"Esta casa, A CAMINHO DA LUZ, tem as portas abertas para te receber e o coração muito mais para te compreender."
quinta-feira, 21 de julho de 2011
A escolha do Rei Arthur.
O jovem Rei Arthur foi surpreendido pelo monarca do reino vizinho enquanto caçava furtivamente em um bosque. O Rei (vizinho) poderia tê-lo matado no ato, pois tal era o castigo para quem violasse as leis da propriedade, contudo se comoveu ante a juventude e a simpatia de Arthur e lhe ofereceu a liberdade, desde que no prazo de um ano trouxesse a resposta a uma pergunta difícil. A pergunta era:
O que realmente as mulheres querem?
Semelhante pergunta deixaria perplexo até ao homem mais sábio, e ao jovem Arthur lhe pareceu impossível de responde-la. Contudo aquilo era melhor do que a morte, de modo que regressou a seu reino e começou a interrogar as pessoas. À princesa, à rainha, às prostitutas, aos monges aos sábios, ao palhaço da corte, em suma, a todos e ninguém soube dar uma resposta convincente. Porém todos o aconselharam a consultar a velha bruxa, porque somente ela saberia a resposta. O preço seria alto, já que a velha bruxa era famosa em todo o reino pelo exorbitante preço cobrado pelos seus serviços. Chegou o último dia do ano acordado e Arthur não teve mais remédio se não recorrer a feiticeira. Ela aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, com uma condição, primeiro aceitaria o preço. Ela queria casar-se com Gawain, o cavaleiro mais nobre da mesa redonda e o mais intimo amigo do Rei Arthur! O jovem Arthur a olhou horrorizado: era feíssima, tinha um só dente, desprendia um fedor que causava náuseas até a um cachorro, fazia ruídos obscenos,… nunca havia topado com uma criatura tão repugnante. Se acovardou diante da perspectiva de pedir a um amigo de toda a sua vida para assumir essa carga terrível. Não obstante, ao inteirar-se do pacto proposto, Gawain afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida de seu melhor amigo e a preservação da Mesa Redonda. Anunciadas as bodas, a velha bruxa, com sua sabedoria infernal, disse: O que realmente as mulheres querem é: Serem soberanas de suas próprias vidas!?
Todos souberam no mesmo instante que a feiticeira havia dito uma grande verdade e que o jovem Rei Arthur estaria salvo. Assim foi ao ouvir a resposta, o monarca vizinho lhe devolveu a liberdade. Porém, que bodas tristes foram aquelas, … toda a corte assistiu e ninguém se sentiu mais desgarrado entre o alivio e a angústia, que o próprio Arthur. Gawain, se mostrou cortes, gentil e respeitoso. A velha bruxa usou de seus piores hábitos, comeu sem usar talheres, emitiu ruídos e um mau cheiro espantoso. Chegou a noite de núpcias. Quando Gawain, já preparado para ir para a cama aguardava sua esposa, … ela apareceu como a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar! … Gawain ficou estupefato e lhe perguntou o que havia acontecido. A jovem lhe respondeu com um sorriso doce, que como havia sido muito cortês com ela, a metade do tempo se apresentaria com aspecto horrível e a outra metade com aspecto de uma linda donzela. Então ela lhe perguntou. Qual ele preferiria para o dia e qual para a noite? Que pergunta cruel, … Gawain se apressou em fazer cálculos,… Poderia ter uma jovem adorável durante o dia para exibir a seus amigos e a noite na privacidade de seu quarto uma bruxa espantosa ou quem sabe ter de dia uma bruxa e a uma jovem linda nos momentos íntimos de sua vida conjugal.
Vocês o que teriam preferido? … o que teriam escolhido? A escolha que fez Gawain está mais abaixo, porém antes tome sua decisão. É MUITO IMPORTANTE QUE SEJAM SINCEROS COM VOCÊS MESMOS!!!?
O nobre Gawain respondeu que a deixaria escolher por si mesma. Ao ouvir a resposta ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite, porque ele a havia respeitado e permitido ser dona de sua própria vida.
Dentro ou fora do casamento, não está aí a causa das dificuldades no relacionamento entre os seres humanos? Maridos e esposas, pais e filhos, patrões e empregados, irmãos e familiares se desentendem quando falta o respeito pela liberdade alheia. Característica da Doutrina, base do Evangelho, a tolerância às dificuldades alheias é a base mestra para superação dos obstáculos no relacionamento. E quando ela está presente, surge a solidariedade que nos convida antes a compreender que criticar, a ajudar antes que destruir.
Os problemas humanos se iniciam com a imposição de idéias e comportamentos, obrigando os outros a pensarem pelas nossas cabeças, quando o convite do Evangelho é pela fraternidade, que pede em primeiro lugar a compreensão e respeito pela liberdade alheia.
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