outros? O julgamento faz as pessoas ficarem olhando para fora delas, ao invés de olharem para ela. A grande luta da evolução se dá dentro da pessoa. Foi o que aconteceu no momento que Jesus disse: “quem nunca pecou que atire a primeira pedra”. Pessoas que se apressavam em olhar para o outro (a prostituta) passaram a olhar para sua própria vida. Neste momento o “pecado” da prostituta ficou menor e o interesse em agredi-la acabou.
Esta é a regra da oferta, quando ela não é uma simples reação: ofertamos o que temos de bom dentro de nós. Quase nunca reagimos ao que é externo e jamais deixamos o que é externo a nós nos dominar. Ofertamos o que temos de bom dentro de nós, banhado em bondade e em verdade.
O perdão constante é muito importante porque é a principal forma de treinarmos nossa mente para sair da reatividade. Através do perdão diminuímos a influência externa e focamos no que realmente é importante para nossa evolução. É assim que em muitos momentos deixamos, por exemplo, de cultivar raiva, para nos tornar neutros e ESCOLHER vibrar, pensar, sentir o que é nobre.
Por outro lado, sempre duvide de quem enche sua boca de palavras bonitas, normalmente elas serão chavões recheados de hipocrisia. Jamais confunda palavras bonitas com nobreza e verdade. Os exemplos que dei mostram o quanto você pode se enganar. As palavras bonitas podem reproduzir preconceitos, manter injustiças, desprezar pessoas ou animais. Se palavras bonitas resolvessem algo, o planeta Terra seria um paraíso. É na ação que buscamos nossa redenção, desenvolvemos qualidades e habilidades e então ofertamos através do serviço. É na ação que você poderá separar o medíocre da bondade, a verdade da hipocrisia e assim por diante.
No mais, pode falar besteiras, pode dizer sua opinião, pode ser crianção, etc.
A verdade é a melhor forma de ser delicado. Muito sofrimento é poupado, muita alegria é conquistada, muito aprendizado é gerado. Mas, não se esqueça, estou falando da verdade que é fruto das habilidades e qualidades que você desenvolveu. É a verdade que é apresentada como um serviço e um ato de respeito ao mundo e a si mesmo. É como a palavra de um pai que frustra um filho para que este aprenda e desenvolva. Nem sempre serão palavras lindas, mas sempre deverão ser educativas e amigas. Nem sempre o filho entenderá e aceitará, mas o pai sabe que é aquilo que ele pode ofertar de melhor para o filho. E o pai sabe que faz todo o esforço para tornar-se cada vez melhor e poder ofertar cada vez mais, mesmo que o filho tenha dificuldade de aproveitar. Ele continuará a ofertar sempre, porque quem desenvolve habilidades e qualidades vive melhor assim, ofertando.
Nada melhor do que ofertar a verdade que você pratica, vive, experiencia, que vem embalada (não necessariamente em belas palavras) em vibrações de carinho, amor, serviço e gratidão.
Se você ler as palavras abaixo e se sentir constrangido é porque sua mente ainda está reativa e pouco propensa a tornar neutras as palavras que por si mesmo não dizem nada: bu*****, car****, pin****.
Se sua mente reagiu gerando incômodo com estas palavras é porque uma cadeia de sentimentos e valores inúteis agiu dentro de você te aprisionando. O estímulo vem de fora e te controla a partir de dentro de sua mente. Perdoar, tornar neutro e não aderir a conceitos culturais é a melhor forma da sua mente se focar no que interessa, que com certeza não são as palavras isoladas.
A mente clara é uma mente neutra. Para ela é irrelevantes o uso das palavras vagina ou buceta (ou outras quaisquer). O foco é a verdade, o aprendizado, o ofertar e o servir intensamente. O foco é o fluir e o compartilhar. Por isto, ela não se impressiona se uma pessoa usa frases “lindas ou feias”, o foco é o conteúdo e a oportunidade de aprender algo. O foco é o respeito pela forma de expressão do outro, pois é assim que as ideias circulam livremente e podem cumprir sua função de propiciar experiências e oportunidades.
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