A Caminho da Luz

segunda-feira, 4 de julho de 2011

O Bom Samaritano 1



Na Parábola do Bom Samaritano, este representaria o próprio Senhor Jesus, que veio curar nossas feridas morais e nos trazer esperança de felicidade futura



Na questão 897, de “O Livro dos Espíritos”, Kardec pergunta aos Espíritos superiores se aquele que faz o bem sobre a Terra, tendo em vista uma recompensa no céu, pode ter seu adiantamento prejudicado, e os Espíritos de luz lhe respondem que é preciso fazer o bem por caridade, isto é, sem qualquer interesse. O codificador da Doutrina Espírita insiste, argumentando que é um desejo natural do homem progredir para escapar do estado penoso desta vida, e que os Espíritos nos ensinam a praticar o bem com essa finalidade. E conclui o seu questionamento, perguntando se é um mal pensar que, em se fazendo o bem, deve-se esperar condição melhor sobre o planeta.

Os Benfeitores espirituais respondem que não; que não há mal algum em pensar assim, quando se faz o bem sem intenção oculta, tão-somente pelo prazer de ser agradável a Deus e ao seu semelhante sofredor. E concluem dizendo que aquele que assim age já se encontra em certo grau de adiantamento moral, que lhe permitirá alcançar mais cedo a felicidade que procura, porque o faz impelido pelo calor natural do seu coração.

Aí está a essência da Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus a um doutor da Lei, quando este lhe perguntou o que deveria fazer para herdar a Vida Eterna.

Atento à pergunta que lhe fizera, Jesus respondeu ao seu inquiridor com outra pergunta: “O que está escrito na Lei?” E o homem lhe disse: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de toda a tua força e de todo teu entendimento e ao próximo como a ti mesmo”. “Respondeste bem”, replicou Jesus. “Faze isso e viverás.”

Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou ao Mestre: “E quem é meu próximo?”.

Prosseguindo, Jesus conta-lhe a história do bom samaritano. Narra o Mestre que um homem vinha da cidade de Jerusalém em direção da cidade de Jericó – centro comercial da região – quando caiu vítima de salteadores, que o deixaram quase morto.

Quem foi o próximo do pobre homem que caiu
nas mãos dos salteadores?

Logo depois, passou pelo mesmo caminho um sacerdote, que o ignorou; depois, um levita, que não lhe deu importância. Todavia, um terceiro homem, um samaritano, que estava em viagem, condoeu-se do estado dele e o ajudou, cobrindo-lhe as feridas e derramando sobre elas azeite e vinho. Levou-o, em seguida, para uma estalagem, pedindo ao dono que cuidasse dele. Ao sair, deixou algum dinheiro para as primeiras despesas, garantindo, também, que o ressarciria de outros gastos que tivesse, assim que retornasse da viagem.

Terminando a história, Jesus perguntou ao doutor da Lei qual dos três homens lhe parecia ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores. Respondeu ele que tinha sido aquele que usou de misericórdia para com o ferido. Ao ouvi-lo, e encerrando o assunto, disse-lhe Jesus: “Vai e faze tu o mesmo”, deixando claro que somente pela caridade chegaremos a conquistar a Vida Eterna, a felicidade plena.

Se examinarmos atentamente a Doutrina de Jesus, veremos que em todos os seus princípios há a exaltação da humildade e a humilhação do orgulho. Todos aqueles repudiados pelas seitas dominantes, vítimas da fúria dos sacerdotes, dos doutores da Lei, são os preferidos de Jesus e julgados mais dignos do Reino dos Céus que os chamados poderosos da sua época.

A Parábola do Bom Samaritano é um exemplo elucidativo dessa postura do Mestre ao colocar dois representantes da classe da alta sociedade, que não tinham misericórdia em seus corações, e um samaritano, considerado desprezível e condenado por eles, por não seguir à risca as leis e os costumes, como figura preeminente da sua parábola.

O interessante nessa narrativa é que ela foi proposta a um doutor da Lei, que ali estava para inquiri-lo a respeito da vida eterna, com o intuito de pegá-lo em erro contra a Lei.


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