A Caminho da Luz

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Comportamento e Vida





Comportamento e Vida

Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)

O fatalismo biológico, estabelecido mediante as 
conquistas pessoais de cada indivíduo, não é 
definitivo em relação à data da sua morte.

A longevidade como a brevidade da existência 
corporal, embora façam parte do programa 
adrede estabelecido para cada homem, alteram-
se para menos ou para mais, de acordo com o 
seu comportamento e do contributo que oferece 
à aparelhagem orgânica para a sua preservação 
ou desgaste.

Necessitando de um período de tempo em cada 
existência física para realizar a aprendizagem 
evolutiva em cujo curso está inscrito, o Espírito 
tem meios para abreviar-lhe ou ampliar-lhe o 
ciclo, mediante os recursos de que dispõe e são 
facultados a todos.

É óbvio que o estróina desperdiça maior quota de 
energias, impondo sobrecargas desnecessárias 
aos equipamentos fisiológicos, do que o 
indivíduo prudente.

As ocorrências que lhes sucedam têm as suas 
causas no comportamento que se permitem.

Igualmente, a forma de desencarnar, sem fugir 
ao impositivo do destino que é de construção 
pessoal, resulta das experiências que são vividas. 
O homem imprevidente e precipitado, 
desrespeitador dos códigos de lei estabelecidos, 
toma-se fácil presa de infaustos acontecimentos, 
que ele mesmo se propicia como efeito da 
conduta arbitrária a que se entrega.

Acidentes, homicídios, intoxicações, desastres de 
vários tipos que arrebatam vidas, resultam da 
imprevidência, da irresponsabilidade, do orgulho 
dos que lhes são vitimas, na maioria das vezes e 
no maior número de acontecimentos.

Devendo aplicar a inteligência e a bondade como 
norma de conduta habitual, grande parte das 
criaturas prefere a arrogância, a discussão acesa, 
o desrespeito ao dever, a negligência, tornando-
se, afinal, vitimas de si mesmas, suicidas 
indiretas.

Nos autocídios de ação prolongada ou imediata, 
a responsabilidade é total daqueles que tomam a 
decisão infeliz e a levam a cabo, inspirados ou 
não por Entidades perversas com as quais 
sintonizam.

Derrapando em comportamentos pessimistas a 
que se aferram, a atitudes agressivas nas quais 
se comprazem, na fixação de idéias tormentosas 
em que se demoram, em ambições desenfreadas 
e rebeldia sistemática, a etapa final, infelizmente, 
não pode ser outra. Com o gesto que supõem de 
libertação, tombam, por largos anos de dor, em 
mais cruel processo de recuperação e desespero, 
para que aprendam disciplina e submissão contra 
as quais antes se rebelaram.

Depreende-se, portanto, que o comportamento 
do homem a todo instante contribui de maneira 
rigorosa para a programação da sua vida.

São de duas classes as causas que influem na sua 
existência, dentro do determinismo da evolução 
humana: as próximas, desta reencarnação, na 
qual se movimenta, e as remotas, que procedem 
das ações pretéritas. Estas últimas estabeleceram 
já os impositivos de reparação a que o indivíduo 
não pode fugir, amenizando-os ou vencendo-os 
através de atuais ações do rumor, que promovem 
quem as vitaliza e aquele a quem são dedicadas. 
As primeiras, no entanto, as da presente 
existência, vão gerando novos compromissos 
que, se negativos, podem ser atenuados de 
imediato por meio de atitudes opostas, e, se 
positivos, ampliados na sua aplicação.

O tabagismo, o alcoolismo, a toxicomania, a 
sexolatria, a glutonaria, entre outros fatores 
dissolventes e destrutivos, são de livre opção 
anual, não incursos no processo educativo de 
ninguém. Quem, a qualquer deles se vincula, 
padecer-lhe-á, inexoravelmente, o efeito 
prejudicial, não se podendo queixar ou aguardar 
solução de emergência.

O tabagismo responde por cárceres de várias 
procedências, na língua, na boca, na laringe, por 
inúmeras afecções e enfermidades respiratórias, 
destacando-se o terrível enfisema pulmonar. 
Todo aquele que se lhe submete à dependência 
viciosa, está incurso, espontaneamente, nessa 
fatalidade destruidora, que não estava no seu 
programa e foi colocada por imprevidência ou 
presunção.

O alcoolismo é gerador de distúrbios orgânicos e 
psíquicos de inomináveis conseqüências, 
gerando desgraças que, de forma nenhuma 
deveriam suceder. É ele o desencadeador da 
loucura, da depressão ou da agressividade, na 
área psíquica, sendo o responsável por distúrbios 
gástricos, renais e, principalmente, pela 
irreversível cirrose hepática. Seja através da 
aguardente popular ou do whisky elegante, a 
alcoolofilia dízima multidões que se lhe 
entregam espontaneamente.

A toxicomania desarticula as sutis engrenagens 
da mente e desagrega as moléculas do 
metabolismo orgânico, lesando vários órgãos e 
alucinando todos quantos se comprazem nas 
ilusões mórbidas que dizem viver, não obstante 
de breve duração. Iniciada a dependência que se 
fez espontânea, desdobrara-se à frente longos 
anos, numa e noutra reencarnação, para que 
sejam reparados todos os danos que poderiam 
ter sido evitados quase sem esforço.

A sexolatria gera distonias emocionais, por 
conduzir o indivíduo ao reduto das sensações 
primitivas, mantendo-os nas áreas do gozo 
insaciável, que o leva à exaustão, a terríveis 
frustrações na terceira idade, se a alcança, e a 
depressões sem conta pelo descalabro que 
desorganiza o corpo e perturba a mente. Além 
desses, são criados campos de dificuldade 
afetiva, de responsabilidade emocional com os 
parceiros utilizados, estabelecendo-se 
compromissos desditosos para o Ii1turo.

A glutoneria, além de deformar a organização 
física, é agente de males que sobrecarregam o 
corpo produzindo contínuas distinções 
gastrointestinais, dispepsias, acidez, ulcerações, 
alienando o homem que vive para comer, quando 
deveria, com equilíbrio, comer para viver.

São muitos os agentes dos infortúnios para o 
homem, que ele aceita no seu comportamento, 
afetando-lhe a vida.

Entretanto, através de outras atitudes e conduta 
poderia preserva-la, prolongá-la, dar-lhe beleza, 
propiciando-lhe harmonia e felicidade.

Além de atingir aquele que elege esta ou aquela 
maneira de agir, os resultados alcançam os 
descendentes que, através das heranças 
transmissíveis, conforme as suas necessidades 
evolutivas, as experimentarão.

O comportamento do Espírito, no corpo ou fora 
dele, é responsável pela vida, contribuindo de 
maneira eficaz na sua programática, igualmente 
interferindo na conduta do grupo em que se 
movimenta e onde atua, como dos descendentes 
que de alguma forma se lhe vinculam.

As ações corretas prolongam a existência do 
corpo e promovem o equilíbrio da mente, 
enquanto as atribuladas e agressivas produzem o 
inverno.

Nunca será demasiado repetir-se que, assim 
como o homem pensa e age, edificará a sua 
existência, vivendo-a de conformidade com o 
comportamento elegido.

Psicografia de Divaldo Franco. 
Livro: Temas da Vida e da Morte






O Fenômeno Mediúnico


O Fenômeno Mediúnico

Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito) / psicografia de Divaldo Franco

O fenômeno mediúnico, para expressar-se com segurança, exige toda a complexidade do mecanismo fisiopsíquico do homem que a ele se entrega, assim como da perfeita identificação vibratória do seu comunicante.

Para o desiderato, o perispírito do encarnado exterioriza-se em um campo mais amplo, captando as vibrações do ser que se lhe acerca, por sua vez, igualmente ampliado, graças a cuja sutileza interpenetram-se, transmitindo reciprocamente os seus conteúdos de energia, no que resulta o fenômeno equilibrado.

Às vezes, automaticamente, dá-se a comunicação espiritual, produzindo o fato mediúnico, ora por violenta injunção obsessiva e, em outras oportunidades, por afinidades profundas, quando a ocorrência é elevada.

Seja porém, como for, sem o contributo e a ação do Perispírito, a tentativa não se torna efetivo.

Desse modo o conhecimento do Perispírito é de vital importância para quantos desejam exercitar a mediunidade colocando-a a serviço de ideais enobrecedores.

Penetrabilidade, elasticidade, fluidez, materialização, depósito das memórias passadas entre outras oferecem compreensão e recurso para melhor movimentação dessas características, algumas das quais são imprescindíveis para a execução da tarefa, no fenômeno de intercâmbio espiritual.

A fixação da mente, através da concentração, proporciona dilatação do campo perispirítico e mudança das vibrações que variam das mais grosseiras às mais sutis a depender, igualmente, do comportamento moral do indivíduo.

O pensamento é o agente das reações psíquicas e físicas, sem o que, os automatismos desordenados levam aos desequilíbrios e aos fenômenos mediúnicos perturbadores, que respondem pelas obsessões de variada nomenclatura, que aturdem e infelicitam milhões de criaturas invigilantes e desajustadas.

Todo fulcro de energia irradia-se em um campo que corresponde à sua área de exteriorização, diminuindo a intensidade, à medida que se afasta do epicentro. Graças a isto, são conhecidos os campos gravitacional e atômico, no macro e microcosmo, conforme os detectou Albert Einstein.

Na área psicológica não podemos ignorar-lhe a presença nas criaturas, gerando as simpatias - por decorrência de afinidades vibratórias entre as pessoas que se identificam - e a antipatia - que deflui do choque das ondas que se exteriorizam, portadoras de teor diferente produzindo sensações de mal-estar.

Invisível, no entanto preponderante nos mais diversos mecanismos da vida, o campo é encontrado no fenômeno mediúnico, através de cuja irradiação é possível o intercâmbio.

Cada ser humano, encarnado ou não, vibra na faixa mental que lhe é peculiar, irradiando uma vibração especifica.

Quando nas comunicações, os teores são diferentes, a fim de produzir-se a afinidade, o médium educado sintoniza com o psiquismo irradiante daquele que se vai comunicar, e se este é portador de altas cargas deletérias, demorando-se sob vibrações baixas, o hospedeiro permite-se dela impregnar até que, carregado dessas energias pesadas, logra envolver-se no campo propiciador, portanto, de igual qualidade, cedendo as funções intelectuais e orgânicas à influência do ser espiritual que passa a comandá-lo, embora sob a sua vigilância em Espírito, que não se aparta, senão parcialmente, do corpo.

Quando se trata de Entidade portadora de elevadas vibrações, mais sutis que as habituais do médium, este, pelas ações nobres a que se entrega, pela oração e concentração, em que se fixa, libera-se das cargas mais grosseiras e sutiliza a própria irradiação, enquanto o Benfeitor, igualmente concentrado, condensa, pela ação da vontade e do pensamento, as suas energias até o ponto de sintonia, proporcionando o fenômeno de qualidade ideal.

Em casos especiais, nos quais seres muito elevados ou grotescos, nos extremos da escala vibratória compatível com a Vida na Terra, vêm-se comunicar, os Mentores, que mais facilmente manipulam as energias, tornam-se os intermediários que filtram as idéias e canalizam-nas em teor mais consentâneo com o campo do sensitivo, ocorrendo o fenômeno da mediunidade disciplinada.

O fenômeno mediúnico, portanto, a ocorre no campo de irradiação do Espírito através do Perispírito, está sempre a exigir um padrão vibratório equivalente, que decorre da conduta moral, mental e espiritual de todo aquele que se faça candidato.

Certamente, como decorrência do campo perispiritual, diversos núcleos de vibrações, nos quais se fixa o Espírito ao corpo, bem como em face do mecanismo de algumas das glândulas de secreção endócrina, apresentam-se as possibilidades ideais para o intercâmbio espiritual de natureza mediúnica.

Assim havendo constatado, foi que o Codificador do Espiritismo com sabedoria afirmou que a faculdade "é simplesmente uma aptidão para servir de instrumento, mais ou menos dócil aos Espíritos em geral que "os médiuns emprestam o organismo material que falta a estes para nos transmitirem as suas instruções".

Revista Presença Espirita setembro de 1991, psicografia de Divaldo Pereira Franco.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

RETORNO AO EVANGELHO

RETORNO AO EVANGELHO
...Eis que vos foi dito: “Amareis aqueles que vos amam e odiareis aqueles que vos odeiam. Eu porém vos digo: Amareis aqueles que vos odiarem”,  para que estejais perfeitamente integrados no espírito da solidariedade.
Meus filhos, o Evangelho de Jesus tem regime de urgência na intimidade dos nossos corações.
Este é o século da tecnologia de ponta, da ciência, na sua mais elevada postura, mas haverá de ser também o século do amor. Deveremos atrair o sentimento de amor para que ele produza a sabedoria em nosso ser.
Sereis muitas vezes hostilizados pela brandura de coração; sereis discriminados pela conduta rígida no cumprimento do dever; experimentareis ironia e descaso pela fidelidade a Jesus.
Crede, é transitório o carro carnal, e quando dele nos despojarmos a consciência irá conduzir-nos ao país do remorso ou ao continente das bem-aventuranças.
Vivei de tal forma que podereis olhar aqueles que vos criam embaraços nos olhos sem abaixardes as vossas vistas.
É necessário muita coragem para esse logro.
 Assevera-se que aquele indivíduo que é bom, que é humilde, é um covarde. É necessário, porém, muita coragem para ser-se bom. É indispensável muita energia para beber-se a taça da amargura, sem reprimenda, sem reclamação e transformá-la em licor que dê energia e vitalize a existência.
Não foi o acaso que vos convocou para o encontro desta hora em que a sociedade estorcega na impiedade, na loucura na sexolatria, na toxicomania.
 Sede vós pacíficos e pacificadores. Produzi em vossos lares o reino dos céus, construí-o no aconchego da alma que está ao lado da vossa alma, dos filhinhos que vos foram confiados, cuja conduta será consequência da educação que lhes administrardes, em forma de paz.
...E encontrareis a razão de viver nesse sentimento do amor pulcro e penetrante que irriga a vida de alegria, que ilumina as ansiedades com paz.
Filhas e filhos da alma: não desperdiceis o tempo que urge, e ele se chama agora. Não postergueis a vossa oportunidade de auto iluminação. Jesus já veio ter conosco. Hoje espera-nos e manda à Terra os Seus embaixadores para que nos levem de volta ao Seu doce aconchego e repita suavemente: - Vinde a mim, eu vos consolarei!
Ide de retorno aos vossos lares, mansos e pacíficos, porque será assim que se dará início à era da regeneração, que vem sendo trabalhada desde o dia em que a codificação chegou à Terra, quando o lobo e o cordeiro beberão na mesma fonte; quando os rosais colocarão as suas pétalas para dentro dos lares; quando as sombras forem clareadas pelas Estrelas luminíferas que fazem parte da divina coorte.
Amai! O amor redime a criatura humana. E depois, discípulos de Jesus, o Mestre nos espera.
Muita paz!
Que o Senhor de bênçãos vos abençoe!
São os votos do servidor humílimo e paternal,
 Bezerra.
(Mensagem recebida por psicofonia através do médium Divaldo Pereira Franco, no término da conferência proferida na Instituição Assistencial e Educacional Amélia Rodrigues em Santo André, SP, na noite de 29 de setembro de 2013..)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Reuniões mediúnicas abertas ao público. Pode isso?

Reuniões mediúnicas abertas ao público. Pode isso?




Os neófitos em matéria de Espiritismo estranham, com razão, por que em alguns Centros Espíritas ainda se fazem reuniões mediúnicas abertas ao público e aos curiosos.

Com efeito, embora o fato tenha sido comum no passado, as sessões mediúnicas deveriam merecer hoje dos dirigentes espíritas uma maior atenção, sobretudo quando tantos autores sérios já se manifestaram relatando o que nelas ocorre e quais as suas altas finalidades.

Mais de um benfeitor espiritual tem-nos dito que uma reunião mediúnica, especialmente quando seu objetivo é o esclarecimento das entidades desencarnadas, assemelha-se a uma enfermaria, com recursos trazidos da Espiritualidade para tratamento das criaturas conturbadas e infelizes que ali comparecem. Não se compreende, pois, que seja ela aberta a curiosos, contrariando orientação específica feita por autores como Cairbar Schutel (“Médiuns e Mediunidade”, págs. 53 e 72), Carlos Imbassahy (“À Margem do Espiritismo”, págs. 239 e 240) e Spártaco Banal (“As Sessões Práticas do Espiritismo”, cap. VIII, pág. 37), antes mesmo do advento das obras de André Luiz no cenário editorial brasileiro.

Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, já havia tratado da questão quando respondeu aos que lhe propunham abrir ao público as sessões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, medida com a qual não concordou. (“Revista Espírita”, ano de 1861, pág. 140.)

Perguntaram a Divaldo Franco: “As reuniões mediúnicas devem ser públicas? Por quê?”

O conhecido médium e orador respondeu: “O Codificador recomenda pequenos grupos, graças às dificuldades que há nos grandes grupos, em relação à sintonia vibratória e harmonia de pensamentos. Uma reunião mediúnica de caráter público é um risco desnecessário, porque vêm pessoas portadoras de sentimentos os mais diversos, que irão perturbar, invariavelmente, a operação da mediunidade. Afirmam os Benfeitores que uma reunião mediúnica é um grave labor, que se desenvolve no campo perispirítico, e se a equipe não tem um conhecimento especializado, é compreensível que muitos problemas sucedam por negligência da mesma. A reunião mediúnica não deve ser de caráter público, porque teria feição especulativa, exibicionista, destituída de finalidade superior, atitudes tais que vão de encontro negativamente aos postulados morais da Doutrina.

“Mesmo nas reuniões mediúnicas privativas deve-se manter um número ideal de membros, não excedente a 20 pessoas, para que se evitem essas perturbações naturais nos grupamentos massivos. Onde haja um grupo mediúnico com grande número, que seja dividido em dois trabalhos separados (porque, em Movimento Espírita, na ordem do bem, dividir é multiplicar o benefício daqueles que se repartem). Igualmente é necessário que as pessoas sejam afins entre si no grupo. Por motivos óbvios, se estamos numa reunião mediúnica e não somos simpáticos a um indivíduo, toda a comunicação que por ele venha, os nossos recalques e conflitos põem-nos carapuças, acreditando serem indiretas a nós dirigidas. Se, por acaso, alguém não nos é simpático, quando ele entra em transe ficamos bombardeando: ‘Imagine o fingido; vê se eu vou acreditar nele!’ Formamos, assim, uma antena emissora de dificuldades para o companheiro que está sendo agredido pela nossa mente, porque desde que o indivíduo é médium, ele não o é exclusivamente dos espíritos desencarnados, mas também dos encarnados.

“O êxito de uma reunião mediúnica depende da equipe que ali comparece e não apenas do médium. Os Mentores programam, mas aquela equipe em funcionamento responderá pelos resultados. Nunca é demais recomendar que as sessões mediúnicas sejam de caráter privado.” (“Diretrizes de Segurança”, questão no 42.)

Reiterando as advertências de Kardec e dos autores mencionados, André Luiz adverte: "Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza." (“Desobsessão”, cap. 18.)

E disse mais o conhecido autor espiritual:

“O serviço de desobsessão não é um departamento de trabalho para cortesias sociais que, embora respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos desencarnados que amargas dificuldades atormentam.

“Ainda assim, há casos em que companheiros da construção espírita-cristã, quando solicitem permissão para isso, podem ter acesso ao serviço, em caráter de observação construtiva; entretanto, é forçoso preservar o cuidado de não acolhê-los em grande número para que o clima vibratório da reunião não venha a sofrer mudanças inoportunas.

“Essas visitas, no entanto, devem ser recebidas apenas de raro em raro, e em circunstâncias realmente aceitáveis no plano dos trabalhos de desobsessão, principalmente quando objetivem a fundação de atividades congêneres. E antes da admissão necessária é imperioso que os mentores espirituais do grupo sejam previamente consultados, por respeito justo às responsabilidades que abraçam, em favor da equipe, muito embora saibamos que a orientação das atividades espíritas vigora na própria Doutrina Espírita e não no arbítrio dos amigos desencarnados, mesmo aqueles que testemunhem elevada condição.” (“Desobsessão”, cap. 21.)


Verdade Libertadora




Verdade Libertadora

  No dia 5 de fevereiro de 2004, vinte catadores de conchas chineses não voltaram para celebrar a festa do último dia do Ano Novo Chinês.

Eles jamais voltaram para suas famílias e seus amigos, para a sua terra natal. Morreram no mar frio de um país estranho.

  Eles ligaram para suas famílias, quando as ondas geladas lhes chegaram ao peito, disseram que iam morrer.

Mas não discaram o número que lhes permitiria serem socorridos. Eles desconheciam que existia.

  Para fazer um trabalho muito perigoso, ganhavam muito pouco de seus patrões, que lucravam bastante.

Perto do lugar onde morreram, havia placas de advertência sobre areia movediça e marés perigosas.

  Mas eles não as puderam ler. Não falavam, nem liam inglês.

Eram imigrantes chineses ilegais na Inglaterra, mas tinham necessidades humanas básicas e deviam ter direitos humanos básicos para os proteger.

  Por que não tinham?
  Foram atraídos para o alto-mar por sonhos de ouro e pela ignorância.

—  Vinham de um país que não tinha:

  Um sistema legal independente antes de 1992.
  Nem um sistema de previdência social.

Sua terra está melhorando e se desenvolvendo, mas para aqueles vinte catadores de conchas é tarde demais.

Há mais de vinte séculos, um Sábio andou pela Terra e asseverou:
—  "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará."

  Sem adentrarmos os painéis filosóficos para decifrarmos o que é a verdade, podemos traduzir, para a realidade do agora, que o que o Grande Mestre estava ensinando é a necessidade do conhecimento.

Em Sua sabedoria ímpar, referia-Se Jesus ao conhecimento geral, não somente às questões espirituais.

  Conhecendo, o homem debela enfermidades, aperfeiçoa tecnologia, não se permite ser presa dos maus.

Os dominadores, através dos séculos, têm buscado manter o povo na ignorância, pois mais fácil de ser manipulado. Durante séculos, aprender a ler foi exclusividade dos homens ricos e poderosos.

  Mesmo em questão religiosa, séculos se escoaram em que os livros bíblicos eram privilégio dos que viviam nos conventos e seminários.

Foi necessário que um grande missionário viesse à Terra e desse sua contribuição para a tecnologia da impressão e da tipografia, para mudar esse quadro.

  Nascido na Mogúncia, no século XIV, Gutenberg inventou os tipos móveis de metal, melhorando o tipo de impressão já em uso na Europa.

—  Aperfeiçoando tintas:

  À base de óleo para melhor usá-los,
  Aperfeiçoou ainda uma prensa gráfica,
  Inspirada nas prensas utilizadas para espremer as uvas.

—  A partir de então, de forma paulatina, o livro foi se tornando popular.

  Ler,
  Instruir-se,
  Informar-se,
  Ilustrar a mente.
  Conhecer a verdade.

Como se faz importante a leitura e o estudo!

  Pensemos nisso e aproveitemos a oportunidade de saber, para construir mais rapidamente a nossa própria felicidade.


O Espiritismo é uma religião?


O Espiritismo é uma religião?




Certamente a questão proposta no título deste artigo já foi amplamente discutida e abordada por inúmeros confrades espíritas, todavia, gostaria de trazer à baila as reflexões do próprio codificador, Allan Kardec, sobre o assunto em pauta.

Na Revista Espírita de dezembro de 1868, Allan Kardec inicia o artigo enaltecendo a importância das assembleias religiosas, das reuniões coletivas nos templos religiosos, porque estão de conformidade com a proposta do Cristo
: “Onde quer que se encontrem duas ou três pessoas reunidas em meu nome, aí estarei com eles” (Mateus, XVIII, 20).   

São inquestionáveis os resultados que se produzem quando há a comunhão de pensamentos, sobretudo quando alicerçados num ideal comum, que é de estudar, refletir, aprofundar-se sobre as propostas morais de Jesus.

Quando estamos no templo religioso, obviamente o nosso real objetivo deve ser de busca do sentido da vida, de fortalecimento moral, de reflexão em torno das questões espirituais ali tratadas, para que possamos nos transformar intimamente para melhor, tendo o amor vivido e pregado por Jesus como meta maior.

Em grupo de pessoas esse objetivo se torna mais factível, porque notamos que há inúmeros indivíduos com as mesmas lutas morais que nós, buscando a superação dos vícios, da ignorância e dos próprios limites morais, e saímos dos templos religiosos motivados por essa energia coletiva e pela comunhão de pensamentos.

Nesse sentido, Allan Kardec afirma que: “
Sendo a vontade uma força ativa, esta força é multiplicada pelo número de vontades idênticas, como a força muscular é multiplicada pelo número de braços”.

Joanna de Ângelis assevera que muitos buscam a religião mais por formalidade, pressão social ou exigência familiar, portanto, nota-se que estes, porque desconectados do ambiente religioso, terão dificuldades em atingir os efeitos benéficos acima descritos.

O Codificador ainda descreve outro ponto positivo das reuniões religiosas sérias: “... se o pensamento coletivo adquire força pelo número, um conjunto de pensamentos idênticos, tendo o bem por objetivo, terá mais força para neutralizar a ação dos maus Espíritos; assim, vemos que a tática destes últimos é impelir para a divisão e para o isolamento. Sozinho, o homem pode sucumbir, ao passo que, se sua vontade for corroborada por outras vontades, poderá resistir, segundo o axioma: A união faz a força, axioma verdadeiro no moral quanto no físico”.

   Acrescenta, ainda, o nobre Codificador: “Por outro lado, se a ação dos Espíritos malévolos pode ser paralisada por um pensamento comum, é evidente que a dos bons Espíritos será secundada. Sua influência salutar não encontrará obstáculos; não sendo os seus eflúvios fluídicos detidos por correntes contrárias, espalhar-se-ão sobre todos os assistentes, precisamente porque todos os terão atraído pelo pensamento, não cada um em proveito pessoal, mas em proveito de todos, conforme a lei da caridade”.

Na atualidade, lamentavelmente, vemos muitas famílias e pessoas afastadas dos templos religiosos, porque sintonizadas com as correrias e comodidades da vida moderna, preocupadas apenas com o usufruir, lembrando-se de Deus somente nos momentos de dor, de forma que perdem os inúmeros benefícios espirituais e morais que a religião pode ofertar.

Allan Kardec ao lançar a questão: “O Espiritismo é uma religião?” afirma que o conceito correto de religião, na sua acepção nata e verdadeira, “é um laço que religa os homens numa comunidade de sentimentos, de princípios e crenças... O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como consequência da comunidade de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas”.

Também se conceitua religião, com veracidade, como sendo a oportunidade de conexão da criatura com o Criador Celestial.

Entretanto, conforme nos orienta o Codificador, o conceito de religião foi sendo comprometido, distorcido ao longo do tempo, em razão dos ritos e formalismos criados pelo homem, de forma que, ”na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto”.

Dessa forma, Allan Kardec diz que: “Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual do vocábulo, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral”.

Que notável a explicação do Codificador! O Espiritismo, de fato, é destituído de ritos, imagens, adorações e cultos, de forma que as pessoas, que trazem na intimidade o conceito distorcido de religião, têm dificuldade de entender o Espiritismo como religião.

Quando chegam à Casa Espírita pela primeira vez, são tomadas de espanto, dada a simplicidade do ambiente, que não tem imagens, santos, velas, ritualismos e autoridades religiosas.     

Allan Kardec ainda aborda os laços que deve unir os espíritas. Deve ser um “sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para todos, ou, por outras palavras: o amor do próximo, que compreende os vivos e os mortos, desde que sabemos que os mortos sempre fazem parte da humanidade”.

Conclui o Codificador: “A caridade é a alma do Espiritismo”.

Assim sendo, na acepção correta da palavra religião, que é de conectar o homem a Deus e a si mesmo numa comunidade de sentimentos, de princípios e de crenças que o ajudarão a se tornar criaturas mais moralizadas, amorosas e nobres, certamente que o Espiritismo é uma religião, mas, repita-se, não uma religião comprometida com cultos, aparências exteriores, formalismos desnecessários e ritos repetitivos. 


A Síndrome do Orgulho Ferido - Melindre


A Síndrome do Orgulho Ferido - Melindre 



Melindre Originariamente, um simples e comum substantivo masculino, com o sutil significado de ser a delicadeza no trato, cuidado extremo em não magoar ou ofender por palavras ou obras.

É o que dizem os dicionários... 

Mas, curiosamente, no dia a dia de relação entre as pessoas, há mais significados, dependendo da ótica de quem o analisa. Se a visão é de quem provocou o melindre em alguém, fala mais alto seu sentido menor: suscetibilidade exagerada, escrúpulo, com profunda significação como agente das crises da sociedade humana. Se a visão é de quem se melindrou, o “paciente” liga tal sentimento a uma “justa” indignação, à injustiça e à ingratidão alheias, com uma acentuada pitada de sentimento melodramático de auto-piedade, de vítima. 

Entretanto, sem rebuscamentos, sem volteios, sem rodeios e sem metáforas, melindre quer dizer mesmo orgulho ferido, egoísmo contrariado, vez que não há um autor sequer consultado e que se propõe analisar a questão fora os dicionários que não afirme peremptoriamente que o melindre não seja um sentimento filho direto do orgulho, usando da síntese de um ilustre espírito-espírita. 

Tenhamos presente que uma célula da sociedade humana das mais representativas é a casa espírita, onde, lastimavelmente, também grassam interesses pessoais, desejos de destaque, arroubos de sabedoria, vaidades e tantos outros sentimentos iguais. Daí porque, quando menos se espera, surge o melindre... 

É o médium que não se conforma com a análise direta feita por companheiros estudiosos, quando ele, ao receber os Espíritos, bate os pés, as mãos, fala alto demais, repetitivamente, com linguagem às vezes inadequada, etc. Melindra-se e não aceita as observações e conselhos, retirando-se do trabalho ou isolando-se na crítica à casa e seus dirigentes. É o expositor que não cumpre os horários, nem o programa, que desvia sempre do assunto da palestra ou da aula, descambando para análises outras, não raro pessoais ou sem importância doutrinária, e que não aceita as recomendações da direção de manter-se fiel ao programa ou à conduta em classe ou na tribuna, melindrando-se com facilidade, afirmando que “nessa etapa da vida” não está mais para ouvir críticas “especialmente de quem sabe menos e é muito mais moço...” É o dirigente de área na casa que se julga auto-suficiente em tudo e não aceita conselhos e recomendações para melhoria do setor, ameaçando retirar-se, entregar o cargo, exigindo se promova reunião de diretoria para ouvir suas reclamações. É o diretor que tem sua proposição refugada e se sente desprestigiado, desaparecendo das reuniões e das assembléias. É até mesmo o doador de donativos, cujo nome foi omitido nos agradecimentos, magoando-se e fugindo a novas colaborações. 

E assim por diante... 

O que se ouve, em todos os exemplos citados, é mais ou menos o seguinte: “Não entendo o porquê de tanta injustiça comigo, tanta ingratidão... logo eu, que tanto fiz, que tanto dei de mim, que tanto ajudei...”, seguido de lamentações e, não raro, até de choro, entremeado de rasgos de vítima do mundo e de todos. 

O erro está, neste caso, em o melindrado esperar (e até exigir) gratidão de todos pelo trabalho que ele desenvolveu na Casa, confundindo obrigações com favores. Ora, obrigações não implicam de modo algum em gratidão, muito especialmente se levando em conta que quem as assume, o faz livremente. Daí, quando contrariado, ferido em seu orgulho pessoal, julga-se vítima de ingratidão, de injustiça... e ameaça retirar-se, quando não se esquiva definitivamente. 

Um lembrete rápido para reflexão: Jesus houvera curado dez leprosos numa única tarde; mas, quantos deles se detiveram para agradecer-lhe? Apenas um! Quando o Cristo voltou-se para seus discípulos e perguntou-lhes onde estariam os outros nove curados, todos já tinham desaparecido, sem sequer um agradecimento. E daí: Jesus se melindrou, desistiu da tarefa, julgou-os ingratos? Para pensar! 

Há mais uma agravante no fato que envolve o trabalhador descuidado: o melindre “propele a criatura a situar-se acima do bem de todos. É a vaidade que se contrapõe ao interesse geral. Assim, quando o espírita se melindra, julga-se mais importante que o Espiritismo e pretende-se melhor que a própria tarefa libertadora em que se consola e esclarece.” (...) “Ninguém vai a um templo doutrinário para dar, primeiramente. Todos nós aí comparecemos para receber, antes de mais nada, sejam quais forem as circunstâncias.” 

Assiste razão integral ao preclaro Irmão X , a afirmar que “os melindres pessoais são parasitos destruidores das melhores organizações do espírito. Quando o disse-me-disse invade uma instituição, o demônio da intriga se incumbe de toldar a água viva do entendimento e da harmonia, aniquilando todas as sementes divinas do trabalho digno e do aperfeiçoamento espiritual.” 

Ouçamos, afinal, todos nós, trabalhadores da seara espírita, os simplíssimos mas altamente judiciosos e adequadíssimos conselhos de André Luiz, na cartilha de boa condução moral chamada Sinal Verde , assim vazados: 

“Não permita que suscetibilidades lhe conturbem o coração. 
Dê aos outros a liberdade de pensar, tanto quanto você é livre para pensar como deseja. 
Cada pessoa vê os problemas da vida em ângulo diferente. 
Muita vez, uma opinião diversa da sua pode ser de grande auxílio em sua experiência ou negócio, se você se dispuser a estuda-la. 
Melindres arrasam as melhores plantações de amizades. 
Quem reclama, agrava as dificuldades. 
Não cultive ressentimentos. 
Melindrar-se, é um modo de perder as melhores situações. 
Não se aborreça, coopere. 
Quem vive de se ferir, acaba na condição de espinheiro”. 

Contra os vermes corrosivos do egoísmo, da vaidade e do orgulho (ferido ou não!), recomenda-se o uso do antisséptico da Boa Nova, distribuído altruisticamente por Jesus, quando nos exorta: Se alguém quiser alcançar comigo a luz divina da ressurreição, negue a si mesmo, tome a cruz dos próprios deveres, cada dia, e siga os meus passos. 

PALAVRA DE SABEDORIA


PALAVRA DE SABEDORIA


A um é concedida, por meio do Espírito Santo, a limguagem da Sabedoria (1 Cor 12,8). Se alguém de vós necessita de sabedoria, peça-a Deus ( Tg 1,5).

Pelo carisma da Palavra de ciência descobrimos o diagnóstico de Deus, pela Sabedoria descobrimos o que devemos fazer, segundo a orientação de Deus. É o próprio Deus quem nos orienta, quem nos apresenta a saída, quem nos indica o caminho a seguir.

O dom da Sabedoria nos ensina a agir, a fazer e a resolver segundo os desígnios do Espírito de Deus. Ele nos aponta uma solução vinda de Deus.

A manifestação do dom de Sabedoria pode ser muito simples.

A leitura de um livro, ou de um trecho da Bíblia, ou mesmo a contemplação de algo da natureza, pode nos levar a uma clareza profunda acerca de um problema, uma dificuldade, uma enfermidade ou uma dúvida que estejamos vivendo.

O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, ao optar pelo pecado, teve como conseqüência do afastamento de Deus um afastamento também do jeito de pensar de Deus. A sabedoria humana, imagem e semelhança da sabedoria divina, foi manchada pelo pecado. Por isso o ser humano muitas vezes não sabe que atitudes e que direção tomar diante de situações difíceis e de problemas específicos. Pelo dom da sabedoria, Deus vem em auxílio a esta fraqueza e se revela.

Deus se revela através de ações e de palavras, intimamente ligadas entre si e que se iluminam mutuamente. No número 53, o Catecismo nos ensina: Deus comunica-se gradualmente ao homem, prepara-o por etapas a acolher a Revelação sobrenatural que faz de si mesmo e que vai culminar na Pessoa e na missão do Verbo encarnado, Jesus Cristo.

Pela Palavra de Sabedoria, Deus nos revela como devemos agir em cada situação. Mas não é pura e simplesmente a capacidade humana de saber, nem se pode confundir com diplomacia ou astúcia.
Pelo dom da Sabedoria chegamos à grande graça de ver por dentro, sem superficialidade, cada situação. Pela graça da sabedoria vemos as coisas, as pessoas e os acontecimentos segundo a ótica de Deus e não a partir das aparências humanas.

A sabedoria atravessa e penetra tudo, graças à sua pureza. Ela é um sopro do poder de Deus, uma irradiação límpida da glória do Todo-Poderoso; assim nenhuma mancha pode insinuar-se nela. É ela uma efusão da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus, e uma imagem de sua bondade. Embora única, tudo pode; imutável em si mesma, renova todas as coisas. Ela se derrama de geração em geração  nas almas santas e forma os amigos e intérpretes de Deus, porque Deus somente ama quem vive com sabedoria! ( Sb 7,24b-28).

A  sabedoria de Deus nos revela como devemos agir em situações difíceis. Este foi o grande segredo do rei Salomão ( 1 Rs 3,16-28) quando precisou discernir qual das duas prostitutas era realmente a mãe verdadeira.

É importante ressaltar que os dons espirituais nunca excluem o humano. Deus nunca exclui o humano, pois é imagem e semelhança dele. Portanto, os dons e qualidades humanos são matérias que Deus usa para nos dar o dom da Sabedoria no momento oportuno.

O dom da Sabedoria não tem nada a ver com o iluminismo e nem com o achismo, tão comuns nos dias  de hoje. Muito menos está ligado ao sentimentalismo. O dom da Sabedoria, como todos os outros dons espirituais, está sempre em consonância com o Ensinamento Bíblico e com as Verdades Reveladas de nossa fé. Se a solução que nos vem é contrária à doutrina da Igreja, não podemos falar em dom de sabedoria carismática.

A palavra de sabedoria é um dom de orientação. Além de nos ensinar e explicara verdades da fé, leva-nos a perceber como devemos agir, segundo Deus, em cada situação. Ela leva pessoa a descobrir uma verdade existente em alo ou em alguém. Gera a convicção, a certeza espiritual.

Bendito seja o nome de Deus de eternidade em eternidade, porque a ele pertencem a sabedoria e o poder! É ele quem faz mudar os tempos e as circunstâncias; é ele quem depõe os reis e os enaltece; é ele quem revela os profundos secretos mistérios, quem conhece o que está mergulhado nas trevas, junto ao qual habita a luz ( Dn 2,20-22).

Meditação






Meditação






A meditação oferece o ensejo superior para o desnudamento íntimo,
com a resultante compreensão das ocorrências,
que passam, muitas vezes,
em tropel vertiginoso e infeliz.


Convida ao exame de atitudes, elevando o espírito às regiões dúlcidas
da Espiritualidade, onde o ser se dessedenta, se tranqüiliza,
abre portas à percepção e se emociona, identificando as próprias fraquezas
e descobrindo as potencialidades divinas que vem desprezando.


É convite de Deus, pela inspiração angélica, interfone para
conversações sem palavras...


Em momentos que tais, mensageiros felizes, enviados pela sintonia
automática, espontânea, do apelante mudo, acercam-se-lhe, e
com poderosas energias libertam o que sofre das
cordoalhas escravizadoras, ensejando-lhe aspirar psicosfera salutar,
em que se desintoxica, de modo a poder, doravante,
melhor discernir, e com mais segurança atuar corretamente.




(( Victor Hugo ))


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quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Casais Acomodados



Disposição, tempo e vontade...ingredientes básicos e necessários para superar os desgastes dos relacionamentos e para preservar uma saudável vida em comum.

Quando a vida afetiva esvazia-se os parceiros encontram-se isolados e acreditam que não foram amados e muito menos compreendidos. Fogem dos conflitos e refugiam-se num mundo próprio onde impera a vitimosidade e a desqualificação do parceiro.

Os "raros" contatos afetivos e sexuais denunciam o desencontro e a deteriorização da relação e o casal passa a comunicar-se apenas para superar os desafios do cotidiano: contas a pagar, educação de filhos, dificuldades domésticas, enfim, cumprem as exigências necessárias para a sobrevida da família.

Esconder-se através de mágoas e ressentimentos apenas traduz uma acomodação insana, inadequada e inconveniente.

Talvez o mais importante seja enfrentar o desafio e principalmente manifestar ao parceiro suas necessidades e desejos, juntamente com claras evidências de que espera ser atendido na medida do possível, afinal, um precisa do outro, sim. Se estão unidos por vontade própria e uma vez conscientes da valiosa amorosidade existente no passado, nada melhor que a humildade de reconhecer a importância do outro.

As constantes lamúrias e queixas de um ou de ambos traduzem a necessidade de uma análise justa e comprometida com a verdade, procurando perceber as qualidades e mudanças positivas do parceiro, afinal, é possível fazer uso dos desentendimentos e desencontros para exercitar o diálogo e viabilizar negociações, revendo certas atitudes, assumindo as próprias falhas e principalmente visando um crescimento maduro do casal.

Focalizar a atenção apenas nos defeitos, apontar o dedo para recriminar, julgar-se o(a) coitadinho(a) da relação apenas demonstra a imensa dificuldade de assumir e aceitar quem realmente somos. Por vezes fica difícil enxergar que quase tudo o que recriminamos e desprezamos no parceiro está muito mais presente em nosso próprio comportamento, pensamentos e valores do que no outro.

Assim, é evidente a importância de mudar o foco, redirecionar o olhar e afastar atitudes agressivas de menosprezo que desgastam e rompem elos valiosos e, que além de inviabilizar a solução dos conflitos, deixam marcas definitivamente negativas para o casal.

Sabemos que todos nós queremos acertar sempre e que erramos porque somos "desajeitados", muitas vezes não sabemos como agradar e acabamos sendo mal compreendidos ou até mesmo ferimos quem amamos por não saber expressar nossa real intenção.

Retomar um passado onde os sonhos e valores caminhavam em uma única direção e quando a vontade de ficar juntos era despertada a cada instante pode trazer algumas saídas para descobrir como e porquê ocorrem o desvirtuamento e abandono das metas e, por que não dizer, saídas para reinventar o amor?