A Caminho da Luz

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

CONHECENDO AS TREVAS


CONHECENDO AS TREVAS
Uma Incrível Mensagem Espírita

 
Quando nos propomos a falar da ação das trevas nos grupos espíritas, antes de tudo precisamos saber de quais espíritos estamos falando, porque a grande maioria de espíritos obsessores que vem as casas espíritas são mais ignorantes do que propriamente maldosos. No livro “Não há mais tempo”, organizado pelo espírito Klaus, nós publicamos uma comunicação de um verdadeiro representante das organizações do mal e percebemos que há uma grande diferença entre o que nós classificamos como espíritos obsessores e os verdadeiros representantes das trevas.

 

Eu estava presente na reunião na qual essa entidade se manifestou. Quando o espírito incorporou a doutrinadora disse: “Seja bem vindo meu irmão”.

Ele respondeu: “Em primeiro lugar não sou seu irmão, em segundo lugar eu conheço o seu sentimento. Sei que você não gosta nem das pessoas que trabalham com você na casa, que dirá de mim que você não conhece. Por isso duvido que eu seja bem vindo aqui”.

Ela ficou um tanto desconcertada, porém, disse: “Mas eu irmão, veja bem, isso aqui é um hospital”.

Ele respondeu: “Muito bem, agora você vai dizer que eu sou o doente e que você vai cuidar de mim, não é isso?”.

Ela disse: “Sim”.

Ele: “Pois bem, e quem garante para você que eu sou um doente? Só porque eu penso diferente de você. Aliás, o que a faz acreditar que possa cuidar de mim? Quem é que cuida de você? Porque suponho que quando alguém vai cuidar do outro, este alguém esteja melhor que o outro e, francamente, eu não vejo que você esteja melhor do que eu. Porque eu faço o mal? Porque eu sou combatente das idéias de Jesus? Sim, é verdade, mas admito isso, enquanto você faz o mal tanto quanto eu e se disfarça de espírita boazinha”.

Outro doutrinador disse: “ Meu irmão, é preciso amar”.

O espírito respondeu: “acabou o argumento. Quando vocês vêm com esta ladainha que é preciso amar, é que vocês não têm mais argumentos”.

- “Mais o amor não é ladainha, meu irmão”.


- “Se o amor não é ladainha, porque o senhor não vai amar o seu filho na sua casa? Aliás, um filho que o senhor não tem relacionamento à mais de 10 anos. Se o senhor não consegue perdoar o seu filho que é sangue do seu sangue, como é que o senhor quer falar de amor comigo? O senhor nem me conhece”.

Vieram outros doutrinadores e a história se repetiu até que por último veio o dirigente da casa e com muita calma disse: “ Não é necessário que o senhor fique atirando estas verdades em nossas faces. Nós temos plena consciência daquilo que somos. Sabemos que ainda somos crianças espirituais e que precisamos aprender muito”.

 

O espírito respondeu: “Até que enfim alguém com coerência nesse grupo, até que enfim alguém disse a verdade. Concordo com você, realmente vocês são crianças espirituais e como crianças não deveriam se meter a fazer trabalho de gente grande porque vocês não dão conta”.

Como agem os espíritos representantes das trevas em nossos núcleos espíritas?

Como vimos, os verdadeiros representantes das trevas, além de maldosos são também extremamente inteligentes. São espíritos que não estão muito preocupados com as casas espíritas. Eles tem sua base nas religiões da sub-crosta. São espíritos que estiveram envolvidos por exemplo na 1ª e 2ª guerras mundiais e no ataque as torres gêmeas nos Estados Unidos. São os mentores intelectuais de Bin Laden, de Sadan Russein e de inúmeros outros ditadores que já passaram pelo mundo, porque eles tem um plano muito bem elaborado, que é o de dominar o mundo. Os grupos espíritas não apresentam tanto perigo para eles. Esses espíritos estarão sim atacando núcleos espíritas desde que o núcleo realmente represente algum perigo para as intenções das trevas. Portanto, quando nós falamos das inteligências do mal, nós estamos falando destes espíritos que tem uma capacidade mental e intelectual muito acima da média em geral. Normalmente não são esses espíritos que se comunicam nas nossas sessões mediúnicas. Normalmente eles não estão preocupados com os nossos trabalhos, a não ser que esses trabalhos estejam bem direcionados, o que é muito difícil, e representem algum perigo para eles.

Nós que vivemos e trabalhamos numa casa espírita sabemos bem dos problemas encontrados nas atividades desses grupos. Para ilustrar vou contar para vocês um fato verídico ocorrido numa casa espírita.

 

Um espírito obsessor incorporou numa sessão mediúnica e disse para o grupo: “Nos viemos informar que não vamos mais obsediar vocês. Vamos para outro grupo”.

Houve silêncio, até que alguém perguntou: “Vocês não vão mais nos obsediar, porque?”.


O espírito respondeu: “Existe nesta casa tanta maledicência, tanta preguiça, tanto atrito, tantas brigas pelo poder, tantas pessoas pregando aquilo que não praticam, que não precisamos nos preocupar com vocês, vocês mesmos são obsessores um dos outros”.

Porque realizar um seminário ressaltando a ação das trevas?
Falar do mal não é ajudar o mal a crescer?

No livro “A arte da guerra” está escrito: “Se você vai para uma guerra e conhece mais o seu inimigo que a você mesmo, não se preocupe, você vai vencer todas as batalhas. Se você conhece a si mesmo, mas não conhece o inimigo, para cada vitória você terá uma derrota. Porém, se você não conhece nem a si mesmo e nem ao inimigo, você vai perder todas as batalhas”.

 

Infelizmente, a grande maioria das pessoas não conhece a si mesma. Tem medo da reforma íntima, tem medo do que vão encontrar dentro de si. Negam a transformação interior. Precisamos falar das trevas para conhecermos as trevas. Se não conhecermos como eles manipulam os tarefeiros espíritas como é que vamos saber nos defender deles. Para isso é preciso refletirmos nesta condição de nos conhecermos até porque toda ação das trevas exteriores é um reflexo das trevas que nós carregamos dentro de nós. É preciso realmente realizarmos a nossa reforma interior para sairmos da sintonia dessas entidades.

E os Guardiões que cuidam do centro, como é que ficam?

Não podemos esquecer que os benfeitores espirituais trabalham respeitando o nosso livre arbítrio. Uma casa espírita como esta possui o seu campo de proteção como uma cerca elétrica construída pelos benfeitores, porém, quem a mantém ligada são os trabalhadores encarnados. Toda vez que há brigas dentro do centro, toda vez que há grupos inimigos conflitando-se, toda vez que há maledicências, é como se houvesse um curto-circuito nessa rede, é como se houvesse uma queda de energia, e as entidades do mal entram. Os benfeitores espirituais estão presentes e a rede é religada, mas, as entidades do mal já entraram.

O grande problema é que quase sempre, nós não estamos sintonizados com o bem. A ação do bem em nossa vida é fundamental. Por exemplo: O Umbral não é causa, o Umbral é efeito. Só existe o Umbral, a zona espiritual inferior que cerca o planeta, porque os homens tem sentimentos medíocres e inferiores. No dia em que a humanidade evoluir o Umbral desaparece, porque ele é consequência. Por isso que não podemos nos esquecer que as trevas exteriores são apenas uma extensão das nossas trevas interiores. Existe sim, a proteção espiritual nas casas espíritas, porém, os espíritos amigos respeitam o nosso livre arbítrio.

 

Como é que os grupos espíritas podem se defender das trevas?

# Havendo muita sinceridade, Amizade Verdadeira e principalmente muito AMOR entre todos os colaboradores do grupo.

# Existindo a prática da solidariedade, carinho e respeito para com todas as pessoas que buscam o grupo ou para estudar ou para serem orientadas ou para receberem assistência espiritual.

# Havendo muito comprometimento com a causa espírita.

# Realizando, periodicamente, uma avalização dos resultados obtidos, para verificar se os 3 itens anteriores estão realmente acontecendo.


 

OBS: A mensagem acima veio de autoria anônima, mas mostra uma situação que pode ocorrer em todos os locais que trabalham para a luz divina e não apenas em centros espíritas. - Jornal Prana de julho 2011

Incêndio em Santa Maria - Mortes Coletivas - Desastres em Massa - Espiri...

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Lágrimas


Lágrimas
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os que sofrem perseguição pela justiça, porque o reino dos céus é para eles.”
(ESE - Capítulo 5 item 1.)
Lágrimas são emoções materializadas que romperam as barreiras do corpo físico. Em realidade, representam os excessos de energia que necessitamos extravasar.
Nem sempre são as mesmas fontes que determinam as lágrimas, pois variadas são as nascentes geradoras que as expelem através dos olhos.
Lágrimas nascidas do amor materno são vistas quase que corriqueiramente nos olhos das mães apaixonadas pelos filhos.
Lágrimas de alegria marejam nos olhos dos enamorados, pelas emoções com que traçam planos de felicidade no amor.
Lágrimas geradas pela dor de quem vê o ente querido partir nos braços da morte física, entre as esperanças de reencontrá-lo logo mais, na vida eterna.
Lágrimas de amigos que apertam mãos nas realizações e uniões prósperas são sempre nascentes puras de emotividade sadia oriundas do coração.
Há, porém, lágrimas criadas pelos centros de desequilíbrio, que mais se assemelham a gotas de fel, pois, quando jorram, con­gestionam os olhos, tornando-os de aspecto agressivo, de cor carmim, entre energias danosas que embrutecem a vida.
Lágrimas de inveja e revolta que brotam nos olhares dos orgulhosos e despeitados, quando identificam criaturas que ven­cem obstáculos, alcançando metas e exaltando as realizações dito­sas que se propuseram edificar.
Lágrimas de angústia e desconforto que umedecem as pálpebras dos inconformados e rebeldes, os quais, por não res­peitarem a si mesmos e aos outros, sofrem como conseqüência todos os tipos de desencontros nos caminhos onde transitam desesperados.
Lágrimas de pavor e devassidão, em uma análise mais profunda, são tóxicos destilados pela fisionomia dos corruptos, que lesam velhos, crianças e famílias inteiras na busca desenfrea­da de ouro e poder.
Lágrimas dissimuladas que gotejam da face dos hipócritas e sedutores, os quais, por fraudarem emoções, acreditam sair ile­sos perante as leis naturais da vida.
Conta-se que lágrimas espessas rolaram dos olhos dos ladrões crucificados entre o Senhor Jesus, no’Gólgota.
As gotas de lágrima do mau ladrão fecundaram, no ter­reno dos sentimentos, as raízes da reflexão e do discernimento, que permitiram entender o porque dos corações rígidos e inflexí­veis. A humanidade aprendeu que há hora de plantar e tempo de ceifar e que nem todos estão ainda aptos a compreender a essên­cia espiritual, nascendo, portanto, dessa percepção o “perdão incondicional”.
Mas dos olhos do bom ladrão deslizaram as lágrimas dos que já admitiram seus próprios erros, vitalizando o solo abundantemente e fazendo germinar as sementes poderosas que permitem às consciências em culpa usar sempre “amor incon­dicional” para si mesmas e para os outros, como forma de restaurar sua vida para melhor.
Isso fez com que os seres humanos se aproximassem cada vez mais do patamar da reparação e do enorme poder de transfor­mação que existem neles mesmos, reformulando e reorganizando gradativamente suas vidas. Estabeleceu-se assim, na Terra, o “arrependimento” - sentimento verdadeiro de remorso pelas faltas cometidas e que serve para renovação de conceitos e atitudes.
No teu mergulho interior, pondera tuas lágrimas, analisa-as e certifica-te dos sentimentos que lhes deram origem.
Que sejam sadias tuas fontes geradoras de emoções e que esse líquido cristalino que escorre sobre tuas faces te levem ao encontro da paz interior, entre alicerces de uma vida plena.

RENOVANDO ATITUDES
FRANCISCO DO ESPÍRITO SANTO NETO
DITADO PELO ESPÍRITO HAMMED

DESENCARNAÇÕES COLETIVAS


DESENCARNAÇÕES COLETIVAS

Emmanuel

Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?
            (Pergunta endereçada a Emmanuel por algumas dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 23-2-1972, em Uberaba, Minas).

RESPOSTA:

Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.
Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.
É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.
                                                         ***                      

Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontros marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidade na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.
                                          ***
Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extingui-lhe as conseqüências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança.
É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.
                                                         ***

Lamentamos sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos.
Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o Melhor.

                       Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores diversos

Tragédias Coletivas - Por Que Acontecem?



Tragédias Coletivas - Por Que Acontecem?




 Casos como da imagem acima, onde desencarnaram quase três centenas de jovens, deixam-nos profundamente
 tristes e inconformados. Por que Deus permite isso? Muitos perguntam em lágrimas. Para nós, simples mortais, é difícil entender uma tragédia coletiva, mas, tudo na Lei de Deus tem um propósito maior e, no caso dos desencarnes coletivos, o nome é Renegeração da Humanidade. Pelo que observamos, enquanto vivemos, a evolução é sempre lenta, então, Deus, de vez em quando acelera essa evolução, trocando Espíritos de menor conhecimento por Espíritos mais instruídos, e, assim, vamos evoluindo até chegarmos ao Plano Iluminado Maior, onde habita Deus e não precisaremos mais reencarnar, a não ser para cumprir missões de ajuda humanitária.
    Para melhor entendermos a questão das expiações coletivas, esclarece o Espírito Clélia Duplantier, em Obras Póstumas, que é preciso ver o homem sob três aspectos: o indivíduo, o membro da família e, finalmente, o cidadão. Sob cada um desses aspectos ele pode ser criminoso ou virtuoso. Em razão disso, existem as faltas do indivíduo, as da família e as da nação. Cada uma dessas faltas, qualquer que seja o aspecto, pode ser reparada pela aplicação da mesma lei.
     A reparação dos erros praticados por uma família ou por um certo número de pessoas é também solidária, isto é, os mesmos espíritos que erraram juntos reúnem-se para reparar suas faltas. A lei de ação e reação, nesse caso, que age sobre o indivíduo, é a mesma que age sobre a família, a nação, as raças, enfim, o conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas.
Tal reparação se dá porque a alma, quando retorna ao Mundo Espiritual, conscientizada da responsabilidade própria, faz o levantamento dos seus débitos passados e, por isso mesmo, roga os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.
Segundo Emmanuel, nós “criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as consequências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e
progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança.
É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida”.
Tais apontamentos foram feitos ao final do capítulo intitulado “Desencarnações Coletivas”, no livro Chico Xavier Pede Licença, quando o benfeitor espiritual responde porque Deus permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos de incêndios.
TERREMOTOS
Imaginemos guerreiros do passado que destruíram cidades, arrasaram lares, matando mulheres e crianças sob os escombros de suas casas, fazendo milhares de vítimas. É lógico que os espíritos desses guerreiros, ao reencarnarem na Terra em novos corpos, atraídos por uma força magnética pelos crimes praticados coletivamente, se reúnem em determinadas circunstâncias, e sofrem “na pele” por meio de um terremoto ou outra catástrofe semelhante, o mesmo mal que fizeram às suas vítimas indefesas de ontem.
ACIDENTES DE AVIÃO
O espírito André Luiz, no capítulo 18 do Livro Ação e Reação, psicografado por Chico Xavier, esclarece que piratas que afundaram e saquearam criminosamente embarcações indefesas no dorso do mar, ceifando inúmeras vidas, agora encarnados em outros corpos, morrem coletivamente nos acidentes aviatórios.
TRAGÉDIA DO CIRCO
No dia 17 de dezembro de 1961, na cidade de Niterói, em comovedora tragédia num circo, a justiça da lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em diversas posições da idade física para a dolorosa expiação, conforme relata o Espírito
Humberto de Campos, pelo médium Chico Xavier, no livro Crônicas de Além Túmulo. Os que morreram no século XX no circo de Niterói foram os mesmos que, no ano de 177 de nossa era, queimaram cerca de mil crianças e mulheres cristãs numa arena de um circo na Gália, região da França, na época do Império Romano.
OUTRAS CAUSAS
Ainda na mensagem “Desencarnações Coletivas”, o benfeitor espiritual Emmanuel esclarece outros motivos para as mortes que se verificam coletivamente. Diz  ele:
“Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de
sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidades na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a
reencarnação”.
Diz Allan Kardec, nos comentários da questão 738 de O Livro dos Espíritos, que “venha por um flagelo à morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo”.
E finalmente, segundo esclareceram os Espíritos Superiores a Allan Kardec, na resposta à questão 740 de O Livro dos Espíritos, “os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo”.
Enquanto acreditamos que o tempo nos pertence, muitas vezes, caímos presas de cipoais de sombra, mas, quando compreendemos que o tempo é de Deus, o nosso retorno à paz se concretiza em abençoada recuperação de nós mesmos para o amor que tudo regenera e tudo santifica.
Fontes:
Aparecida - Francisco Cândido Xavier;
Livro: "Comandos do Amor", por Espíritos diversos, pelo Médium Francisco Cândido Xavier;

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Vínculos familiares


Vínculos familiares
“... Afeição real de alma a alma, a única que sobrevive à destruição do corpo, porque os seres que não se unem neste mundo senão pelos sentidos não têm nenhum motivo para se procurarem no mundo dos Espíritos. Não há de duráveis senão as afeições espirituais...”
(Capítulo 4, item 18.)
A rigor, família é uma instituição social que compreende indivíduos ligados entre si por laços consangüíneos.
A formação do grupo familiar tem como finalidade a edu­cação, implicando, porém, outros tantos fatores como amor, aten­ção, compreensão, coerência e, sobretudo, respeito à individualidade de cada componente do instituto doméstico.
Com o Espiritismo, porém, esse conceito de família se alarga, porque os velhos padrões patriarcais, impositivos e machistas do passado, cedem lugar a um clã familiar de visão mais ampla de vivência coletiva, dentro das bases da reencarnação. Por admitir que os laços da parentela são preexistentes à jornada atual, os preconceitos de cor, de sangue, sociais e afetivos caem por terra, em face da possibilidade de as almas retornarem ao mesmo domi­cílio, ocupando roupagens físicas conforme as necessidades evolutivas.
As afeições reais do espírito sobrevivem à destruição do corpo e permanecem indissolúveis e eternas, nutrindo-se cada vez mais de mútuas afinidades, enquanto que as atrações materiais, cujo único objetivo são as ilusões passageiras e os interesses do orgulho, extinguem-se com a “causa que os fez nascer”.
Assim, vemos famílias que adotam a “eliminação quase total da vida particular”. A atenção é focalizada de forma exclusiva no grupo familiar, cujos integrantes vivem neuroticamente uns para os outros. Bloqueiam seus direitos à própria vida, à liberdade de agir e de pensar e ao processo de desenvolvimento espiritual, para se ocuparem de cuidados improdutivos e alienatórios entre si. Vi­vem uns para os outros numa “simbiose doentia”.
Os elementos que vivem presos a esse relacionamento de permuta egoísta afirmam para si mesmos: “Se eu me sacrifico pelo outro, exijo que ele se dedique a mim”. Não se trata de caridade, e sim de compromissos impostos entre dois ou mais indivíduos de juntos viverem, visando ao “bem-estar familiar”. Na verdade, não estão exercitando o discernimento necessário para enxergar a autên­tica satisfação de cada um como pessoa.
Não nos referimos aqui ao companheirismo afetivo, tão reconfortante e vital à família, mas a uma postura obrigatória pela qual indivíduos se vigiam e se encarceram reciprocamente.
Encontramos também outras famílias que não se formaram por afeições sinceras; fazem comparações e observam caracte­rísticas de outras famílias que invejam e que buscam copiar a qual­quer custo: são as chamadas “alpinistas sociais
Procuraram formar o lar afeiçoadas a modelos de elegân­cia e a peculiaridades obstinadas de afetação social, moldando o recinto doméstico ao que eles idealizam a seu bel-prazer como “chique”.
Vestem-se à imagem dos outros, comparam carros, mó­veis, gostos e comidas; negam a cada membro, de forma nociva, a verdadeira vocação, tentando sempre copiar modos de viver que não condizem com suas reais motivações.
Há ainda outras agremiações familiares denominadas “exi­bicionistas”, em que os membros do lar se associam para suprir a necessidade que nutrem de ser vistos, ouvidos, apreciados e admirados. Ajudam-se mutuamente, ressaltando uns a imagem dos ou­tros e focalizando áreas que podem ser valorizadas pelo social, como, por exemplo, a beleza física ou o recurso financeiro.
As pessoas vaidosas desse tipo familiar, quando bem sucedidas ou conceituadas, alimentam exibição sistemática diante dos outros, como forma de compensação ao orgulho de que estão revestidas.
Assim considerando, os laços de família formados em bases de fidelidade, amor, respeito e dedicação perdurarão pela Eter­nidade e serão cada vez mais fortalecidos. Os espíritos simpáticos envolvidos nessas uniões usufruem indizível felicidade por estar juntos trabalhando para o seu progresso espiritual. “Quanto às pes­soas unidas pelo único móvel do interesse, elas não estão realmente em nada unidas uma à outra: a morte as separa sobre a Terra e no céu”, (1) conforme nos certifica literalmente o texto de “O Evan­gelho Segundo o Espiritismo”.
(1) O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo 4º item 18

VÍCIO


VÍCIO


O vício pode ser um “erro de cálculo” na procura de paz e serenidade, porque todos queremos ser felizes e ninguém, conscientemente, busca de propósito viver com desprazer, aflição e infelicidade.

Precisamos revisar nossas concepções sobre os vícios.

Não podemos entendê-los como uma problemática que abrange, exclusivamente, delinquentes e vadios.

Em verdade, viciados são todos aqueles que se enfraqueceram diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substâncias.

Hábitos preferidos se formam através do tempo e se sedimentam com repetidas manobras mentais.

O que funcionou muito bem em situações importantes de nossa vida, mantendo nossa ansiedade controlada e sob domínio, provavelmente será reproduzido em outras ocasiões.

Por exemplo:se na fase infantil descobrimos que, “quando chorávamos, logo em seguida mamávamos”, essa atitude mental poderá ser perpetuada através de um hábito inconsciente que julgamos irresistível.

A estratégia psíquica passa a ser: “quando tenho um problema, preciso comer algo para resolvê-lo”.

O que a princípio foi uma descoberta compensadora e benéfica, mais tarde pode ser um mecanismo desnecessário, tornando-se um impulso neurótico e desagradável em nosso dia-a-dia.

Existem diversos casos de obesidade que surgiram no clima de lares onde a mãe era super exigente, perfeccionista e dominadora, forçando constantemente a criança a se alimentar, não levando em conta as suas necessidades naturais.

Pela insistência materna, ela desenvolve o hábito de comer exageradamente, prejudicando o desenvolvimento do senso interior, que lhe dá a medida de quando começar e de quando parar de comer.

A bulimia, cria para seus dependentes uma barreira que os separa da realidade e funciona como uma falsa proteção e segurança, pois eles constroem seu mundo de explicações falsas por não perceberem os fatos verdadeiros.

Por outro lado, alguns podem argumentar sobre a ação dos distúrbios glandulares ou genéticos, mas, mesmo assim, a causa fundamental dos problemas se encontra no psiquismo humano que, em realidade, é quem comanda todo o cosmo orgânico.

Geralmente a obesidade nasce da falta de coragem para enfrentar novas experiências; é a compensação que a “criança carente”, existente no adulto, encontra para sentir-se protegida.

Paralelamente, encontramos também na dependência da comida, um vício alicerçado no “medo de viver”.

O temor das provas e dos perigos naturais da vida, pode nos levar a uma suposta fuga.

No caso das drogas, os indivíduos com dependência química são criaturas de caráter oscilante, que não desenvolveram a autonomia; vivem envolvidos em uma aura energética de indecisão e imobilização, por consequência da própria reação emocional em desajuste.

Protelam as coisas para um dia que, talvez, nunca chegará.

Fixam-se ao consumo cada vez maior de narcóticos, enquanto desenvolvem atitudes emocionais que os levam à subjugação a pessoas e situações.

Os dependentes negam seu medo e se escondem à beira do caminho.

Não são inúteis deliberadamente,mas se utilizam, sem perceber, do desânimo que sentem, para fugirem à decisão de “arregaçar as mangas” e enfrentar a parte que lhes cabe realizar na vida.

Adiam sistematicamente seus compromissos, vivem de uma maneira no presente e dizem que vão viver de outra no futuro.

Os vícios ou hábitos destrutivos são, em síntese, métodos defensivos que as pessoas assumem, como uma forma inadequada de promover segurança e proteção.

Assim considerando e a fim de nos aprofundar no assunto, para saber lidar melhor com as chamadas viciações humanas, devemos perguntar a nós mesmos:

- Como organizamos nossa personalidade?
- Como eram as crenças dos adultos com os quais convivemos na infância?
- Que tipo de atos permitimos ou proibimos entrar nesse processo?
- Quais as linhas de conduta que nos foram fechadas, ou quais os modelos de vida que priorizamos em nossa organização mental?

Somente aí, avaliando demoradamente os antecedentes de nossa vida, é que estaremos promovendo uma auto-análise proveitosa, para identificarmos nossos padrões de pensamentos deficitários, diferenciando aqueles que nos são úteis, daqueles que não nos servem mais.

Dessa forma, libertamo-nos das compulsões desgastantes e dos hábitos infelizes.
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Hammed
Francisco do Espírito Santo Neto






domingo, 20 de janeiro de 2013

Viver com desprendimento


Viver com desprendimento
Conta-se que Diógenes destacou-se entre os sábios gregos e chegou a ser professor de Alexandre da Macedônia.
Um dia, começou a questionar os costumes do seu tempo e a necessidade dos bens materiais.
Resolveu adotar uma vida totalmente desprendida e ficou morando dentro de uma barrica, tendo para seu uso pessoal somente uma cuia com água.
Depois de algum tempo descobriu que nem mesmo da cuia ele precisava, pois, usando suas duas mãos, poderia pegar água para beber ou para limpar-se. Jogou a cuia fora.
Quando Alexandre invadiu a Grécia, fez questão de visitar aquele seu antigo professor.
Encontrou-o sob o sol, junto à barrica, entregue aos próprios pensamentos, e lhe disse: Você já deve saber que conquistei a Grécia e que todas estas terras agora fazem parte do meu império. Como você foi meu professor e sempre o admirei, quero recompensá-lo de alguma forma. Diga-me: O que você deseja?
Houve um momento de silêncio. Alexandre e todos os integrantes de sua escolta aguardavam com curiosidade a resposta do filósofo.
Posso pedir mesmo? - disse Diógenes.
Sim, peça.
O que desejo é que você saia da frente do sol, pois está impedindo que seus raios quentes toquem o meu corpo.
Alexandre não respondeu. Apenas saiu da frente do sol e, naquele pequeno gesto, tentou compreender a filosofia de vida do seu antigo mestre.
Olhou mais uma vez para Diógenes em sua barrica, olhou para seus soldados, tomou as rédeas do seu cavalo e seguiu seu caminho, rumo à conquista da Ásia.
* * *
Incontestavelmente, o desprendimento dos bens terrenos é uma necessidade lógica.
É verdade que ninguém precisa desprezar os bens que conquistou com o próprio esforço, pois esses constituem legítima propriedade.
No entanto, é preciso treinar o desprendimento desses bens que um dia ficarão sob o pó da terra.
Além disso, há grande diferença entre possuir bens materiais e se deixar possuir por eles.
Conforme afirmou um grande pensador: O tesouro do sábio é a sua mente, e o do tolo, são seus bens.
Sim, porque o verdadeiro tesouro é aquele que podemos levar conosco para onde formos. Inclusive na viagem de volta ao mundo espiritual.
Assim, os bens materiais e todos os recursos que estão em nossas mãos, sob nossa administração temporária, devem servir para fomentar o nosso progresso e também o daqueles que convivem conosco, parentes ou não.
Quando as riquezas terrenas geram salário, saúde, educação e oportunidades dignas para o ser humano, são geradoras de tesouros nos céus, e garantem o bem estar do Espírito imortal que delas fez bom uso.
Mas, quando as riquezas servem apenas para deleite daquele que as detém, geram infelicidade e desgosto no além-túmulo.
* * *
O homem moderno, levado pela sede de conquistar mais e mais, esquece-se de si mesmo.
Conquista o Sistema Solar, mas perde a paz.
Descobre o mecanismo da vida e despreza a própria existência.
Realiza incursões vitoriosas nas partículas que compõem o átomo, mas desagrega-se interiormente.
Sonha com o amor, e se entorpece nas paixões infelizes.
Aspira à felicidade, mas se intoxica nos gozos brutalizantes.
Importantes, sim, as conquistas intelectuais que geram o progresso e o bem-estar da Humanidade...
No entanto, é imprescindível cultivar o solo dos corações, onde as flores das virtudes possam germinar e crescer, gerando felicidade e paz verdadeiras.

O AMOR NO LAR


O AMOR NO LAR

Torna-se difícil fazer os corações do mundo entender com exatidão o que realmente constitui o amor, no campo da atuação doméstica.
Há muitos que se estorcegam na tentativa de encontrar o amor e lançam-se às paixões tormentosas, impondo e ferindo, equivocados na paixão possessiva.
Inúmeros falam do amor, mergulhando na fossa do desejo de domínio inferior, que pouco ou nada tem que ver com a sublime virtude.
No lar, vezes sem conta, o arremedo do amor espalha irresponsabilidade por meio da desconsideração entre cônjuges, da má condução da prole ou do excesso de dons materiais que obstrui os canais da percepção do Espírito.
O amor, como ainda é encontrado no clima doméstico, mantém-se aturdido pelo ciúme e pelo egoísmo que desestruturam e congelam as relações, pela desconfiança e pelo fel que passam a porejar entre os seus elementos.
No comportamento de filhos e irmãos, o amor, quando mal entendido, há gerado a absurda competição, tangendo o círculo das vaidades que se aconselham com o orgulho soez.
Quando o amor verdadeiro adentra o lar, ilumina a família e torna-se possível a materialização da boa vontade, do espírito de cooperação, do entusiasmo com vitória do outro, da participação das lutas comuns.
O amor, entronizado no coração dos que amam, não padece de interesses mesquinhos, renuncia quando sabe que, assim, poderá melhor auxiliar.
O amor superior, no seio doméstico, sabe calar para apaziguar infrutíferas querelas ou consegue falar para esclarecer e enlevar, construir e abençoar.
Só no amor, como o apresentou Jesus, os rebentos receberão dos pais a orientação para a vida, como segurança e fidelidade ao vero bem.
E, com esse mesmo amor, na pauta familiar, os filhos se aperceberão que seus genitores são importantes vigilantes do criador, cuidando dos próprios irmãos, convertidos, temporariamente, em filhos da carne, a fim de que todos sejam alinhados nas hostes renovadoras por todos desejadas.
É no reduto doméstico, onde são permitidas tantas liberalidades, mas nem sempre a verdadeira liberdade, que se acha a escola sublime, capaz de estruturar os caracteres diversos, com as lições vividas de ação elevada, desde que o amor a tudo possa conduzir.
A partir desses exercícios de amor e dessa busca feliz, a alma do grupo familiar se distenderá a fim de que consiga estender os braços, com altruísmo, para abraçar junto a si a família maior que Deus nos concede para o convívio social.


(Obra: Vereda Família - Raul Teixeira / Thereza de Brito)

SUICÍDIO: CONHECER PARA PREVENIR


SUICÍDIO: CONHECER PARA PREVENIR
A falta de uma crença na vida futura leva muitas pessoas a atitudes desesperadas. O Espiritismo oferece respostas claras e uma nova perspectiva diante dos problemas do dia-a-dia, recuperando os valores da vida.
Problemas, decepções, sofrimentos e a imaginação da morte como fim de tudo são fatores que levam muitas pessoas a desejar colocar um fim à sua própria existência. Compreender a imortalidade da alma e a reencarnação como leis naturais oferece um novo entendimento da vida, demonstrando que o suicídio não resolve coisa alguma.
Não é fácil lidar com essa questão. O suicídio é um assunto que costuma despertar emoções diversas, como medo e raiva. Suscita também uma série de idéias preconcebidas, que se transformam em preconceito e discriminação, atingindo tanto a família do suicida, quanto sua memória.
Em parte, isso se deve ao fato deste tema ser considerado tabu. Outras razões, principalmente de natureza religiosa,se somam, trazendo muito desconforto moral aos que ficam (familiares e amigos do suicida).
Antes de tudo, é importante considerar o suicídio como um fato que faz parte da nossa realidade planetária, exigindo de nós sensibilidade e razão para melhor lidarmos com suas ocorrências e suas repercussões.
Daí a urgência em aprendermos a lidar melhor com as tantas facetas da morte, para minorarmos em nós mesmos e nos outros os sofrimentos decorrentes de atos extremos, como a eliminação da própria vida física. Isso porque a morte, como mudança de estado da individualidade imortal, coloca a esperança como sentimento primeiro e fundamental, mesmo diante das maiores dores.
A NECESSÁRIA EDUCAÇÃO PARA A MORTE
Todo aluno do ensino fundamental aprende que os seres vivos nascem, crescem, reproduzem-se e morrem. Este último item, contudo, não tem merecido a devida atenção dos professores – isso apenas para falarmos da escola, um dos espaços de convivência e aprendizado importantes, no decorrer do nosso desenvolvimento pessoal.
Conforme aponta Maria do Socorro Nascimento de Melo, antropóloga e pedagoga, especialista em tanatologia no meio escolar, a morte “permanece oculta na prática pedagógica das instituições educacionais”. A mesma autora nos diz que, a partir da década de 1950, tivemos uma inversão nas curvas de interesse: a da vida e da morte.
Busca-se “iniciar a criança cada vez mais cedo nos ‘mistérios da vida’: mecanismos do sexo, concepção, nascimento e métodos contraceptivos”, enquanto que “sistematicamente escondem dela a morte e os mortos, silenciando-se diante das suas interrogações e questionamentos”. Isso revela uma inabilidade dos educadores para tratar de tais questões, uma tendência a fugir de olhá-las frente a frente.
Seja na escola, em casa ou em outros ambientes, não se vivenciam experiências significativas em torno do tema ‘morte’.
DA NEGAÇÃO AO MEDO
Os poucos livros que tratam da morte (fato real) e do morrer (como se deu o acontecimento) não invalidam o que dissemos acima, o que torna a discussão em torno do tema ( ver ** abaixo) ainda muito restrita e, ao mesmo tempo, necessária.
**DEBATE EM TORNO DA MORTE
Fala-se de “psicologia da morte” e de “educação para a morte”, como novas maneiras de encarar, como dizem os estudiosos, a morte e o morrer.
O ramo da ciência que tem cuidado destes estudos é a tanatologia que, para alguns autores, é a ciência que estuda os processos emocionais e psicológicos que envolvem as reações à perda, ao luto e à morte.
Alguns autores no Brasil têm se destacado no estudo tanatológico, entre outros: Evaldo D’Assumpção, Wilma da Costa Torres, Roosevelt Moises Smeke Cassorla e Maria Júlia Kóvacs.
A visão espírita, também se faz presente no trabalho organizado por Franklin Santos e Dora Incontri, ambos professores da USP e integrantes do movimento espírita. Além de coordenarem um curso de tanatologia, eles organizaram a obra A arte de morrer: visões plurais, publicada pela Ed. Comenius. A.S.**
As conseqüências do alheamento diante desse fato natural vão desde a negação face às ocorrências (o falecimento de alguém) até o pavor extremo, que causa depressões, síndromes, como a do pânico, e outros tipos de transtornos psicológicos.
Roosevelt Cassorla, especialista em tanatologia e autor da obra Do suicídio: estudos brasileiros, aprofunda o debate, mostrando-nos que a negação da morte pode conduzir a “processo melancólicos, somatizações, dificuldades em retomar a vida, risco suicida, desistência da vida, sentimentos de culpa, etc.”.
O enfrentamento de sua ocorrência com alguém próximo ou distante, mas que de alguma forma nos afete, faz parte do processo de luto, que, em condições normais deveria conduzir-nos à aceitação tanto da morte, quanto do morrer.
Luto, do latim luctus, significava originalmente apenas “dor, mágoa, lástima”. Com o tempo seu significado foi se ampliando, e hoje temos a definição do Houaiss como sendo o “sentimento de tristeza profunda por motivo da morte de alguém” ou “originado por outras causas (separação, partida, rompimento etc.); amargura, desgosto”.
Um termo relacionado ao luto é a perda, pois sempre que há uma perda significativa em nossas vidas, seja de uma pessoa ou de uma condição ou sentimento (emprego, uma alteração corporal, mudança nas condições de vida, abandono etc.) nós, naturalmente, entramos em processo de luto.
Em geral, não é fácil lidar com as perdas e o luto se torna complicado, pois estaremos às voltas com as nossas próprias reações, sobre as quais, eventualmente, não temos controle. E quando esta perda se dá por morte causada pelo suicídio, o luto se tornará mais difícil.
O suicídio, segundo os psicólogos Basílio Domingos e Maria Regina Maluf, compõe a lista das perdas dramáticas, ao lado, dentre outras causas, da AIDS. Por serem perdas “não autorizadas socialmente”, isto é, situações em que a pessoas morre em razão de um suposto comportamento inaceitável para o grupo ao qual pertence, têm-se muitas vezes lutos também não autorizados. O sobrevivente se isola e perdem-se, assim, os benefícios do processo catártico do desabafo, do refazimento e de todo apoio que se poderia receber, seja dos amigos, dos parentes, seja de outras instituições, públicas e privadas. Por exemplo, as seguradoras não costumam pagar à família o prêmio, em caso de morte por suicídio. (ver ** abaixo)
**QUANDO DESABAFAR É A MELHOR SAÍDA
Segundo a coordenadora do Programa de Intervenção em Crise e Prevenção do Suicídio, do Instituto de Psicologia da UnB, Cristina Moura, “o desabafo diminui o impacto traumático causado pelo falecimento do próximo e ajuda o enlutado a superar a perda. O processo é chamado pelos especialistas de “elaboração do luto”. “Alguns têm a idéia de que luto é uma coisa que você senta, espera e ele passa, e na verdade, não é assim que acontece”, explica. “ O enlutado acha que o problema desaparece se não lembrar. Mas ele perde a oportunidade de falar no assunto e assim, de elaborar o luto”, avalia. Algumas instituições mantêm grupos de apoio a enlutados, como a própria Universidade de Brasília: http://www.secom.unb.br/releases/rl0308-05.htm(A.S.)**
Recapitulando: a morte é um processo natural, mas que tem sido negado, o que tem trazido sérias conseqüências para a saúde pública. Os especialistas afirmam que a sociedade precisa, com urgência, re-humanizar o “morrer”, o que implicaria em se retomar antigos e bons hábitos como o de permitir que pacientes terminais morram no lar, ao lado da família, e fazer o velório em casa, de modo a se prantear o morto, elaborando-se mais facilmente o luto e oferecendo ás crianças e jovens um saudável contato com esta inevitável ocorrência da vida!
O luto deveria ser vivenciado ao longo de suas fases, por possibilitar que as pessoas lidem emocionalmente com as angústias decorrentes da perda, ajudando nas cicatrizações das feridas da alma, tão necessárias para se seguir adiante, principalmente em ocorrências mais drásticas, como a do suicídio e das mortes violentas, em geral.
O QUE LEVA UMA PESSOA A QUERER ACABAR COM A PRÓPRIA VIDA?
A depender do ponto de vista dos diversos especialistas no tema, muitos são os fatores componentes das causas que predispõem as pessoas ao suicídio.
Daniel Sampaio, psicólogo português, alerta-nos para a multiplicidade dos fatores afirmando que “há um conjunto de causas que leva ao comportamento de suicídio. (...) nunca é por uma só causa, o suicídio é sempre multi-determinado”.
Dentre esses fatores estão os transtornos mentais (depressão), os transtornos de personalidade (agressividade), as doenças incuráveis, o abuso de substâncias tóxicas, os problemas matrimoniais, as relações interpessoais complicadas ou rompidas e a perda de um ente querido. Alguns doentes mentais têm uma acentuada tendência suicida, quando vivenciam crises mais agudas sem o devido acompanhamento e apoio.
Outro fator a destacar é a alteração na personalidade, principalmente em pessoas com baixo grau de maturidade e que estejam passando por frustrações, ou estejam submetidas a um elevado estresse.
A não-aceitação da própria identidade sexual, face aos conflitos de se lidar com a orientação sexual escolhida (homossexualidade e afins), tem causado muitos suicídios, principalmente em adolescentes.
Roosevelt Cassorla, por sua vez, aponta, como fatores que induzem a pessoa ao suicídio: a depressão, o alcoolismo e a toxicomania. Outros fatores associados a estes são o isolamento social e a convivência familiar conturbada.
O mesmo autor, investigando o comportamento suicida entre médicos e estudantes de medicina, aponta as características deste grupo de risco, o que pode nos servir de alerta, tanto para a complexidade do tema, quanto para os componentes morais, sociais e psicológicos envolvidos: “Trata-se de pessoas exigentes consigo mesmas, comumente com sucesso escolar, profissional ou científico. No entanto, têm dificuldades em lidar com as frustrações do mundo real, e quando se defrontam com elas inclinam-se a tomá-las como fracasso pessoal. Sua vida afetiva é pobre, difícil e desvalorizada frente à área intelectual. Em algum momento, quando as pessoas se defrontam com um vazio intenso, estimulado por supostos ‘fracassos’ dependentes de auto-exigências sádicas, e sem apoio afetivo, o terror inconsciente de ‘não existência’ os faz pensar em morrer”.
A partir da descrição acima, destacaremos outro fator: os condicionamentos sociais, isto é, as exigências feitas pelos grupos que afetam diretamente os indivíduos a eles vinculados. Destacamos o grave problema da competitividade, que tem se alastrado, e o conseqüente individualismo decorrente; temos ainda o apego das pessoas aos seus empregos, em um momento em que grande parte da identidade pessoal é determinada pela trajetória e êxito profissional. Não saber lidar com essas pressões pode ser fatal para as pessoas mais frágeis emocionalmente.
Até aqui, tratamos de casos em que a premeditação se apresenta de forma leve ou moderada, em meio aos desequilíbrios emocionais. No entanto, há também os casos em que se elimina apropria vida por razões filosóficas, por pensar que se é, não um simples depositário da vida, mas seu dono absoluto, o que resultaria no direito de dispor dela como bem desejar. Os adeptos e praticantes do “suicídio assistido”, permitido em alguns países, partilham destas idéias.
Há, ainda, os casos de indivíduos que, sentindo-se em situações-limites e sem ter para onde retornarem, optam pela solução extrema do auto-extermínio. São os casos dos desenraizados, isto é, de pessoas que perdem as suas referências culturais, como os indígenas e os expatriados (imigrantes em terras estrangeiras).
UMA VISÃO ESPÍRITA DAS CAUSAS DO SUICÍDIO
Adentrando a visão espírita a respeito do assunto, podemos colocar em cena algumas outras causas, que ampliarão consideravelmente o entendimento do tema.
Kardec, ao discorrer sobre o suicídio e a loucura em O Evangelho Segundo o Espiritismo, afirma que “a incredulidade, a simples dúvida quanto ao futuro, as idéias materialistas, em uma palavra, são os maiores incentivadores do suicídio: elas produzem a frouxidão moral”.
Em que se baseiam estas afirmações de Kardec? Os conceitos básicos da Doutrina Espírita dão sustentação às suas assertivas, pois nos é ensinado que:
-Somos espíritos imortais, criados por Deus para a plenitude de nossas expressões de inteligência e emotividade;
-Vivemos transitoriamente encarnados em um corpo físico;
-Ao deixarmos de viver neste mundo, atravessaremos a fronteira, tênue, que nos separa do outro mundo, o espiritual, que é a nossa pátria de origem;
-As diversas experiências pelas quais passamos fazem parte do nosso aprendizado e das correções de rumo necessárias. Daí, a idéia de um Deus justo e misericordioso, que sempre nos fornece oportunidades para prosseguirmos em novas tentativas de superação dos nossos equívocos;
-O corpo físico não nos pertence, como um objeto de que podemos dispor ao nosso bel prazer, mas antes é uma concessão temporária de que deveremos prestar contas;
-A vida é uma sucessão de desafios que, uma vez enfrentados, nos amadurecem, promovendo-nos a novas etapas de aprendizado;
-A dor, o sofrimento são elementos naturais que nos alertam e convidam a nos corrigirmos, portanto podemos abandonar o hábito de culparmos a Deus por nossos infortúnios.
Baseado nesses ensinamentos trazidos pelos Espíritos Superiores, Kardec chamará a atenção para o efeito nocivo das idéias materialistas e da incredulidade, geradoras da frouxidão moral que aconselha, por sua vez, a desistência da luta diante dos problemas e dificuldades, conduzindo ao ato suicida. Se após a morte nos depararemos com o nada, qual a razão para suportarmos as aflições?
Podemos, então, considerar que há, em princípio, duas causas que podem induzir o indivíduo a se autodestruir: uma social, que é o cultivo das idéias materialistas pelo grande contingente de pessoas que partilham essas idéias e, outra, individual, que é a atitude da própria pessoa diante dos desafios e lutas da vida.
Uma outra causa pode ainda ser acrescentada: a indução obsessiva, isto é, a influência de um Espírito, movido por vingança ou outro sentimento inferior, que consegue entrar em sintonia e envolver a sua vítima a ponto de forçá-la na tomada da decisão. Isso ocorre, por vezes, de modo totalmente inconsciente, dependendo do estágio de subjugação ao qual a pessoa foi conduzida. O que não ausenta, evidentemente, a responsabilidade relativa do obsediado.
APROFUNDANDO A VISÃO ESPÍRITA
Kardec coordenou, no século 19, a sistematização dos ensinamentos dos Espíritos que contêm elementos de ciência, filosofia e orientação ético-moral.
Por distanciar-se das religiões tradicionais e por não comungar com as idéias da ciência materialista de sua época, o Espiritismo eliminou os traços de mistério e morbidez que cercavam a morte.
Trazendo a morte ao palco da vida, demonstrando de modo racional e experimental (mediunicamente) que os mortos continuam vivos, não é de se surpreender que os adeptos desta nova ordem de idéias – os espíritas – encarem a morte de outra maneira.
Como a morte é apresentada nas obras que fundamentam o Espiritismo e naquelas outras que o complementam?
Em o Livro dos Espíritos é dito que “a morte é apenas a destruição do corpo”; que o envoltório que reveste o Espírito, um outro corpo, sobrevive à destruição do corpo físico. Há, pois, no ser humano três elementos: 1) uma essência, que é o Espírito; 2) o perispírito ou corpo espiritual e 3) o corpo físico, veste temporária, destinada a nos permitir a permanência neste planeta por determinado tempo.
O que do ponto de vista meramente orgânico é visto como cessação, fim, na visão espírita é tido como uma etapa de transição entre duas dimensões de vida. Daí, podermos afirmar que morremos ao reencarnamos, pois deixamos a condição de Espíritos desencarnados, e morreremos novamente ao partir, ao abandonarmos a condição de Espíritos encarnados. O medo de morrer, curiosamente, existe tanto na vinda do mundo espiritual, quanto na volta para lá.
Ao nascermos, trazemos uma programação, um roteiro a ser cumprido. E neste roteiro, já prevista com mais ou menos precisão, a data de retorno.
Se vamos conseguir permanecer encarnados durante este período previamente demarcado é outra história. É o destino que cada um de nós haverá de construir, ao longo da trajetória entre o berço e o túmulo. Por meio da psicografia de Chico Xavier, o espírito André Luiz tratou com mais detalhes essa questão.
Alguns poucos conseguem a condição de “completistas” que, no dizer de André Luiz, são aqueles que completam o tempo certo de vida no corpo físico. Mais raros ainda são os que, já tendo conseguido completar o tempo previsto, ainda ganham um tempo extra, uma sobrevida. O mais comum é que retornemos antes.
Ao retornarmos antes podemos ser considerados como “suicidas indiretos ou inconscientes”, como ocorreu ao próprio André Luiz, conforme seu relato no livro Nosso Lar. Neste caso, a responsabilidade atribuída a nós será menor, de acordo com os conhecimentos de que dispúnhamos quando encarnados ou por conta de outras razões que nos anteciparam o desencarne.
A noção de suicídio é, pois, ampliada, pois o modo como vivemos também pode nos abreviar a vida, o que nos torna responsáveis e sujeitos às conseqüências decorrentes. O que importa aqui é a conscientização dos valores da vida e a importância de preservá-la para cumprirmos nossos objetivos na encarnação. A vida após a vida não é um processo de erro e castigo, mas trata-se da educação voluntária e consciente do espírito.
A SITUAÇÃO DOS SUICIDAS NO MUNDO ESPIRITUAL
A literatura espírita nos tem trazido preciosas informações acerca da vida dos suicidas no além-túmulo.
O primeiro conjunto de relatos sobre a condição espiritual dos suicidas está em O Céu e o Inferno. Como um repórter entre os dois mundos, Kardec entrevista nove espíritos desencarnados nesta situação. Remetemos o leitor à própria obra, pois as lições a se colher são inúmeras.
Em 1940, foi lançado O Martírio dos Suicidas, de Almerindo Martins de Castro, pela Federação Espírita Brasileira, obra que traz informações importantes sobre o tema.
A obra mais completa, porém, somente seria publicada anos mais tarde, em 1955. Trata-se do livro Memórias de um Suicida, de Camilo castelo Branco, psicografado por Yvonne Pereira muitos anos antes, pois os originais ficaram prontos em 1942. Este monumento literário tem sido um eficiente meio de prevenção ao suicídio, pois tem literalmente salvo muitas vidas. A leitura e o estudo é mais do que recomendada.
Nesta obra, em toda sua crueza, são apresentadas as conseqüências naturais da abreviação da vida no corpo físico. Por ser um relato em primeira pessoa, e tratando-se de um caso real, o drama dos que interrompem a vida se torna doloroso. Mas não é um livro de terror, como alguns chegam a imaginar quando não passam dos dois primeiros capítulos, porém constitui-se em verdadeiro manual de vida e de como viver melhor. É também um bálsamo para os sobreviventes, para os corações afetados por este gênero de morte, pois a despeito do sofrimento que experimentam os suicidas, em nenhum momento lhes são negados assistência e reconforto, mesmo que alguns deles os recusem, em crise de rebeldia.
Por fim, temos as mensagens familiares que chegaram até nós por meio dos livros psicografados pelo Chico Xavier e outros médiuns respeitáveis.
A tônica destas mensagens é a consolação que os próprios suicidas trazem, sob o amparo de espíritos mais elevados, aos familiares e amigos, dando notícia da continuidade da vida após a morte e informando sobre o tratamento a que estão submetidos, fornecendo também detalhes outros que facilitem e confirmem a sua identificação.
Muitos têm encontrado amparo e conforto no Espiritismo, seja por meio da literatura, seja freqüentando uma instituição espírita.
Há grupos espíritas que se dedicam exclusivamente ao trabalho de assistência aos suicidas, seja por meio de reuniões mediúnicas destinadas a atendê-los, seja por meio de preces em seu favor e de todos aqueles que podem ser afetados por este ato. O tratamento de desobsessão, quando essa causa estiver envolvida, é uma terapêutica eficaz e fundamental para afastar os efeitos da ação invisível do espírito obsessor. Kardec orienta essa prática com detalhe e clareza em O Livro dos Médiuns.
COLABORANDO NA PREVENÇÃO
Em alguns momentos de nossas vidas nos defrontaremos com pessoas às voltas com seus problemas e desejando buscar no suicídio o alívio ou solução para os mesmos.
Como devemos proceder nesses casos, que podem ir de um simples desabafo sem maiores conseqüências ao ato culminante do suicídio após estarmos com a pessoa?
O primeiro conselho é partilhar o caso, sempre que possível, com mais pessoas de confiança, de ambos ou de uma das partes, pelo menos. Sozinhos nem sempre conseguimos identificar meios de auxiliar a pessoa em crise.
Precisaremos avaliar se o caso necessita de intervenção médica ou psicológica, para recomendar ou providenciar tratamento específico.
De qualquer modo, no entanto, se a pessoa não estiver em condições de permanecer a sós, que se destaque alguém para um permanente plantão, pois o tempo de recomposição química do cérebro nessas crises é de 30 dias, tomando-se medicação, explica a Dra. Alexandrina Meleiro, médica psiquiatra do Hospital das Clínicas da universidade de São Paulo.
Diz a doutora, em entrevista ao Dr. Dráuzio Varela: “Com freqüência encontramos pacientes com doenças graves, em situação difícil, dizendo que não vale a pena viver assim. Vale. Quando a depressão começa a melhorar com o tratamento e tiramos o véu que cobre seus olhos, a solução aparece. No filme Philadelphia, há uma cena que me marcou e que costumo contar para as pessoas. O protagonista é um paciente com AIDS, na época em que esses doentes eram muito discriminados. Num dado momento, ele se olha no espelho e fala: ‘Não há problema sem solução’. Isso é uma verdade profunda. A solução existe, embora às vezes não a enxerguemos. Pode não ser a solução ideal, perfeita, mas é a possível naquela hora. Se houver flexibilidade para aceitá-la como se apresenta, veremos que a vida sempre vale a pena”.