A Caminho da Luz

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A P E D R A B R U T A


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A P E D R A B R U T A
Estudamos os princípios educativos e as fases do espírito na escalada evolutiva e as responsabilidades de seus pais e ou responsáveis. Relembrando:
Princípios Educativos = O primeiro cuidado que os pais e ou responsáveis terão ao receber seus filhos, é lembrar-se sempre que seus filhos, antes de serem seus filhos, já eram de Deus. Os pais são depositários dos espíritos que lhes foram confiados e por esse depósito responderão mais tarde, no mundo espiritual para onde serão chamados.
Na Infância = Revestido da pureza e da inocência; esqueceu o que praticou no passado e também os hábitos adquiridos; está, portanto em condições de ser novamente moldado, lapidado, isto é, reeducado por seus pais e ou responsáveis.
Na Adolescência = esta fase é mais delicada do que a infantil. Na infância, os pais exerciam completo domínio sobre os filhos; já na adolescência esse domínio vai restringindo. Seus pais vão defrontando-se com as vontades que, por vezes, são diversas das suas, demonstrando outro modo de pensar, de viver, de sentir a vida.
Na Idade Madura = Esta idade prolongará até a velhice. É nesta fase que executamos os planos traçados quando estávamos em nossa colônia espiritual. Para tanto necessário se faz usarmos de humildade, do desejo sincero de pautar nossos atos pela mais alta moral e resistir a todas as tentações do mal, dos vícios e do egoísmo. É preciso que reflitamos bem antes de praticar nossas ações, para que depois não nos entreguemos ao arrependimento e ao remorso de termos prejudicado ou feito sofrer os outros.
Na Velhice = Torna-se experiente; acumulando aprendizado e experiências durante os milênios. A velhice é a fase gloriosa de nossa vida. Ao relembrarmos o passado distante, vemos que vão longe os trabalhos e as canseiras e próximo vem o dia da alforria, o dia em que voltaremos para nossa colônia espiritual, de onde há tempo partimos.
O conhecimento não gera sabedoria; portanto não é o conhecimento que pode nos salvar, mas sim o autoconhecimento, precisamos ser forte. É preciso que desenvolvamos a empatia de colocarmo-nos no lugar do outro. Ninguém muda ninguém; ninguém muda sozinho; nós mudamos nos encontros. Simples mas profundo preciso. É nos relacionamentos que nos transformamos, mas desde que estejamos abertos e livres para ser impactados pela ideia e pelo sentimento do outro. As pedras da nascente de um rio são muito diferentes das que encontramos na foz; (ponto onde o rio termina) são pontiagudas, cheias de arestas, ainda não se atritaram, não entraram em contato com outras pedras, com o rio, com obstáculos: são toscas. À proporção que são levadas pelas águas, sofrendo a ação do líquido e se atritando com outras pedras, ao longo de muitos anos, elas vão sendo polidas, desbastadas, as arestas vão sumindo. Elas ficam mais harmoniosas, menos toscas mais suaves, lisas, e o melhor, vão ficando cada vez mais parecidas com as outras, sem necessariamente serem iguais. Quanto mais longo o curso do rio, mais evidente é o fenômeno. Se essa comparação for consentida, pode ser exemplar para nossa vida. Sempre que nos permitimos estar em contato com as pessoas, sendo conduzidos pelo rio da vida, vamos nos atritando, nos relando. É no contato, no relar com o próximo que eliminamos arestas, desbastando diferenças, parecendo-nos e harmonizando-nos mais uns com os outros, sem necessariamente perdermos nossa identidade. Tais contatos e atritos deixam marcas, tiram lascas de nós. Mas um coração sem marcas, sem cicatrizes, é um coração vazio, um coração que não amou que não viveu. Um coração que não chorou, nem sentiu dor. Um coração sem sentimentos. E sentimentos é o tempero da nossa existência. Sem eles, a vida seria monótona. O fato é que não existem sentimentos bons ou ruins sem a existência do outro, sem o contato com ele. Passar pela vida sem se permitir contato com o próximo com o outro é não crescer, não evoluir, não se transformar. É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, pois fomos criados para vivermos em comunidade; sociedade. Carregamos várias marcas de pessoas extremamente importantes. Pessoas que nos permitiram dar forma ao que somos, eliminando arestas, transformarmo-nos em alguém melhor, mais suave, mais harmônico, mais integrado e, com certeza, mais terno, como os seixos (fragmentos dos minerais) da foz do rio. Penso que existe algo mais profundo nessa análise. Começamos a jornada da vida como grandes pedras brutas, cheias de excessos e arestas. Os seres de grande valor percebem que ao final da vida perderam todos os excessos que formavam suas arestas, apaixonando-se cada vez mais de sua essência e ficando cada vez menores. Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos, dada a compreensão da existência e da importância do outro e, principalmente, da grandeza de Deus, finalmente nos tornamos grandes em valor. Já pararam para observar o tamanho do diamante? Sabem quanto se tira de excesso para chegar à sua essência? É lá que está o verdadeiro valor. Deus fez cada um de nós com uma essência bem forte e muito parecida, construída de muitos elementos, essencialmente de amor. Deus deu a cada um de nós essa capacidade de amar. Mas temos que aprender como amar. Para chegar a essa essência, precisamos nos permitir, por meio dos relacionamentos ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-la, de fazê-la brilhar. Por muito tempo acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins. Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva, ignorar e ser ignorado faz parte da construção e do aprendizado do amor. Não compreendia que se aprende a amar sentindo e superando. Esses sentimentos simplesmente não ocorrem se não houver envolvimento; e envolvimento gera atrito. Minha palavra final: atrite-se. Não existe outra maneira de descobrir o amor. E sem ela não tem significado. Se acharem que não, vejam as palavras do apóstolo Paulo:
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
(1 Coríntios, 13:1-3)
Atrite-se, desbaste-se, descubra-se: ame!
Compromisso de hoje: vou me envolver mais com as pessoas e encontrar o amor que existe em mim. Não se constroem relacionamentos com base apenas na lógica, na espada que corta, divide, analisa. Há ocasiões em que precisamos ser lógicos e analíticos, nos posicionar com firmeza e até vigor. Mas há o outro lado, ocasiões em que precisamos optar pela paz. A espada rasga, fere, separa. Precisamos de algo que una. Muitas vezes precisamos mudar.
Conteúdos extraídos e adaptados dos livros: O Espiritismo Aplicado
A Sombra não Assombra.

Um comentário:

  1. Inacreditável o aprendizado que recebemos dessas palavras... Como fugimos das pessoas muitas vezes para evitar atritos, mas fazendo isso tiramos também a oportunidade de cativar e ser cativado...
    Como disse o irmão... é preciso descobrir o amor...
    Sem amor nada somos... o que teremos de aprendizado no final dessa vida? depende do quanto nos dedicamos ao aprendizado no amor... é preciso doar-se. Abraço, fique, com Deus.

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