A Caminho da Luz

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Os Dogmas do Espiritismo



Os Dogmas do Espiritismo




Os Dogmas do Espiritismo Positivada, assim, a natureza tríplice do Espiritismo, como  ciência, filosofia e religião, devemos apreciar os princípios fundamentais da  doutrina, que se resumem nos seguintes dogmas:


a)       Deus é a  inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas;


b)       O homem,  criado por Deus, deve amá-lo sobre todas as coisas e ao próximo como a si  mesmo;  
 c) Tríplice é a natureza do homem, que se constitui de espírito,  perispírito e corpo material;

d)  O espírito preexiste e sobrevive ao corpo, que lhe serve  apenas para a realização de experiências de natureza evolutiva, no mundo  material;

e) O perispírito é um corpo espiritual, duplo do corpo  físico, e meio de ligação entre o espírito e o corpo;

f) A morte é o processo de desencarnação do espírito, ou  seja, do seu desprendimento do corpo material, tornado imprestável pela doença,  pela velhice ou por um acidente;

g)  As encarnações do espírito são sucessivas e progressivas,  provindo dos reinos inferiores da natureza e prosseguindo através da evolução  moral e espiritual do ser, até os mais elevados estágios da perfeição;

h)  A lei da reencarnação implica o efeito das conseqüências  ou causas da vida anterior, na seguinte, de maneira que o homem é hoje o  resultado do que foi no passado, e assim por diante;

i) Tríplice é também a natureza do Universo, que se constitui  de:    Deus – causa  primária,    Espírito –  princípio inteligente, e    Matéria –  elemento passivo;

j)  O elemento espiritual preexiste e sobrevive ao material, é  a sua causa imediata e o seu imediato fim, e tudo o que existe no mundo  material provém do mundo espiritual e a ele retorna, no incessante processo da  evolução de todas as coisas;

k)  Os espíritos povoam o elemento espiritual, que circunda e  interpenetra o material, vivendo, portanto, ao nosso redor, de maneira  invisível para o sentido visual comum, mas perceptível pelo aprimoramento das  qualidades próprias de que o homem é dotado, e participam da vida humana,  influenciando-a para o mal ou para o bem;

l)  O mundo espiritual apresenta uma gradação infinita de  seres, conseqüência natural da lei de evolução, que vai desde o espírito que  ainda se prende à matéria e se julga encarnado, até os mais elevados seres, dos  quais Jesus, o Cristo, é o supremo exemplo de que o homem tem notícia;

m) Os espíritos não só influenciam os homens, como podem  comunicar-se com eles, através das várias modalidades de mediunidade: a  intuitiva, a de incorporação, a de efeitos físicos, a de materialização, a de  voz-direta, a audiente, a vidente, e diversas outras;

n)  Os homens exercem influência sobre os espíritos que vivem  nas proximidades da terra, podendo atraí-los consciente ou inconscientemente e  orientá-los, esclarecê-los, doutriná-los durante as sessões práticas de  Espiritismo;

o) A prece e a concentração mental com objetivos elevados são  meios de vibração que o homem dispõe para atrair ou afastar as influências  espirituais e orientar o seu próprio pensamento;

p) Cada homem está sob a influência benéfica de um espírito  protetor, ou guia espiritual, que é o anjo guardião das religiões, e sob o  amparo dos espíritos familiares e amigos, que procuram auxiliá-lo, assim como  sob a influência malfazeja de espíritos inferiores e de adversários e inimigos  da presente ou de passadas existências;

q)  Pela sua conduta e sua firmeza no bem, o homem se liberta  das más influências e ajuda os seus inimigos a se melhorarem;

r)  As relações entre os espíritos e os homens se baseiam nas  leis de vibração mental e emocional, sendo inútil e prejudicial o uso de  símbolos, gestos, vestimentas próprias, queima de ingredientes como incenso e  arruda e outros aparatos exteriores, para a prática de sessões e de outros  meios de afastamento dos maus espíritos;

s)  O amor de Deus é extensivo a todas as criaturas, sem  qualquer distinção, não havendo razão de ser para a existência de sacramentos  como o batismo, o casamento religioso, a extrema-unção e outros;

t)  A lei de causa e efeito preside a todos os processos da  vida, tanto no terreno material quanto no moral e espiritual, e a salvação dos  homens está nas suas próprias mãos;

u)  A caridade é a lei principal da evolução do espírito e se  traduz, não na simples distribuição de esmolas, mas no amor do homem pelo seu  semelhante e por tudo quanto existe, pelo que o Espiritismo adota como lema a  seguinte frase: Fora da caridade não há salvação;

v)  O Universo é infinitamente habitado, e os mundos que rolam  no espaço carregam humanidades que não conhecemos, mas que se ligam a nós pela  lei da solidariedade universal;


    ]w)  Todo o Universo conhecido é um processo  único de evolução, que o homem tem a possibilidade de integrar de maneira  consciente, desde que se decida a acelerar a própria evolução.
A palavra dogma suscita desconfiança no meio espírita, em virtude  da campanha provocada pelos dogmas da Igreja. Devemos lembrar que a ciência  também se baseia em dogmas, pontos firmados da sua doutrina de interpretação do  mundo fenomênico. Dogma é todo princípio fundamental de um sistema filosófico,  científico ou religioso. A diferença entre os dogmas da Igreja e os do  Espiritismo se funda na própria natureza de uns e de outros. Os dogmas da  Igreja são fundados em suposições e impostos autoritariamente à razão. Os  dogmas do Espiritismo são, como os da ciência, fundados na observação e na  experiência, e oferecidos à razão como as conclusões lógicas a que se pode  chegar, para a interpretação dos fatos. Como disse Kardec, os dogmas ou  princípios do Espiritismo não são rígidos, podendo ser alterados pela  demonstração evidente de princípios contrários. Até hoje, porém, os dogmas  fundamentais da doutrina, de que demos acima uma interpretação, não sofreram  nenhuma contestação científica positiva, mas apenas contradições filosóficas.  Ora, como contra fatos não há argumentos e os fatos continuam a sustentar esses  princípios, eles prevalecem.



Poderiam dizer-nos que, se os dogmas são susceptíveis de revisão,  a doutrina não está firmada. Responderíamos que o Espiritismo não pretende  transformar-se num sistema ossificado, sem plasticidade, e por isso mesmo  incapaz de interpretar a infinita fluidez e plasticidade da vida. Assim como  não se pode interpretar, mas apenas figurar, de maneira precária, o movimento,  no quadro fixo, também não se pode interpretar a vida e o mundo numa doutrina  estratificada.



Diriam, talvez, os adversários que o Espiritismo é precário, uma  vez que a negação científica de um dos seus dogmas fundamentais, como a da  independência do espírito, poria abaixo toda a estrutura doutrinária. Não  tenhamos dúvidas a respeito. De fato, se nos provarem, cientificamente, que o  espírito não passa de efeito e não causa, o Espiritismo estará falido e o  abandonaremos imediatamente. Até lá, porém, continuaremos com ele. Mesmo  porque, como já demonstramos nas páginas anteriores, consideramos ocorrido  justamente o contrário, ou seja, o Espiritismo já demonstrou experimentalmente  a independência do espírito, e com isso derrogou um dos dogmas fundamentais da  ciência materialista, que subsiste apenas, graças à capacidade de teimosia do  espírito humano.



J. Herculano Pires
 ]Do livro - O Sentido da Vida[/

Nenhum comentário:

Postar um comentário