Criações Fluídicas e Ideoplastia
"(...)Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual(...)."
É comum a realização dessas modificações sem que haja um pensamento consciente. É o caso dos espíritos que são percebidos pelos videntes, logo depois de desencarnados, envergando uma vestimenta qualquer, antes mesmo de se haverem dado conta de sua nova realidade.
A maior parte das transformações, contudo, ocorre sob o império de um desejo, a manifestação de um propósito consciente. Basta mentalizar alguma coisa e esta se forma. É por isso que um espírito pode assumir diferentes aspectos e apresentar diversas aparências, envergar trajes especiais, portar objetos os mais variados, exibir defeitos físicos , mutilações, etc. São expressões assumidas visando a uma identificação, geralmente revivendo situações de existências passadas. Porém, assim como assumiu aspecto do passado, tão logo seu pensamento o situe no presente, ou em outra existência, imediatamente se opera nova transformação.
Há, por outro lado, o caso dos Espíritos que conservam a mutilação, as deformações ou chagas do corpo físico que ocupavam, em razão de um condicionamento. Incapazes, por si mesmos, de reassumir a forma normal e sadia, são induzidos à mudança mediante um processo de esclarecimento e, pelo mesmo princípio de manejo dos fluídos espirituais, logram obtê-la.
As sugestões hipnóticas provocam, também, freqüentes transformações no perispírito, no sentido de seu aviltamento. Isso pode ser observado sob dois aspectos: o primeiro, através da auto-sugestão, motivada por sentimento de culpa ou rebaixamento voluntário; o segundo, pela ação da mente de outro Espírito sobre determinada entidade espiritual, explorando-lhe os deslizes que o tornaram particularmente vulnerável.
Encontramos aí a explicação para os fenômenos conhecidos como zoantropia, onde os Espíritos assumem formas animalescas, total, ou parcialmente. A expressão zoantropia, por seu sentido amplo, vem sendo sugerida, ultimamente, em lugar de licantropia que, etimologicamente, significa estudo sobre o homem-lobo.
É de referir-se, ainda, os casos dos Espíritos que, quase sempre com o propósito de amedrontar para melhor alcançar seus objetivos, apresentam-se com aspectos monstruosos e apavorantes, até mesmo de satanás.
A todas essas transformações operadas pela mente dá-se o nome de ideoplastia ( do grego ideo = idéia +plastos = forma + ia = estudos, análise) ou seja estudo da modelagem através do pensamento.
Segundo ensina André Luiz, ao abordar a ideoplastia,
"(...) o pensamento pode materializar-se, criando formas que muitas vezes revestem de longa duração, conforme a persistência da onda em que se expressam.(...)"
As materializações constituem outro exemplo de plasmagem realizada pelos Espíritos, nas sessões de efeitos físicos, com a utilização de elementos plásticos exteriorizados pelos médiuns e pelos outros participantes dessas reuniões; componentes fluído-plásticos da Natureza.
"(...) Por análogo efeito, o pensamento do Espírito cria fluidicamente os objetos que ele esteja habituado a usar.(...)"
Isto não se restringe a objetos de uso pessoal, como é o caso do cachimbo, óculos, bengala, faca, chapéu, tec. Mas se estende a coisas como casas, prédios, jardins, móveis, veículos, alimentos, instrumento de toda ordem. Alguns têm existência tão fugidia quanto a duração do pensamento; mas outros persistem longamente, como já citado.
No plano dos Espíritos, suas criações fluídicas são tão reais que assumem, para eles, o mesmo aspecto que as coisas materiais para os encarnados.
Outra questão a considerar é que o pensamento, ao criar imagens fluidicas, se reflete no perispírito do Espírito a que pertence, como num espelho, aí adquirindo corpo e, de alguma maneira, se fotografa.Para melhor entendimento de como isso se passa, explica-nos Kardec.
"(...) Tenha um homem, por exemplo, a idéia de matar a outro: embora o corpo material se lhe conserve impassivel, seu corpo fluídico é posto em ação pelo pensamento e reproduz todos os matizes deste último; executa fluidicamente o gesto, o ato que intentou praticar. O pensamento cria a imagem da vitima e a cena inteira é pintada, como num quadro, tal qual se lhe desenrola no espírito(...)."
Isto permite entender por que todo e qualquer pensamento se torna conhecido: por evidenciar-se, no corpo perispirítico, e poder ser percebido por outro Espírito, mas não pelos olhos da matéria. O que realmente é visto pelo observador é a intenção. Sua execução, todavia, vai depender da persistência de propósitos de circunstâncias que a favoreçam. Modificadas estas, poderão os planos também sofrer mudanças, com a conseqüente alteração das imagens refletidas no envoltório fluídico.
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