A Caminho da Luz

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Espiritismo meloso, jogado ao vento

Eu particularmente não gosto muito desse modo meloso de se falar do Espiritismo, sempre relacionado ao amor e à caridade, mas de uma forma um tanto jogada ao vento, dita por dizer. "Temos que amar, Temos que perdoar, Temos que aceitar".


Temo esse "temos que", quando é dito sem coração, somente por palavras. Me preocupa demais essa forma de "pregação" espírita, este desejo de "conversão moral", ou ainda essas "conveniências particulares" de uns ou outros que se arriscam a querer domar o ser humano, sem olhar ao ser humano.


Não há muita preocupação com o próximo, mas sim em expor ideias e algumas verdades absolutas, que nada mais são do que achismo pessoal ou sistemas particulares de gente sem noção.


Um Espiritismo mais limpo, livre destas pretensões, explicado com base em Allan Kardec e com argumentações mais concretas, menos utópicas e fantasiosas, sem dúvidas, convenceria mais pessoas, pela simples não-intenção de convencer.


A falta de estudos e este desejo constante de aliar Espiritismo e Religião é o que tem promovido esta desconfiguração doutrinária e salientado a hipocrisia e uma forma muito mal-feita de apresentar o Espiritismo.


Julga-se mais do que se ajuda. Há mais interesse em salientar defeitos do que em apresentar soluções e quando se tenta isso, muitas vezes são soluções quase inatingíveis, fora da realidade da maioria; mais desejo de palpitar na vida alheia, do que o de arregaçar as mangas e fazer algo.


"Se você fizer isso, vai para o Umbral", "Isso é obsessão" - é nisso o que se resume boa parte das pregações espíritas atuais. Trouxemos o inferno e seus diabos de outras doutrinas para o Espiritismo, mudamos o nome e boa, ficou por isso mesmo.


Isso deverá mudar um dia, com certeza, mas se nós ajudarmos, essa mudança poderá vir antes. Os que afirmam que tudo tem um tempo certo de acontecer são muitas vezes preguiçosos que tem o hábito de deixar as coisas rolarem ou egoístas que não querem se envolver com esse tipo de problema. Realmente, as coisas acontecem muitas vezes no momento certo, mas muitos destes momentos são gerenciados pelo próprio ser-humano.


Quem sabe faz a hora, não espera acontecer, diz o poeta.


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