CULPA
A
consciência de culpa é um dos algozes mais cruéis daquele que delinque.
Acompanhando
o ser na vida além da vida, estabelece os mecanismos punitivos
condizentes à gravidade do delito, a fim de purificar-se, resgatando a culpa
mediante sofrimentos indescritíveis.
A
consciência de culpa não permite ao equivocado evadir-se da sua presença,
ínsita nele próprio.
Assoma,
aos primeiros instantes após a desencarnação, abrindo espaços a obsessões severas,
nas quais as vítimas ressurgem com aspecto deplorável, seja mediante a
imaginação que elabora clichês de justiça, ou através da realidade que vincula
o endividado ao devedor, estabelecendo os vínculos da aflição sem término.
Somente
quando o ser descobre a necessidade da reparação, utilizando-se dos
instrumentos do amor e da edificação íntima, é que luariza a paisagem lúgubre
da consciência de culpa, dando lugar a honesta reabilitação propiciadora de
paz.
Elegemos,
para o nosso ministério de hoje, os Espíritos portadores de consciência
culpada, por serem mais sofridos, mais carentes, batendo às portas de alguém
que esteja ungido de compaixão para ajudá-los no trânsito difícil da sua
reabilitação e, ao atendê-los, tenhamos todos em mente o ensinamento austero de
Jesus advertindo-nos: “Aquele que se encontre isento de culpas atire a
primeira pedra.”
(De “Suave luz nas sombras”, de Divaldo Pereira
Franco, pelo Espírito João Cléofas).
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