EUCARISTIA
Intensa
luminosidade fluido do sacrificio, envolvendo todo o material do culto, mas,
surpreendido, reparei que o sacerdote, ao erguer a oferta sublime, apagou a luz
que a revestia com os raios cinzento-escuros que ele proprio expedia em todas
as direçoes. Logo apos, quando se preparou a distribuir o alimento eucaristico
entre os onze comungantes que se prosternavam, humildes, ?mesa adornada de
alvo linho, notei que as hostias, no prateado recipiente que as custodiava,
eram. autenticas flores de farinha, coroadas de doce esplendor. Irradiavam luz
com tanta força que o magnetismo obscuro das maos do ministro nao conseguia
inutilizar-las. Todavia, ?frente da boca que se dispunha a receber o pao
simbolico, enegreciam como por encanto. Somente uma senhora, ainda jovem, cuja
contri玢o era irrepreensivel, recolheu a flor divina com a pureza desejavel. Vi
a hostia, qual foco de fluidos luminescentes, atravessar a faringe,
alojando-se-lhe a claridade em pleno coraçao.
Intrigado,
procurei ouvir o Instrutor. que, muito ponderado, elucidou sem delonga:
–
Apreendeste a livro? O celebrante, apesar de consagrado para o culto, ?ateu e
gozador dos sentidos, sem esforço interior de sublimae por髉ria. A mente dele
paira longe do altar. Acha-se sumamente interessado em terminar a cerimonia com
brevidade, de modo a nos perder uma alegre excursçao em perspectiva. Quanto aos
que compareceram ?mesa da eucaristia, cheios de sentimentos rasteiros e
sombrios, eles mesmos se incumbem de anular as dadivas celestes, antes que lhes
tragam beneficios imerecidos. Temos aqui grande quantidade de crentes
titulares, mas muito poucos amigos do Cristo e servidores do bem.
O
“ite, missa est” dispersou os filhos que, ao fim da reuniao, mais se
assemelhavam a barulhento bando de passarinhos de bela plumagem.
Francisco C鈔dido Xavier/ Andr?Luiz
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