TODOS NÓS SOMOS UM SÓ Continuação e fim...
SCHROENDIGER
“Por mais inconcebível que pareça à razão comum, ao nosso modo de conhecer ordinário, dualístico, isto é, nós ‘aqui’, e o que conhecemos, ‘lá’, separado de nós, nós e todos os seres conscientes somos tudo em tudo. Daí que a vida que estamos vivendo, não seja apenas um fragmento da existência inteira, mas, em certo sentido, é o Todo (a vida total)... Assim, podemos atirar-nos ao chão, estender-nos sobre a Mãe Terra, com a convicção absoluta de estarmos em comunhão com ela e ela conosco. Estamos firmemente estabelecidos e somos tão invulneráveis como ela; na verdade, mil vezes mais firmes e mais invulneráveis. Tão certo quanto ela nos engolirá amanhã, trar-nos-á outras vezes novas lutas e novos sofrimentos. E não somente ‘algum dia’. Agora, hoje, todos os dias, ela nos traz à vida, não uma só vez, mas milhares e milhares de vezes, exatamente como nos engole, todos os dias, milhares e milhares de vezes”.
FÍSICOS QUANTICOS
O dualismo (isto é, divisão) primário (a percepção de eu e não-eu, eu e mundo, sujeito e objeto), mostrou-se insustentável pela opinião da própria autoridade da física. Bronowski: ‘A relatividade deriva da análise filosófica que insiste em que não há um fato e um observador, mas uma junção dos dois numa observação; que o evento e o observador são inseparáveis’. E Schroedinger, pai da mecânica quântica: ‘O sujeito e o objeto são apenas um. Não se pode dizer que a barreira entre eles caiu como resultado das recentes descobertas da ciência; essa barreira nunca existiu’.
Pelas descobertas da moderna física quântica, os novos físicos tiveram de abandonar o dualismo ilusório de sujeito e objeto, onda e partícula, mente e corpo, espírito e matéria e, com ajuda de Einstein, o de espaço e tempo, energia e matéria, espaço e objetos. A nova física provou que tudo isso é ilusão. Como as costas e a frente são apenas modos diferentes de ver um mesmo homem, nenhum modo sendo mais real do que o outro, assim sujeito e objeto, psique e corpo físico, energia e matéria, são apenas modos diferentes de ver a mesma realidade (a mesma manifestação de energia, ou de Deus).
RAMANA, místico:
“A suposição de que o Vedor é diferente do Visto está na mente. Para os sábios, o Vedor é o Visto”. O que é visto é aquele mesmo que está vendo (é aquilo a que as religiões dão o nome de Deus; Deus é tudo).
UM BUSCADOR DE DEUS:
“Somos, apenas, máscaras de Deus; estamos todos num mega-drama cujo único ator é Deus. Nós somos, todos nós, os sentidos, as mãos, os pés, olhos e ouvidos da Divindade...”
KEN WILBER
“Deste modo, aquilo em nós que, neste momento, vê esta página e o ambiente em torno dela, é a Divindade, a Mente, Brahman, Deus e, por isso, não pode ser visto nem conhecido como objeto, nem encontrado quando o procuramos. O que quer que eu veja, pense, perceba, sinta ou saiba acerca de meu ‘eu’, é um emaranhado de objetos percebidos, o ego. O visto é o ego; o que está realizando o ato de ver é o Eu, a Mente, Deus. Nós nos identificamos, erradamente, com o que pode ser visto ou percebido, o ego, e, portanto, já não nos identificamos com toda a manifestação fenomênica, pois estamos ilusoriamente separados de tudo o que parece ser o ‘não-eu’. Separados, assim, do meio-ambiente, este passa a ser uma ameaça”.
HUANG PO, o mestre de Rinzai
“Não existe nada a ser atingido. Sempre te identificaste com o Buddha (ou Cristo, ou Deus); portanto, nunca poderás atingir essa identificação por meio de quaisquer práticas. Se, neste momento, pudesses convencer-te disso, estarias iluminado. É difícil compreender esta afirmação? É para te ensinar a não buscares o estado de Buddha, pois toda busca se destina ao fracasso”. (já que o somos, a tentativa de buscá-lo é absurda. Temos apenas de buscar a percepção da verdade, dessa verdade. Disse Jesus: ‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus...’, e ‘Conhecereis a verdade e verdade vos libertará).
RAMANA
“Não há alcançar o Eu. Se o Eu devesse ser alcançado, significaria que o Eu não está aqui agora. Por isso digo que não se alcança o Eu. Você é o Eu; você já é Aquilo”.
“A suposição de que o Vedor é diferente do Visto está na mente. Para os sábios, o Vedor é o Visto. O que é visto é aquele mesmo que está vendo”.
KEN WILBER
“Aquilo que você procura e não pode encontrar é VOCÊ mesmo. O motivo porque a Mente não pode ser encontrada é porque é Ela que está realizando o ato de procurar. Quando isso é profundamente compreendido, atinge-se o fim da busca, e nada mais há a ser buscado (‘Buscai em primeiro lugar o reino de Deus, que o demais vos virá por acréscimo’). Quando isso acontece, nossa identidade se une com tudo o que é experimentado. Não há mais um experimentador separado de objetos experimentados separados; há somente experimentação não-dual. Então, quando olhamos para dentro (de nós mesmos) à procura do eu-Percebedor encontramos o universo inteiro (como disse Jacob Boeme), que não é mais um objeto ameaçador lá fora, e percebemos que Ele é quem está procurando”.
ZEN
“A realidade final reside bem no centro da existência diária. A idéia de que o observador é diferente do observado está na mente. Para aqueles que estão na Subjetividade Absoluta, o observador é o observado’. Em suma, a Subjetividade Absoluta se acha em comunhão (pois é o próprio) com seu universo de conhecimento, de modo que nós somos aquilo que observamos” (Krishnamurti: ‘observador é a coisa observada’).
KEN WILBER
“Aquilo em nós que vê, ouve, tem e exercita a vontade e o fazer e o querer, é Deus em nós. E a Bíblia afirma: ‘O Senhor é quem opera em nós o pensar, o querer e o fazer’, ou melhor, aquilo em nós que está realizando o ato de ler esta página é a própria Divindade; somos os olhos com que Deus vê o universo”.
RAMANA
”O Eu, a Mente, a pura Consciência, tem conhecimento de tudo, é o Vedor Final. Tudo o mais: ego, mente, corpo etc. são simplesmente seus objetos; cada um deles é um objeto exteriorizado e não pode ser o verdadeiro Vedor. O Eu não pode ser objetivado, nem ser conhecido por qualquer outra coisa, e já que o Eu é o Vedor que vê tudo o mais, a relação sujeito-objeto, a aparente subjetividade do eu, só existe no plano da relatividade, no espaço-tempo, e se desvanece no atemporal, no Absoluto. Não há outro senão o Eu” (nada mais além de Deus).
CATARINA, mística cristã, séc. XV: “Meu ser é Deus, não por uma simples participação (minha nele), mas por uma transformação autêntica de todo meu ser”.
HUI-NENG, séc. VI, fundador do Zen Budismo: “Nossa própria natureza do ser é Buda (desperto, iluminado, livre do sofrimento) e, fora dessa natureza, não há outro Buda”. (isto é, só há Um e somos esse Um).
IBN AL-ARABI, sufista, séc. XII: “Tu és Ele, sem qualquer limitação, se conheceres tua própria existência dessa maneira”. (Novamente, o ‘Conhece-te a ti mesmo’).
MOISÉS DE LEON, cabalista, séc. XIV: “Deus, em sua manifestação suprema, na plenitude de seu ser, é chamado “Eu”. (Bíblia: “Eu sou aquele que sou“).
PADMASMBHAVA, budista, séc. VII: “A única verdade está dentro de nós”.
MEISTER EKHART, místico cristão, monge, séc. XIII: “Percebo que Deus e eu somos um só”.
MONSOR AL-HALAJ, sufista, séc. X: “Eu sou a verdade”.
SHANKARA, hindu, séc. VIII: “Não participo da ilusão ‘eu’ e ‘tu’, ‘isto’ e ‘aquilo’. Sou a realidade sem começo e sem fim. Sou Brahman, o primeiro sem segundo, a bem-aventurança sem fim, a verdade eterna e imutável. Resido em todos os seres. Agora, eu sei que sou Tudo”.
E JESUS: “Eu e o meu Pai somos um”.
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