Na Glória
do Cristo
Se entre
as vidas magnificentes da Terra uma existe, na qual a mediunidade comparece com
todas as características, essa foi a vida gloriosa do Cristo.
Surge o
Evangelho do contacto entre dois mundos.
Zacarias,
o sacerdote, faz-se clarividente de um instante para outro e vê um mensageiro
espiritual que se identifica pelo nome de Gabriel, anunciando-lhe o nascimento
de João Batista.
O mesmo
Gabriel, na condição de embaixador celestial, visita Maria de Nazaré e saúda-Ihe
o coração lirial, notificando-lhe a maternidade sublime.
Nasce,
então, Jesus sob luzes e vozes dos Espíritos Superiores.
Usando o
magnetismo divino que lhe é próprio, o Excelso Benfeitor transforma a água em
vinho, nas bodas de Caná.
Intervém
nos fenômenos obsessivos de variada espécie, nos quais as entidades inferiores
provocam desajustes diversos, seja na alienação mental do obsidiado de Gadara ou
na exaltação febril da sogra de Pedro.
Levanta
corpos cadaverizados e regenera as forças vitais dos enfermos de todas as
procedências.
Apazigua
elementos desordenados da Natureza e multiplica alimentos para as necessidades
do povo.
Sonda os
ideais mais íntimos da filha de Magdala, quanto lê na samaritana os pensamentos
ocultos.
Conversa,
Ele mesmo, com desencarnados ilustres, no cimo do Tabor, ante os discípulos
espantados.
Avisa a
Pedro que Espíritos infelizes procurarão induzi-lo à queda moral, e faz sentir a
Judas que não desconhece a trama de sombras de que o apóstolo desditoso está
sendo vítima.
Ora no
horto, antes da crucificação, assinalando a presença de enviados divinos.
E, depois
da morte, volta a confabular com os amigos, fornecendo-lhes instruções quanto ao
destino da Boa Nova.
Reaparece,
plenamente materializado, diante dos aprendizes, no caminho de Emaús, e, mais
tarde, em Espírito, procura Saulo de Tarso, nas vizinhanças de Damasco, para
confiar-lhe elevada missão entre os homens.
E porque o
jovem perseguidor do Evangelho nascente se mostre traumatizado, ante o encontro
imprevisto, busca Ele próprio a cooperação de Ananias para socorrer o novo
companheiro dominado de assombro.
É inútil,
assim, que cristãos distintos, nesse ou naquele setor da fé, se reúnam para
confundir respeitosamente a mediunidade em nome da metapsíquica ou da
parapsicologia - que mais se assemelham a requintados processos de dúvida e
negação -, porque ninguém consegue empanar os fatos mediúnicos da vida de Jesus,
que, diante de todas as religiões da Terra, permanece por Sol indiscutível, a
brilhar para sempre.
Pelo
Espírito Emmanuel
XAVIER,
Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos.
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