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CORPUS HERMETICUM.1
A obra ‘Corpus Hermeticum’, um dos exemplos mais impressionantes de apelo à não-localização (ao transcendental, ao que está além do ‘eu’), que data de pelo menos dois mil anos, diz: “A não ser que te faças igual a Deus, não poderás entendê-lo, pois o semelhante não é inteligível senão pelo semelhante. Cresce até atingires grandeza além da medida; de um salto (a instantaneidade produzida pela meditação; a criatividade do salto quântico?) liberta-te do corpo (dos condicionamentos; do ego); ergue-te acima do tempo (penetra no atemporal, na não-localização), torna-te a Eternidade; então perceberás e entenderás Deus. Acredita que nada é impossível (as infinitas possibilidades de Maharish) para ti; pensa-te imortal e capaz de tudo compreender, imaginando estares em toda parte, na terra, no céu, na água, no não nascido, adolescente, velho, morto, além da morte. Se abraçares de uma só vez, em teu pensamento, tudo isso, isto é, tempos, lugares, coisas, substâncias, qualidades, quantidades, poderás entender e “ser” Deus”.O autor dessas palavras nos leva para além de eventos singulares, para todos os eventos; além do aqui, para toda parte; além do agora, para todo tempo, à eternidade; além do ego, para a unidade com Deus. E afirma que devemos destruir nossa concepção de uma realidade localizada (o ego) se queremos conhecer Deus. Isso não significa usurpar o poder divino, como alguns pensam e, assim, julgam blasfemas tais palavras. Para o autor de ‘Hermeticum’, tornar-se igual a Deus é impossível, porque é impossível vir a ser o que já se é. Além disso, quando se percebe que o “eu” individual não existe, que é ilusão (uma falácia, como dizem Wilber, os místicos e a ciência quântica), percebe-se, também, que não há quem esteja fazendo a usurpação.
EINSTEIN E O EU
Einstein afirmava, com ênfase, a importância de acabar com a servidão ao eu pessoal, a importância de acabar com o sentimento de um eu localizado (no cérebro), numa filosofia decididamente oriental: “O verdadeiro valor de um ser humano é determinado basicamente pela proporção e pelo sentido em que ele se libertou do eu/ego”.
ENTRE EM VOCÊ MESMO
Teresa de Ávila, santa e doutora teologal da Igreja Católica, às noviças:
“... É insensatez querermos entrar no reino de Deus sem primeiro entrarmos em nós mesmas, porque é dentro de nós que Deus está e só ali é que vamos encontrá-lo e compreendê-lo. Entrai, entrai em vós mesmas, filhas minhas!”
Por dizer coisas como esta, por pouco não foi condenada, pela Igreja, à morte pelo fogo.
TEILHARD DE CHARDIN, cientista, filósofo, teólogo e sacerdote da Igreja Católica Romana afirma enfaticamente em várias de suas obras o que vai abaixo. Esta citação é de seu livro ‘O Fenômeno Humano’:
“Todos nós, todos os seres humanos e todos os animais, compartilhamos a mesma consciência”.
Por afirmações como essa foi proibido, pelo Vaticano, de expor qualquer pensamento seu até o dia de sua morte.
(Todo o misticismo e, atualmente, a ciência mais avançada do mundo asseguram a mesma coisa).
SCHRÖDINGER e BOHM, dois dos mais notáveis cientistas da física quântica:
É notável a semelhança de concepções entre Bohm e Schröndiger, pois este afirma, em perfeito acordo com aquele, que, “todos os dias, ela, a mãe terra, nos engole milhares e milhares de vezes, assim como nos faz nascer, não uma vez, mas milhares e milhares de vezes. Pois, eternamente e sempre, há apenas o agora, aquele mesmo agora; o presente é a única coisa que não tem fim”. As teorias destes físicos sobre a “unicidade da consciência” fazem parte de uma tradição dentro da física moderna que inclui, como vimos, alguns dos mais aclamados cientistas de nosso tempo. Suas teorias dão apoio à idéia de uma mente não-localizada (a mente que está em todo lugar, universal, portanto), não “confinada em cérebros e corpos”, infinita e imortal, aquilo a que as religiões dão o nome de Deus.
A MENTE É DEUS
CARL G. JUNG:
“O atentar para a Mente intemporal é tarefa redentora para todas as pessoas. Em nosso tempo, essa tarefa é particularmente difícil porque colocamos, no dia-a-dia, nossa ênfase no aqui-agora, no fazer, no consumir, nos aspectos práticos, no progresso material. Como valorizamos o aspecto material, estamos separados dela. O resultado é patológico: tornamo-nos vítimas de nossos próprios impulsos inconscientes e o mundo ‘demonizou-se’. Nossa verdadeira tarefa de vida é exatamente o contrário: tornarmo-nos conscientes dos conteúdos que emergem do inconsciente, criar cada vez mais consciência; esse o objetivo único da existência humana:... acender uma luz na escuridão do ser”.
“Seguramente, a alma não é algo insignificante (como as religiões ocidentais a consideram); ela é a própria Divindade radiante”.
A NOVA VISÃO DA CIÊNCIA
UM CIENTISTA QUÂNTICO:
“Se concordarmos com as implicações da moderna visão do universo dada pela mais bem arquitetada ciência de nosso mundo, a física quântica, talvez possamos confirmar as percepções dos visionários e místicos, a visão de que todos nós somos eternos, infinitos e Um”.
NADA É SEPARADO OU INDEPENDENTE
Nisagardatta, um buscador da verdade:
“Desejo e medo vêm da visão do mundo como separado de mim mesmo. Assim como você pensa ser, do mesmo modo você pensa que o mundo é. Se você se imagina separado do mundo, o mundo aparecerá como separado de você, cheio de atrativos e de ameaças, e você experimentará desejo e medo. Eu não vejo o mundo como separado de mim e assim não há nada para eu desejar ou para temer. Eu e o mundo somos um”.
NOSSA GRANDE ILUSÃO
PYR VILAYAT, antropólogo:
“Nossa grande limitação é supor que somos indivíduos, que somos seres e mentes separadas; isso não é verdade: somos um só.
O INCONSCIENTE COLETIVO E A MENTE
CARL G. JUNG:
“O inconsciente coletivo apresenta as características da mente não-localizada (mente fora o espaço-tempo, no atemporal, isto é, a mente una, cósmica, universal, Deus); não pode ser fixado no espaço e no tempo, e transcende o ego individual, envolvendo “todas” as mentes”.
“O inconsciente tem o seu próprio tempo à medida que passado, presente e futuro, juntos, combinam-se nele”.
“Uma vez que todas as distinções, diferenças, desaparecem na condição inconsciente, é lógico que a “distinção entre mentes separadas deve desaparecer” também”.
OS OLHOS E OS OUVIDOS DE DEUS
FEEMAN DYSON, físico:
“Não há uma distinção clara entre mente (nossa mente humana) e Deus (mente universal). Deus é o que a mente se torna quando ultrapassa a escala da compreensão (quando vai além do ego, além de seus condicionamentos). Somos as principais vias da manifestação de Deus”.
(Somos os olhos e ouvidos de Deus; Deus percebe o universo por nossos olhos e ouvidos, por todos nossos sentidos objetivos).
PERCEBA-O E ESTARÁ SALVO
Nisagardatta, um sábio buscador da verdade:
"Este que vê o tudo e também vê o nada, é o mestre interior (aquilo a que damos o nome de Eu, Eu superior, Deus). Só ele é; todo o restante “parece ser”. Ele é seu próprio ser, sua esperança e segurança de liberdade: encontre-o e una-se a ele (isto é, perceba-o) e você estará a salvo e seguro”.
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